Seminário no IPT orienta empresas paulistas a exportar

Encontro sobre qualificação de micro e pequenos empreendedores propõe expandir e internacionalizar negócios, além de apresentar diversos serviços oferecidos pelo Estado

Na manhã de ontem, 26, um público composto por empreendedores lotou o Auditório do Núcleo de Bionanomanufatura do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para participar do Seminário Prepare sua Empresa para Atender Novos Mercados. Promovido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI), IPT e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o encontro realizado na capital orientou empresas sobre como qualificar tecnicamente produtos de acordo com exigências legais e divulgou meios para exportá-los.

Logo na entrada do auditório, os visitantes puderam conferir showroom com diversos produtos fabricados no Estado por empresas atendidas pelo Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT (NT-MPE), entre eles, chuveiros, jaqueta para motoboy com airbag, decks para piscinas feitos com fraldas não utilizadas pela indústria, entre outros. Responsável pelo NT-MPE, a pesquisadora Mari Katayama destacou em sua exposição todas as opções desse serviço de apoio ao empreendedor, criado em 1999 e com mais de 5 mil atendimentos no portfólio.

À disposição

O serviço recordista de chamados no NT-MPE são as Unidades Móveis (Prumo), cujo atendimento consiste na ida de uma equipe formada por técnico e engenheiro à empresa solicitante para solucionar gargalos na produção. O Prumo atende às áreas de polímeros (plásticos e borrachas), cerâmica, couro e calçados e tratamento de superfícies. Além dele, há a Qualificação de Produtos para o Mercado Interno (Qualimint), a Gestão da Produção (Gespro), a Produção Mais Limpa (Prolimp) e o Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex).

“Quem não inova em produtos e processos fica para trás. A proposta do IPT é sempre ser aliado do empreendedor”, informou Mari Katayama. Segundo ela, podem solicitar esses atendimentos negócios com faturamento anual de até R$ 90 milhões – e ter até 90% de seus custos subsidiados pela SDECTI. Assim, a empresa paga, no mínimo, os 10% restantes, de acordo com cada caso.

Internacionalização

Representando a Fiesp, Marco Antonio dos Reis, diretor-adjunto do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria, e Vladimir Guilhamat, diretor do departamento de relações internacionais e de comércio exterior, destacaram a importância das empresas não se voltarem às exportações somente nos momentos de crise econômica e de retração no mercado doméstico. Segundo eles, a internacionalização precisa ser uniforme e não deve ser descontinuada.

Também abordando a expansão das empresas brasileiras, Paulo Brusqui, gerente de exportação da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo), ressaltou o Programa de Qualificação para Exportação (Peiex). Realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o programa foi iniciado em 2015, tem parceria com a Investe São Paulo e atraiu mais de 2,5 mil empreendedores.

Mercosul

“Muitos deles nos procuram nos eventos SP Export, outra ação permanente da Investe São Paulo, com diversos parceiros direcionados para a internacionalização de marcas e produtos brasileiros”, esclareceu Brusqui. Uma dessas interessadas foi Luane Moliterno. Representando a Block Insetos, microempresa de sua família sediada no Ipiranga, zona sul da capital, ela foi ao seminário para iniciar o processo de internacionalização de sua tela mosquiteira fixada por ímãs, cujo principal diferencial, explica, “é poder ser instalada em qualquer tipo de janela”.

“Criamos a startup em outubro do ano passado e lançamos o produto em abril. Hoje, sua versão mais barata, a de R$ 69, está disponível no site da empresa (ver serviço) e em 200 pontos de venda do País”, informa a empreendedora. Por meio do Peiex, Luane projeta vender as telas, fabricadas com fibras de vidro, para países do Mercosul, iniciando pelo Uruguai nos próximos meses. “Eu desconhecia a existência de apoios governamentais à exportação das pequenas empresas. Iniciativas como esse seminário são excelentes”, argumentou.

Embora tenha produzido versões em espanhol dos manuais e embalagens do produto, para Luane, o apoio e a experiência da Apex-Brasil e da Investe São Paulo serão fundamentais na internacionalização. Ela pretende destacar nos textos o fato de as telas não se ressecarem ao sol, não propagarem chamas e serem recomendadas para distribuição em pet shops, pelo fato de “gatos não conseguirem desfiar os fios”, outro diferencial.

Parceria antiga

O engenheiro Carlos Cella, diretor industrial da Cardal Eletro Metalúrgica, contou a história da bem-sucedida parceria da empresa com o IPT. No final da década de 1980, ele procurou espontaneamente o Laboratório de Instalações Prediais para desenvolver normas técnicas para o mercado interno de duchas e aquecedores – dois produtos fabricados pela empresa paulistana sediada no Bom Retiro, região central da capital.

“Queríamos ter um conjunto de normas e padronizações, para nossos produtos também serem validados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)”, revelou. No IPT, Carlos Cella foi atendido pelos engenheiros Jacques Toutain e Adílson Lourenço. Satisfeito com o primeiro trabalho, solicitou outro, também voluntário, para aferir a qualidade e a eficiência energética de seus produtos, de modo a aprimorá-los.

De volta ao IPT, Carlos Cella passou a ser atendido pelo engenheiro elétrico Douglas Messina, também do Laboratório de Instalações Prediais, mas, dessa vez, apresentou uma exigência técnica. Atualmente a empresa exporta para Paraguai, Bolívia, México, Colômbia, Equador e Costa Rica. Desde março, o Equador passou a exigir adequação à norma técnica IEC. “Fizemos o diagnóstico preliminar, sugerimos adequações nos aquecedores e depois dos ensaios com o produto, em 90 dias ele estava novamente apto para exportar”, informou Messina.

