Febrace 2014: inscrições abertas

Concorrem estudantes de escolas públicas e particulares de todo o País; a inscrição (até o dia 29) é gratuita e os trabalhos podem ser individuais ou coletivos

Até o dia 29 segue aberta inscrição para projetos de estudantes interessados em participar da 12ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia (Febrace). Podem concorrer trabalhos de estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental, médio e técnico, de 14 a 20 anos, provenientes de escolas públicas e particulares de todas as cidades do País.

O interessado deve cadastrar seu trabalho no site da Febrace ou enviá-lo pelo correio. A inscrição é gratuita e cada projeto pode ser de autoria individual ou coletiva, com até três participantes. Não há limitações para a escolha do tema (obedecidas às categorias propostas).

As categorias são sete: Engenharia; Ciências Exatas e da Terra; Humanas; Sociais Aplicadas; Biológicas; da Saúde; e Agrárias. Em todas, é preciso redigir plano de pesquisa, com dados, resumo, relatório final e uma foto. E mais, registrar todas as etapas realizadas, indicando precisamente (datas e locais), fatos, passos, observações, descobertas, indagações, investigações, entrevistas, testes, resultados, análises, etc. Todo projeto requer a indicação de um professor-orientador, cuja missão será ajudar a aprimorar o plano de pesquisa e acompanhar e supervisionar o desenvolvimento.

O plano de pesquisa deverá conter título do projeto, questão ou problema identificado, hipótese científica ou objetivo, descrição detalhada dos materiais e métodos (procedimentos) que serão utilizados para verificar a hipótese científica ou para atingir o objetivo de Engenharia, além de bibliografia, com no mínimo três referências importantes.

Finalistas e prêmios

No dia 18 de dezembro, a organização da Febrace informará a lista de projetos finalistas que serão expostos na feira. Serão selecionados aproximadamente 300 trabalhos, e quem for classificado precisará pagar taxa de R$ 30 por participante, até o dia 31 de janeiro. Depois deste período, o custo sobe para R$ 40 e o prazo terminará dia 15 de fevereiro.

Em 2014, o evento ocorrerá de 18 a 20 de março, das 14 às 19 horas, na tenda que será erguida no campus da USP, na Cidade Universitária, zona oeste da capital. Em 2013, a instalação foi montada em uma parte do estacionamento de carros da Escola Politécnica.

Os vencedores receberão medalhas, troféus, certificados e equipamentos eletrônicos, além de prêmios institucionais, como estágios, bolsas de estudo e visitas monitoradas às empresas parceiras. Em todas as edições da Febrace são selecionados nove projetos para participar do maior evento da categoria do mundo: a Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Intel Isef).

A Febrace é uma feira organizada por uma associação sem fins lucrativos e mantida com o apoio e financiamento de seus parceiros, que são Intel do Brasil, ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Unesco, Petrobras, Sebrae, Instituto Votorantim, Instituto Solví, Bradesco, Rede Globo e TV Cultura, entre outros.


Etecs campeãs

Em 2013, os alunos Gabriel dos Prazeres e Vinícius de Souza, da Escola Técnica Estadual (Etec Alan Sobral), de Heliópolis, ganharam o primeiro lugar com o projeto Sementuca na categoria Ciências Sociais Aplicadas. Em 2012, um projeto de embalagens ecológicas para mudas, desenvolvido pelas alunas Ana Ramos, Graziele da Silva e Tatiane Florido, da Etec Conselheiro Antonio Prado, de Campinas, também conquistou o primeiro lugar na categoria Ciências Agrárias.

Em 2011, Adriana Santana e Tiago Tolone, alunos da Etec Getúlio Vargas, da capital, obtiveram o quarto lugar na categoria Ciências Ambientais da Intel Isef, realizada em Los Angeles, Califórnia. Em 2010, duas Etecs foram para a feira Intel Isef: Prof. Carmelino Corrêa Júnior, de Franca, e Getúlio Vargas, da capital. A Etec Trajano Camargo, de Limeira (2008), Etec Getúlio Vargas (2007) e Etec Polivalente, de Americana (2004) já representaram a instituição.

Serviço

Febrace

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/10/2013. (PDF)

R$ 550 milhões para os pequenos

Com taxa de juro inferior à do mercado, empréstimo da Agência de Fomento Paulista impulsiona pequenas e médias empresas no Estado

A Agência de Fomento Paulista, instituição financeira do Governo estadual, completou três anos em março. Vinculada à Secretaria Estadual da Fazenda, já emprestou R$ 548,5 milhões desde o início de suas operações. São diversas opções de financiamento, com crédito de longo prazo para pequeno e médio empresário sediado em São Paulo.

Em 2011, a carteira de crédito da Agência de Fomento cresceu 83% e foram realizadas duas mil operações para mais de 650 empresas em 166 municípios paulistas. O objetivo primordial das operações financeiras não é o lucro financeiro, mas a criação de empregos e renda. O valor mínimo dos financiamentos é R$ 30 mil reais e o máximo é de R$ 30 milhões.

