Soluções simples, baratas e acessíveis

Visite na capital a Feira Tecnológica do Centro Paula Souza, que traz 230 projetos inovadores de estudantes; e conheça hoje os vencedores do evento

Hoje é o último dia para conferir os projetos classificados para exposição na 7ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps). Iniciado no dia 22, o evento apresenta na edição deste ano 256 projetos selecionados de um universo de 1.019 inscritos.

Os estandes da 7ª Feteps expõem 230 projetos de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e de Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), 15 da Argentina, Colômbia, Costa Rica, Jamaica, México e Peru. Os restantes são de quatro instituições brasileiras, baseadas em Camaçari e Salvador, na Bahia, e em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

O site da Feira informa o nome dos estudantes “autores” e de seus professores-orientadores. Em 2013, os projetos foram divididos em sete categorias: Ciências Humanas, Sociais e Artes; Gestão e Ciências Econômicas; Ciências Biológicas e Agrárias; Informática e Ciências da Computação; Tecnologia Industrial; Segurança e Saúde; Tecnologia Química, de Alimentos, da Agroindústria e da Bioenergia.

Uma das propostas da Feteps é a de estimular os estudantes a encontrarem soluções simples, baratas e acessíveis para desafios da sociedade. Assim, muitos projetos têm apelo de inovação tecnológica e de viés empreendedor, de gerar novos negócios e serviços. E os mais destacados nas setes categorias serão premiados hoje pela comissão julgadora da Feira com tablets e troféus. Confira:

Sinalização para bikes

Gastando R$ 20 e reciclando itens do chamado lixo eletrônico, um trio de alunos da Etec Professor Idio Zucchi, de Bebedouro, construiu em uma semana um sistema de iluminação para bicicletas com farol dianteiro e traseiro de diodo emissor de luz (LED).

Baseado em um dínamo, o dispositivo aproveita o giro das rodas para transformar energia mecânica em luminosa – e permite ao ciclista ser visto sem precisar pedalar mais. Tiago Gimenez, um dos alunos do grupo, explica que o objetivo é o de aumentar a segurança e a sinalização das bicicletas no trânsito a partir de peças descartadas de impressoras e materiais baratos, como correias, polias e fios.

“A inspiração do projeto veio de um vídeo do YouTube, do canal Manual do Mundo. O orientador nos deu dicas valiosas de design do sistema e o próximo passo será patentear a descoberta”, conta orgulhoso.

Alternativa saudável

Com a proposta de oferecer uma bebida energética e isotônica com o selo Made in Brasil no rótulo, um quarteto de estudantes do curso técnico de Açúcar e Álcool da Etec Fernandópolis tomou como ponto de partida dois ingredientes abundantes na agricultura nacional: a cana e o coco.

Durante sete meses, o grupo pesquisou a formulação, a preparação e o paladar ideal para o novo alimento. O resultado foi o Hidrocane, bebida que usa técnicas naturais para eliminar micro-organismos e aproveita os sais minerais presentes na água de coco e o potencial energético da sacarose da cana.

Segundo os criadores, a bebida é ideal para reidratar o organismo após exercício físico ou perda de líquidos. “Além do sabor agradável, a fórmula tem baixa quantidade de sódio e dispensa cafeína e taurina. Pode ser consumida por todas as pessoas, exceto diabéticas, por ser altamente calórica”, alerta Pedro Henrique Oliveira, um dos alunos do grupo.

Xô… pássaros!

Em aeroportos de todo o mundo, a presença de aves traz risco de acidentes nas operações com aeronaves. Atentos ao problema, nove alunos do curso de Manufatura Aeronáutica da Fatec Prof. Jessen Vidal, de São José dos Campos, criaram um protótipo para repelir diversas espécies de pássaros.

Joyce Oliveira, uma das integrantes do grupo, explica que a máquina usa um conjunto de transmissor e amplificador para emitir sons com frequências inaudíveis para o ouvido humano, porém desagradáveis para as aves sem, contudo, lesioná-las. Quando as ouvem, simplesmente voam para se distanciar do local da emissão dos ruídos.

