Programa da USP São Carlos vai levar projetos de alunos ao espaço

Missão Garatéa-E é aberta a escolas de todo o País dos níveis fundamental, médio e técnico; aceita experimentos em diversas áreas e a inscrição online termina dia 28

O Grupo Zenith, iniciativa multidisciplinar de pesquisas aeroespaciais da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP), recebe até o dia 28 inscrições de projetos científicos de alunos do Ensino Fundamental II, Médio e Técnico de escolas públicas e particulares de todo o País para participar da pré-seleção da Missão Garatéa-E. Podem concorrer equipes formadas por 3 a 15 estudantes, com proposta de experimento abordando diversas áreas do conhecimento, como física, química, biologia, bioquímica e astrobiologia, entre outros temas (ver Serviço).

De acordo com o professor Daniel Varela Magalhães, docente do Departamento de Engenharia Mecânica e também coordenador do grupo Zenith, os experimentos aprovados têm previsão de lançamento para agosto – e subirão até a estratosfera por meio de um balão especial, inflado com gás hélio, a uma altitude entre 30 e 35 quilômetros acima do nível do mar. “A proposta da Missão é aguçar a curiosidade dos alunos e despertar neles o gosto pela ciência, estimulando-os a desenvolver projetos criativos coletivamente”, observou.

Sem limites

“Não há restrições de assuntos, a escolha é livre. É possível projetar aplicações eletrônicas, eletromecânicas, biológicas e químicas. As únicas limitações dizem respeito à originalidade da autoria do projeto e ao volume e à massa dos experimentos, de modo a não ultrapassarem as dimensões da sonda a ser lançada rumo ao espaço”, destaca Magalhães.

Segundo ele, há inúmeras possibilidades de descobertas e de inovações passíveis de serem contempladas. A lista delas inclui, por exemplo, fotografar astros e corpos celestes, medir a umidade da estratosfera, detectar diferentes tipos de radiação ou, ainda, estudar como são as condições de vida nesses ambientes extremos, parecidas com a do planeta Marte, entre outras opções.

Inscrição

A inscrição deve ser feita online, no site da Garatéa-E, pelo responsável pela equipe. Esse orientador precisa ter idade mínima de 21 anos e, de preferência, ser professor. O link da página da Missão na internet (ver Serviço) traz também o edital e o cronograma completo do processo seletivo. Os projetos serão avaliados em primeiro lugar pela originalidade e criatividade.

Serão considerados também os objetivos e impactos posteriores ao lançamento da aplicação em órbita, assim como a metodologia científica empregada e a formulação teórica, associadas à organização, clareza e objetividade do relatório apresentado, cujo prazo de envio terminará no dia 20 de abril.

De modo global, serão observados também o trabalho coletivo de cada equipe e os recursos sociais e humanos abarcados no projeto, assim como os impactos do experimento na escola e nos participantes. A partir do dia 11 de maio os responsáveis pelos projetos classificados para a etapa seguinte serão contatados pela comissão avaliadora do Grupo Zenith.

Apoio

Formado em 2013 por docentes e alunos da EESC-USP, o grupo Zenith tem por missão desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao setor aeroespacial e estimular e ampliar a visibilidade dessa área no Brasil. Integrante desde 2016, João Victor Prado, estudante do quinto semestre de Engenharia Aeronáutica, informa a disposição de toda a equipe acadêmica em oferecer suporte técnico e científico às equipes participantes da Garatéa-E para desenvolverem seus experimentos.

“Na maioria das vezes, tiramos dúvidas dos professores orientadores das equipes por videoconferência e também os atendemos nos canais de comunicação da Missão (ver Serviço)”, informa Prado, também coordenador de projetos educacionais do Grupo Zenith. Na sua avaliação, a Garatéa-E é uma grande oportunidade para os estudantes colocarem em prática diversos ensinamentos teóricos recebidos em sala de aula, além do fato de o concurso ser uma grande vitrine nacional para o setor aeroespacial, “uma fonte de tecnologia, conhecimentos e muitos recursos para o País”, conclui.