Pode pedir empréstimo empresa com faturamento anual mínimo de R$ 360 mil e máximo de R$ 300 milhões e o prazo para pagamento é de dez anos. Um dos atrativos da instituição são as baixas taxas de juros, inferiores às praticadas pelos bancos privados.

A menor taxa cobrada é de 0,41% ao mês com correção da IPC-Fipe (sigla que identifica o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Copa 2014

Em fevereiro, a Agência de Fomento Paulista criou a Linha Investimento Esportivo 2014, destinada a negócios relacionados à Copa do Mundo de 2014. O torneio esportivo será disputado no Brasil e terá jogos na capital e, possivelmente, delegações estrangeiras se hospedarão no Estado de São Paulo.

Com taxa de juros de apenas 2% ao ano (+IPC/Fipe), tanto o setor privado quanto o setor público das cidades candidatas a sediar Centros de Treinamento de Seleções (CTS) contarão com prazos e condições exclusivas para construção de hotéis e centros esportivos.

Novidade: a Agência de Fomento Paulista aderiu recentemente ao Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), do Sebrae. O serviço serve como opção para o pequeno empresário complementar suas garantias na hora de obter o financiamento.

A proposta principal da Agência é incentivar o empresário a investir no longo prazo e planejar o crescimento do negócio de modo sustentável. Todos os setores da economia estão contemplados com os empréstimos, incluindo indústria, comércio, serviços e agronegócio.

A ideia é que o dinheiro não seja usado apenas como capital de giro, mas para financiar novos empreendimentos, reforma, ampliação e modernização de instalações, compra de máquinas etc.

As linhas de crédito da Agência de Fomento Paulista são voltadas para uma faixa de renda acima das feitas pelo Banco do Povo Paulista (BPP). Esta iniciativa é “irmã” da realizada pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert).

Petróleo e linha verde

Há linha especial para empresa disposta a ser parceira da Petrobras na exploração das jazidas de pré-sal, petróleo e gás natural na Baixada Santista. O recurso atende projetos de até 120 meses em diversas áreas, como prospecção, distribuição, produção de bens de capital e prestação de serviços técnicos especializados.

Podem solicitá-lo empresa paulista e de outros Estados. Já para máquinas e equipamentos, há financiamento para aquisição isolada e de bens novos fabricados no Brasil e no exterior (caso não haja similar nacional). O prazo máximo desta operação financeira é de até 60 meses, incluindo a carência. Este é o mesmo tempo oferecido para franquias, porém o prazo mínimo para começar a pagar é de 18 meses, enquanto para as de máquinas e equipamentos é de 12 meses.

Há também opções de empréstimo exclusivas para projetos de investimento. Um deles é a Linha Economia Verde, voltada para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e permitir às empresas que se adaptem à Política Estadual de Mudanças Climáticas, instituída pela Lei 13.798, de novembro de 2009.

A Linha Economia Verde contempla a substituição de combustíveis por opções menos poluentes, renovação de frotas, adoção de fontes de energia renovável, redução de perdas no processo de geração e transmissão de eletricidade, criação de áreas de reflorestamento, recomposição de matas ciliares, compensações ambientais e edificações com padrões de construção sustentável, entre outros.


Agência de Fomento Paulista

A Agência de Fomento Paulista funciona como um banco de desenvolvimento. Possui R$ 1 bilhão para novos financiamentos, provenientes, na maioria, de recursos próprios e, uma menor parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Se não tiver acesso à internet, o empresário também pode obter informações e conseguir empréstimo na sede da Agência de Fomento Paulista, que não possui atendimento bancário e fica na Rua da Consolação, 371, no centro da capital.

Outra opção é dirigir-se a qualquer uma das 50 entidades empresariais parceiras, como o Sebrae, Fiesp, Federação das Associações Comerciais do Estado (Facesp), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entre outras. O site da Agência de Fomento Paulista informa a lista completa de parceiros. O empresário também pode procurar a entidade de classe ao qual é associado e dar início ao processo de tomada de crédito.

Serviço

Agência de Fomento Paulista

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 27/03/2012. (PDF)

O mundo promissor da bionanotecnologia

Laboratório de bionanotecnologia do IPT a ser inaugurado em julho coloca São Paulo na linha de frente da pesquisa tecnológica

Já chegaram os primeiros equipamentos do Laboratório de Bionanotecnologia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), pioneiro do gênero no Brasil. As obras dos quatro edifícios do novo centro foram iniciadas em 2009 e concluídas no final de 2011. Localizado no complexo principal do IPT, na Cidade Universitária, na capital, o novo centro tem 8 mil metros quadrados de extensão e inauguração prevista para julho.