O protótipo foi testado com sucesso em pombos e está sendo patenteado para uso aeronáutico. Luciano Osses, colega de Joyce, destaca que alterando a frequência da onda sonora é possível repelir urubus e quero-queros, muitos comuns em aeroportos em áreas urbanas.

“Há ainda outros usos possíveis para o protótipo como afastar aves de locais tombados pelo patrimônio histórico e suscetíveis à deterioração causada pelas fezes dos pássaros”, observou Luciano.

Olhos invisíveis

De concepção simples, a bengala eletrônica tem por proposta facilitar a vida da pessoa com deficiência visual. Desenvolvida por um trio de alunos de Automação Industrial da Fatec Catanduva, funciona com pilhas comuns recarregáveis e tem autonomia de 10 horas de uso. Seu diferencial são dois sensores de detecção de objetos instalados na ponta e no meio do dispositivo.

Construído com canos de alumínio descartados, o protótipo da bengala eletrônica emite dois tipos de alertas simultâneos: um sonoro e outro vibratório. Ambos aumentam de intensidade com a aproximação progressiva de um obstáculo.

“A inspiração do protótipo é o sensor de ré, acessório instalado no para-choque de muitos modelos de carros. A ideia foi então aprimorada a partir de conversas com um cego e entidades de apoio a pessoas com deficiência visual”, conta Gabriel Bega, um dos alunos envolvidos.

No estande do equipamento, a visitante Juliana Matos quis testar o protótipo e o aprovou. “Dispositivo é eficiente e funciona sem problemas em locais com muitos ruídos, como por exemplo, ruas repletas de veículos. Ou seja, o cego nem precisa ouvir os apitos, a vibração da bengala é suficiente para alertá-lo da presença de anteparos”, sublinhou.

Óleos 100% naturais

Representando o grupo formado com mais duas colegas do curso de Produção de Cosméticos da Fatec Diadema, a estudante Bárbara de Lima mostrava aos visitantes proposta inovadora de produção e extração dos chamados óleos essenciais, processo comum na indústria de cosméticos.

A expectativa, explica ela, é substituir matérias-primas sintéticas por outras 100% naturais, como pétalas de rosa e de lavanda. Além do apelo ecológico e sustentável, um futuro creme hidratante baseado nessas substâncias teria condições de ser mais barato do que os atualmente fabricados. E ainda agregar novas funcionalidades aos produtos, mais especificamente criar na pele uma camada antitranspiração e bactericida.

Serviço

7ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps)
Expo Barra Funda, capital
Entrada franca, das 10 às 16 horas
Hoje, último dia

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 24/10/2013. (PDF)

Ainda dá tempo de ver a Febrace

Hoje é a última chance para visitar a feira na Poli-USP; em exposição, 330 trabalhos científicos de alunos do ensino básico de todo o País

Hoje é o último dia para conferir, em tenda montada na capital, no estacionamento da Escola Politécnica (Poli) da USP, as invenções e novidades da 11ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), a maior do gênero da América Latina. O evento é organizado pelo Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI-Poli), tem entrada franca e pode ser visitado até as 19 horas. Neste ano, apresenta 330 projetos de estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de todo o País.

Segundo a professora Roseli de Deus Lopes, da Poli-USP, e coordenadora da Febrace, a proposta do encontro anual é favorecer o surgimento de novos talentos para a pesquisa brasileira, por meio de desenvolvimento de projetos criativos e inovadores.

“A ideia é fazer a iniciação científica dos alunos ainda no ensino médio, antes do ingresso deles no nível superior”. E mais, estimular os professores a orientá-los, aproximar escolas de universidades e criar interações entre todas estas comunidades”, resume Roseli.