Serviço

Garatéa-E (inscrição e edital)
Grupo Zenith
Facebook
E-mail educacional@garatea.space

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/02/2018. (PDF)

Governo subsidia adoção da energia solar em prédios públicos estaduais

Meta é instalar mais sistemas de geração elétrica limpa e renovável, semelhantes ao do Palácio dos Bandeirantes

Com o objetivo de poupar recursos e estimular a adoção de fontes sustentáveis no setor público, as secretarias da Fazenda e de Energia e Mineração elaboraram em conjunto o Decreto estadual nº 63.095, publicado no Diário Oficial do dia 23 de dezembro do ano passado. A medida isenta a cobrança do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) de diversos equipamentos utilizados em usinas de geração de energia elétrica solar destinados ao atendimento do consumo de prédios próprios públicos estaduais (ver serviço).

De acordo com a subsecretaria de Energias Renováveis da Pasta de Energia e Mineração, a proposta visa a repetir em outros órgãos da administração estadual projetos de eficiência energética como o da usina fotovoltaica do Palácio dos Bandeirantes. Instalada na sede do Governo paulista, na zona sul da capital, a planta de geração solar começou a funcionar em julho de 2015 – possui 262 painéis de silício, cada um deles com 310 megawatts de capacidade.

Esse sistema, parceria da AES Tietê com o Governo do Estado, ocupa 500 metros quadrados da cobertura do edifício e proporciona economia anual estimada pela concessionária em 92 MW, volume equivalente ao consumo mensal de 31 residências com três moradores, isto é, cerca de 250 kilowatts. A usina fotovoltaica integra o Programa de Eficiência Energética da AES Eletropaulo e essa iniciativa, adotada no Palácio dos Bandeirantes, incluiu também a troca de luminárias, reatores e lâmpadas com alto consumo por outras mais econômicas.

Oportunidade

Segundo Luiz Claudio de Carvalho, coordenador da Administração Tributária da Fazenda, o Decreto estadual no 63.095/17 atende a uma demanda do setor fotovoltaico nacional e tem como base o Convênio ICMS 114/2017 (ver serviço), celebrado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). “Por meio dele, gestores de prédios próprios públicos estaduais, como escolas da rede pública, universidades e presídios, entre outros, podem agora elaborar projetos de usinas próprias mais baratas se beneficiando da isenção do imposto”, explica.

Assim, comenta Carvalho, além da economia proporcionada com a adoção da energia solar, a mudança tributária trará a diminuição do preço das peças usadas nos equipamentos fotovoltaicos, incluindo estruturas de suporte, transformadores, cabos, disjuntores, conversores e quadro de comando, entre outros itens utilizados. A medida incentiva o uso da energia solar nos prédios públicos, por meio da redução do custo dos equipamentos. “Isso poupará recursos públicos, já que as contas de energia elétrica ficarão mais baratas”, destaca.

Compartilhando

Outra medida de incentivo à geração solar adotada pelo Governo paulista é a Resolução nº 74, de 5 de agosto do ano passado, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA). Essa deliberação dispõe as regras do licenciamento ambiental para a geração fotovoltaica de até 5 megawatts, definindo como devem ser os empreendimentos de micro e minigeração distribuída, um incentivo à produção solar local e regional (ver serviço).

Alinhada à lei federal, essa norma estadual segue as Resoluções Normativas nº 482 e nº 687, editadas em 2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essas resoluções instituíram juridicamente no País a figura do consumidor de energia também produtor para uso próprio e compartilhado na vizinhança. Assim, a cada 30 dias, quando esse consumidor gera um excedente de energia superior ao seu consumo, o mesmo volume proporcional fica como crédito acumulado na conta de luz para usar no mês seguinte. Desse modo, produz quando há maior irradiação solar e também consegue economizar.

Potencial

De acordo com Paulo Sassi, da Subsecretaria de Energias Renováveis da Secretaria Estadual de Energia e Mineração, há também incentivo para a instalação de sistemas fotovoltaicos na indústria, comércio e residências. Nas casas e edifícios, a dica é aproveitar a luz solar em aquecedores nos telhados. Esses equipamentos permitem poupar, em média, até 40% da conta de eletricidade – e por terem duração média entre 15 e 20 anos, é possível amortizar o custo de sua aquisição em cerca de cinco anos.