Com investimento de R$ 50 milhões, financiados pelo Governo paulista, a bionanotecnologia é uma aposta do IPT para atender a diversos ramos industriais. Metade da verba foi consumida em gastos com a obra e o restante em equipamentos, capacitação de recursos humanos e concurso público realizado em 2011 para admitir 75 novos profissionais, entre pesquisadores e técnicos.

Fundado em 1899 e vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), o IPT atua como elo multidisciplinar entre universidades e centros de pesquisas com diversos setores produtivos brasileiros.

Potencial trilionário

O serviço do IPT inclui desenvolver soluções tecnológicas e melhorar processos para pequenos e médios empresários, de modo que fortaleça o empreendedorismo no País. Neste sentido, a bionanotecnologia é campo fértil para a inovação em muitas áreas, em especial medicina, petróleo e gás, medicamentos, têxtil, cosméticos, química, cerâmicas, siderurgia, papel e celulose, combustíveis e construção civil.

Levantamento da empresa internacional de pesquisas Lux Research, especializada em novos negócios e tecnologias para empresas e governos, avalia entre US$ 2 trilhões e US$ 3 trilhões anuais o potencial da área de bionanotecnologia para gerar receitas globais. A expectativa do IPT é ser parceiro de empresas brasileiras para a conquista de uma fatia desse mercado.

A bionanotecnologia é uma área científica recente e multidisciplinar. Surge das fronteiras do conhecimento de ramos tradicionais, como química, física, biologia, engenharia, entre muitas outras. De modo geral, propõe técnicas, processos e métodos para mudar as propriedades dos compostos e materiais muito pequenos, chegando até o nível molecular.

De origem grega, a palavra nano significa anão e representa valores na escala milionésima. Em alguns casos, as medidas chegam a nanômetros, unidades equivalentes à bilionésima parte de um metro – algo cerca de cem mil vezes mais fino que um fio de cabelo. As bionanopartículas somente são visíveis em microscópios de alta definição e resolução, com capacidade de aumento superior a 800 mil vezes.

Aplicações ilimitadas

Uma técnica a ser desenvolvida no laboratório é a de microencapsular partículas para a área farmacêutica. O objetivo é produzir um medicamento que, antes de ser inoculado no organismo, tenha seu princípio ativo programado para atuar só em um órgão ou tecido celular específico. E também sempre ser liberado no tempo, local e dosagem correta.

As vantagens são diminuir efeitos colaterais e permitir formulações, respeitando características individuais do paciente, como sexo, peso, altura e idade para aprimorar um patch (curativo) para tratamento de tumores na pele, com nanofibras e ação localizada.

Outra pesquisa prevista é desenvolver um lubrificante especial para motores, com propriedades anticorrosivas, a ser liberado quando uma temperatura específica é atingida. Princípio semelhante terá um revestimento interno para dutos usados pela  na retirada de petróleo em plataformas submarinas. O óleo cru sai do subsolo com a temperatura média de 200ºC e tem em sua composição bactérias que provocam corrosão. E este é um desafio para a manutenção do equipamento, muitas vezes instalado em águas profundas.

Fábrica de protótipos

“Nessa nova corrida tecnológica mundial, o Brasil terá condição de ser competidor de primeira linha”, garante João Fernando Gomes de Oliveira, diretor-presidente do IPT.

“Vamos aproveitar o conhecimento multidisciplinar do instituto para desenvolver protótipos bionanotecnológicos. Esses compostos, por sua vez, nortearão as empresas sobre como produzir os materiais em escala industrial”, explica.

O Laboratório de Bionanotecnologia será inaugurado com clientes públicos, como a Petrobras. E também pretende atender a empresas privadas. “São muitos clientes potenciais. As pesquisas serão realizadas sempre com três fontes de recursos igualmente divididos. O custeio será rateado entre a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), a empresa privada interessada e subvenção governamental”, informa João.


Instalações especiais

O projeto arquitetônico do laboratório do IPT incluiu sistemas antivibratórios no subsolo do edifício principal e o maior conjunto de “salas limpas” do Brasil. Este tipo de ambiente com filtros especiais é usado para testes e manufatura de produtos. Previne a contaminação do ar por partículas capazes de interferir no trabalho.

A fachada lateral envidraçada foi projetada para o sul, de modo que garanta que a incidência de energia solar não atrapalhe o conforto térmico dos laboratórios. Outra característica é a possibilidade de reconfigurar rapidamente ambientes internos para abrigar novas pesquisas e equipamentos.

Assim, o projeto dos edifícios contemplou o fornecimento de gases e outras substâncias para as pesquisas, a partir de tubulações internas nas colunas. Desse modo, os pesquisadores têm à disposição hélio, hidrogênio, nitrogênio, gás natural, oxigênio e acetileno para alimentar os equipamentos. E também água desmineralizada, quente, vapor e ar comprimido, entre outras opções.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/02/2012. (PDF)