Na Febrace, os projetos apresentados concorrem a prêmios. Os melhores colocados podem ser escolhidos para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel Feira (Intel Isef), que em 2013 será realizada de 12 a 17 de maio, em Fênix, nos Estados Unidos.

Etecs representadas

Dos 330 projetos em exposição, 29 são de alunos de 16 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). Os trabalhos concorrem em sete categorias científicas: Agrárias; Biológicas; Saúde; Exatas e da Terra; Humanas; Sociais Aplicadas e Engenharia.

Foram classificadas as seguintes Etecs: Barretos (Coronel Raphael Brandão); Dracena (Professora Carmelina Barbosa); Franca (Professor Carmelino Corrêa Júnior); Guaratinguetá (Professor Alfredo de Barros Santos); Limeira (Trajano Camargo); Monte Mor; São Bernardo do Campo (Lauro Gomes); Santo André (Júlio de Mesquita); Pirassununga (Tenente-Aviador Gustavo Klug); Ribeirão Pires; São Paulo (Carlos de Campos, Getúlio VargasGuaianases e Heliópolis); Suzano e Tatuí (Salles Gomes).

Os prêmios para os vencedores serão divulgados amanhã. Incluem troféus e medalhas para os destaques de cada categoria, equipamentos, bolsas de estudo, estágios e certificados de organizações em várias áreas.

Via de mão dupla

Vem da Etec de Pirassununga o projeto Conexão empresa-aluno para o mercado de trabalho. Orientado pela professora Joseli Benine e desenvolvido em um ano pelos alunos Willian Lopes e Leonardo Batista, do curso de Informática, é um sistema de internet de concepção simples, que conseguiu, porém, repercussão em nível municipal.

O sistema aproxima alunos da Etec de empresas da região (Pirassununga, Leme e Porto Ferreira) que estão em busca de estagiários. Dos 1,2 mil estudantes matriculados na escola, 200 estão cadastrados e o banco de dados já contabiliza 79 firmas registradas. Todo o processo é acompanhado pelos orientadores de cada curso, que selecionam e indicam alunos de acordo com o perfil de cada vaga em aberto. A última etapa consiste em acompanhar o desempenho de cada um na função extraescolar.

Foco na sustentabilidade

Para diminuir custos na construção civil e preservar rios e matas de Ribeirão Pires, as alunas Caroline Ribeiro e Danyela Carvalho, do curso técnico de Química, propuseram reaproveitar o entulho para obter argamassa de qualidade, de acordo com as normas técnicas estabelecidas pela legislação.

No trabalho de conclusão de curso, foram orientadas pelo professor Carlos Barreiro. Elas descobriram, por meio de pesquisas, que um dos principais problemas de Ribeirão Pires era o descarte irregular de restos de reformas e construções no meio ambiente. Assim, ao longo de um ano e meio, estudaram uma forma de reaproveitar esse material para substituir a areia e a argila usadas na argamassa.

Caroline conta que o produto tem viabilidade comercial – custa R$ 3,60 o pacote com 20 quilos. Antes disso, porém, o entulho é coletado, tratado, triturado e passa por diversos processos até chegar à granulometria desejada. Um dos desafios, conta a estudante, foi remover o mau cheiro do material, que muitas vezes chega misturado com animais em decomposição. Orgulhosa, diz ser possível evitar prejuízos ao meio ambiente e economizar na construção.

Aprendendo a economizar

Até o final do primeiro semestre, os celulares com sistema operacional Android ganharão um aplicativo gratuito para controle de despesas pessoais. Em fase de ajustes finais, como a adaptação para telas de maiores dimensões, o Finance Facility é uma criação da dupla Pedro Freitas e Sandor Motta, ex-alunos do curso técnico de Ciência da Computação da Etec Heliópolis, da capital, sob orientação do professor Marcos de Souza.