Atualmente, a capacidade instalada de geração solar no Estado é de 1,1 MW, total equivalente a cerca de 0,3% do total nacional. Entre as usinas fotovoltaicas paulistas, a pioneira é a de Tanquinho, projeto piloto da CPFL Energia. Sediada em Campinas, tem 1.082 kW de potência e funciona interligada à rede elétrica convencional da concessionária. Atualmente, a planta abastece a zona rural do município com 1,6 gigawatts/hora por ano e pode suprir 1,3 mil casas com consumo mensal de 100 kW cada uma.

Serviço

Convênio Confaz ICMS 114/2017
Decreto estadual nº 63.095/2017 – alteração no ICMS
Resolução estadual SMA nº 74/2017
Resolução Aneel nº 482/2012
Resolução Aneel nº 687/2012

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/02/2018. (PDF)

Ranking Paulista de Energia: ferramenta para gestores públicos e privados

Desenvolvida pela Secretaria de Energia e Mineração, ferramenta gratuita e on-line reúne dados do consumo de eletricidade, gás natural, gás comprimido, etanol e derivados de petróleo dos 645 municípios paulistas desde 2012

Com a proposta de oferecer uma ferramenta para gestores públicos e privados, empreendedores, órgãos de fomento à economia, a Secretaria Estadual de Energia e Mineração lançou no dia 15 de dezembro o Ranking Paulista de Energia. Apresentado on-line em seção exclusiva do site da Pasta, esse serviço gratuito e inédito no País apresenta de forma dinâmica e interativa o consumo de eletricidade, gás natural, gás comprimido, etanol e derivados de petróleo dos 645 municípios paulistas desde 2012. (ver serviço).

O coordenador do Grupo de Dados Energéticos da secretaria e responsável pelo levantamento das informações do projeto, Reinaldo Almança, destaca o fato de o ranking ser um ‘recorte’ do Anuário Estatístico de Energéticos por Municípios no Estado de São Paulo. Produzida desde 2006, essa publicação reúne informações das concessionárias de eletricidade e de gás com atuação no território paulista. Sua mais recente edição, de 2017, ano-base 2016, segue disponível para consulta e cópia na Biblioteca Virtual, outra seção do site da pasta.

Ilimitado

“A proposta principal da ferramenta é estimular o desenvolvimento no Estado, oferecendo de modo transparente e aberto informações atualizadas e fidedignas para serem usadas em projetos nos municípios paulistas”, explica o coordenador. Na área de energia elétrica, os dados são fornecidos por 14 concessionárias de distribuição, seis de geração e uma de distribuição; e na área de gás natural, por três distribuidoras. Na avaliação do coordenador, as possibilidades de uso da ferramenta são ilimitadas.

Como exemplos possíveis, ele cita a criação de distritos industriais ou a abertura de uma empresa com demanda específica. “A ideia é aproveitar potencialidades regionais com as fontes energéticas disponíveis, promovendo, inclusive, ações permanentes para economizar, definir saídas para suprir os períodos com incremento no consumo e estimular políticas de substituição de matrizes poluentes por outras mais limpas e sustentáveis”, destaca.

Descomplicado

Pioneiro no País, o ranking surgiu em outubro. Idealizado pelo jornalista Armando Junior, coordenador do Grupo de Comunicação e Marketing da pasta, seu desenvolvimento teve o apoio do analista de sistemas da secretaria, Marco Antonio Cremonesi. De modo inovador, o sistema on-line apresenta os volumes de eletricidade em megawatt-hora (MWh); o gás natural e o gás comprimido em metros cúbicos (m³), o etanol em litros (l) e os derivados de petróleo em toe, sigla em inglês cujo significado é tonelada equivalente de petróleo.

O sistema permite comparar o gasto de energia de uma cidade ano a ano. Ele possibilita contrapor rapidamente o consumo anual de um energético entre municípios paulistas, nos últimos cinco anos, bem como conferir o total de energéticos utilizados no Estado. Por fim, é possível conferir a participação de cada cidade na matriz de energia utilizada no Estado.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/01/2018. (PDF)