Empenhada nos estudos, a dupla conseguiu ser aprovada no final do ano no curso de Sistemas de Informação da Fatec de São Paulo. Contam que a principal proposta do app é ajudar o cidadão a evitar que o salário acabe antes que o mês. “Sistema permite registrar pequenos gastos, como se fosse uma planilha. Para o futuro, uma das ideias é integrá-lo ao sistema de transações bancárias, para ter o saldo das despesas em tempo real”, revela Pedro.

Alerta na aldeia

As paraenses Scarleth Silva, Natália Meira e Kalyne Brito, do Colégio Pitágoras, estudaram, sob supervisão da professora Marina Fabbris, as mudanças nos hábitos alimentares da tribo dos Xikrin do Catete, localizada em reserva indígena na região de Parauapebas (PA).

Moradoras de Carajás (PA), do núcleo urbano da Companhia Vale do Rio Doce, viajaram 400 quilômetros para conhecer em um final de semana a realidade dos índios. Por meio de entrevistas de campo, descobriram mudanças no padrão alimentar, em substituição às tradicionais caça e pesca. Constataram que alimentos industrializados de baixo valor nutricional foram incorporados à dieta, como refrigerantes, biscoitos e bebidas alcoólicas. Consequência: aumento na incidência de doenças típicas de populações urbanas, ou seja, diabetes, hipertensão e obesidade.

As estudantes consideram que a experiência foi de grande importância para divulgar o problema para a sociedade brasileira. Para elas, participar da Febrace foi uma oportunidade única para vir a São Paulo pela primeira vez, conhecer a USP e trocar experiências com estudantes de outras regiões brasileiras.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 14/03/2013. (PDF)

Última chance – Hoje é o último dia para visitar a Feteps

Com entrada franca, feira na capital apresenta 288 projetos científicos e de inovação tecnológica de destaque produzidos nas Etecs e Fatecs

Ainda dá tempo de conhecer as novidades da 6ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps). Iniciado dia 23, o evento com entrada franca termina hoje, às 16 horas, na Expo Barra Funda, na Rua Tagipuru 1.001, próximo da Estação Barra Funda do Metrô, na capital. Em 2012, a Fetesp reúne 288 projetos científicos, culturais, de serviços e mais experiências realizadas pelos alunos das Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) mantidas pelo Centro Paula Souza.

A Feteps também funciona como ponto de integração das instituições de educação profissional pública entre diversos Estados do País e de parceiros na América Latina. Serve também como vitrine para o meio científico e tecnológico atrair novos talentos para o meio acadêmico, considerando que a maioria do público é formada por estudantes.

No total, o visitante conhece 196 criações de Etecs e 52 de Fatecs. E mais oito destaques nas áreas de indústria, serviços, saúde, agroindústria, ciências, meio ambiente, informática, iniciativas sociais e arte. Os projetos mais promissores serão premiados hoje com tablets, iPods e troféus, como resultado de concurso interno promovido pelo Centro Paula Souza.

Uma novidade desta edição é a presença, no mesmo espaço, de 44 trabalhos da Feira Ibero-Americano de Ciência, Tecnologia e Inovação (Empírika). Realizado pela primeira vez em 2010, na Espanha, o evento, bienal e itinerante, foi criado como parte das comemorações do 8º centenário da Universidade de Salamanca.

Mobilidade e inclusão social

O veículo elétrico dedicado à locomoção de pessoas especiais, da Fatec de Mogi Mirim, é um dos destaques da Feteps. Criado no primeiro semestre do ano, o protótipo envolveu o trabalho de 15 alunos do curso de Projetos Mecânicos e de dois docentes. Um deles, o professor Marcelo Caetano, ex-aluno da faculdade, orientou e acompanhou o uso de materiais nos laboratórios, em etapas como pintura e produção dos componentes da estrutura do carro.

Bancado com recursos próprios dos alunos, o veículo foi projetado para ser usado por paraplégicos, tetraplégicos e amputados dos membros inferiores. Funciona por comando de voz ou alavanca de comando (joystick) e foi programado para atingir velocidade máxima de 20 quilômetros por hora.

Ricardo Fujihira, um dos alunos no estande, observou que a proposta principal é favorecer o traslado do portador de deficiência. Segundo ele, se alguma empresa se interessar, a produção do veículo é viável, com ajustes de ergonomia e estrutura. “Os principais desafios foram superados – incluíram programar o software de comando e mais projetar, construir e fazer o veículo rodar com segurança”, observou.

Telhado verde

Guilherme Pinto é ex-aluno da Etec João Belarmino, de Amparo. Formado em julho de 2012, aplicou grande parte do que aprendeu no curso de Edificações em seu projeto pessoal: a construção de sua casa com telhado verde. Na 6ª Feteps, o público pode aprender com ele sobre sua experiência e também conferir um vídeo que mostra todas as etapas da construção da residência dele – desde a elaboração do projeto passando pela preparação da base de sustentação da estrutura.

Trocar a telha de barro por um gramado evita a emissão de gás carbônico para queimar o material e pode reduzir em até 40% o custo da cobertura da casa. Guilherme conta que o teto verde pode ser adotado em construção de todos os portes e se mostra bastante viável em moradia popular.

Além da economia de energia e do conforto térmico proporcionado, há ainda mais vantagens, como a resistência à umidade, à exposição solar e ao clima seco, além do baixo custo de manutenção, que deve ser semestral e feita pelo próprio morador.

Guilherme conta que o segredo do telhado verde é considerar todas as questões envolvidas ainda na fase do projeto. A ideia é contemplar aspectos como a escolha da melhor espécie de vegetal para ser usado no “jardim” do teto, passando por cuidados de impermeabilização da base e da construção do sistema de drenagem para evitar infiltrações e funcionamento correto das calhas. “Depois de pronto, o principal trabalho é arrancar as espécies invasoras do canteiro”, diz sorrindo para o público.

Ciência em notícia

Na Empírika 2012, evento paralelo à Feteps, um dos destaques brasileiros é o estande do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp. A dupla de pesquisadoras Ana Paula Morales e Germana Barata, responsáveis pelo espaço, explica que a proposta é apresentar para o público, de modo resumido, o trabalho do Labjor.

Assim, estimular o visitante a refletir sobre a divulgação da ciência e da tecnologia de maneira diferente e multidimensional, muito além do apresentado pela mídia. Quem quiser, pode aprender no estande a produzir notícia científica em uma oficina exclusiva. Nesse processo, a ideia é aprender a estruturar uma notícia de modo que o debate de um tema contemple muitas das áreas do conhecimento envolvidas.


Mais energias, menos impurezas

Disposta a tornar mais econômico o processo industrial de usinas, a equipe de alunos comandada pelo professor Marcelo Armoa, do curso de Biocombustíveis da Fatec Jaboticabal, criou um filtro de material cerâmico para retirar impurezas do caldo de cana após a moagem. De baixo custo, o dispositivo aumenta o potencial energético do composto e dispensa o uso de produtos químicos para clareá-lo.

O protótipo do filtro foi desenvolvido para atuar na primeira etapa do processo industrial, mas também favorece as posteriores. O conceito de “qualificar” o caldo permite usar menos água na fase seguinte do processo. E ainda torna mais eficiente o trabalho da caldeira permitindo gerar excedentes maiores de energia elétrica no processo global da usina.

O professor Marcelo informa que recebeu contatos de empresas para usar o produto e que pretende patenteá-lo em breve. A novidade atraiu a atenção da estudante Carolina Fátima, da Etec Santos Dumont, do Guarujá. Cursando o 3º ano do ensino médio, conta ter apresentado trabalho na área de biocombustíveis na Feteps 2011. E informa que pretende trabalhar na área petroquímica depois de formada. “A meta é aproveitar uma das muitas oportunidades de emprego que surgirão a partir da exploração das jazidas de petróleo e pré-sal na Baixada Santista”, revelou.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/10/2012. (PDF)