Serviço

Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT
E-mail ntmpe@ipt.br
Telefone (11) 3767-4204

Investe São Paulo
Apex-Brasil
Fiesp
Block Insetos
Cardal Aquecedores

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 27/09/2017. (PDF)

Fatec São José dos Campos abriga 23ª Competição Baja SAE Brasil

Universidades paulistas lideram ranking de títulos da disputa nacional de engenharia de mobilidade; nas 22 edições do torneio, ficaram 16 vezes com o primeiro lugar do pódio

Entre os dias 9 e 12, dez equipes de estudantes de engenharia de universidades públicas estaduais disputaram a 23ª Competição Baja SAE Brasil. Dessas, três aparecem no ranking das 20 melhores do País. Considerada pelos organizadores como a maior e mais importante prova nacional do gênero de mobilidade, neste ano o torneio foi realizado nas imediações do câmpus da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Prof. Jessen Vidal, em São José dos Campos.

O torneio original surgiu nos Estados Unidos em 1973, realização da SAE International, a maior associação mundial de profissionais da indústria automotiva, com 138 mil associados. Na edição encerrada no domingo houve a participação de 88 equipes, o maior número já registrado no País desde a criação da etapa nacional, em 1995. Nesse período, dos 22 primeiros lugares na classificação geral, 16 foram conquistados por escolas paulistas de engenharia, sendo oito deles obtidos por instituições ligadas ao Estado de São Paulo.

Trabalho

A competição desafia times de até 20 universitários a pôr em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula. Todo projeto exige orientação de um professor e propõe trabalho completo de construção de um baja, considerando todas as etapas, desde a concepção e os testes finais de campo com o veículo do tipo off road (fora de estrada).

Além da inovação, os juízes da SAE Brasil também avaliam questões técnicas, organizacionais, de segurança, trabalho em equipe e gestão econômica, entre outros aspectos. Todo projeto campeão regional disputa a etapa nacional; o vencedor da fase brasileira passa para a competição internacional, nos Estados Unidos. Neste ano, a competição será realizada em Pittsburgh (Kansas), de 25 a 28 de maio.

Patrocinada por empresas como Mercedes-Benz, NSK, Schaeffler, Bosch, Chevrolet, entre outras, a disputa entre as universidades de todas as regiões brasileiras “fortalece o preparo dos futuros engenheiros para o mercado de trabalho, por oferecer aos alunos um caso real de desenvolvimento de veículo, com todas as implicações e desafios”, explica o presidente da SAE Brasil, Mauro Correia.

Resultados

Na quinta-feira, 9, e na sexta-feira, 10, as equipes foram divididas em dois grupos para a primeira fase de apresentação de projetos com as provas de inspeção técnica, abastecimento, verificação de motor, conforto e freios. No sábado, 11, foram realizadas as avaliações dinâmicas, análise de capacidade de tração, aceleração e velocidade máxima, suspensão e tração e as repescagens de segurança, conforto, freios, apresentação final de projetos e briefing com pilotos. No domingo, o ápice do encontro, foi realizado o enduro de resistência, prova de maior pontuação.

Cerca de 3 mil pessoas acompanharam as disputas. Na pontuação geral, a campeã foi a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Seus dois carros obtiveram o primeiro e o terceiro lugar no pódio. Na segunda colocação ficou o protótipo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na quarta o baja do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI) e na quinta posição o da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Até o final dessa semana, a SAE Brasil divulgará em seu site o ranking com a classificação final e todas as menções honrosas (ver serviço).

Paulistas, presente!

Com dois carros inscritos na competição, a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) teve como capitã da equipe a estudante de engenharia de materiais Suellen Alcântara, de 21 anos. “Para manter o retrospecto favorável, de seis títulos nacionais, viramos noites nas oficinas da USP para aprimorar sistemas de chassi, eletrônica, suspensão e freio desenvolvidos exclusivamente para a competição com orientação do professor Álvaro Costa”, contou a universitária ao lado de Rodrigo Logazzi, futuro engenheiro de produção e piloto dos bajas.

No boxe vizinho, a equipe da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) esmerava-se nos acertos finais do Teiú, nome dado ao protótipo nas cores preto e verde. “Desde 2002 buscamos esse título inédito e dedicamos o carnaval inteiro para acertar o carro, cujo orçamento total ficou em cerca de R$ 30 mil. Como novidades para esse ano, reprojetamos a direção e a suspensão, para ter mais leveza e desempenho superior”, revelou a universitária Mayumi Rodrigues, capitã do grupo.

Uma boa colocação na classificação nacional também era a meta da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Ilha Solteira. No primeiro dia de provas, duas horas antes da inspeção de frenagem, o piloto Pedro Bonádio viu uma trinca de 1,5 centímetro na manga de eixo, um conector da suspensão dianteira cuja avaria colocaria em risco as manobras do Manthus. “A escolha desse nome foi para dar sorte. Em grego, ele simboliza o deus do azar”, revelou Leonardo Olbrick, o porta-voz da equipe.

“Não dava para trocar a peça, ela custou R$ 2 mil. Corremos do sítio em Caçapava, onde estávamos hospedados, para uma firma especializada sediada nas proximidades da Rodovia Dutra e especializada em solda do tipo TIG (de tungstênio), a única possível para esse tipo de conserto. Deu certo, o dono da Argo Tig, sensibilizado com o problema, pôs um funcionário à nossa disposição. Em 30 minutos o reparo estava concluído”, contou sorrindo.


As equipes campeãs desde 1995

Escola Ano
Cefet-MG 1999
EESC-USP* 1995, 1996, 1997, 2003, 2006, 2008
FEI** 2001, 2002, 2005, 2007, 2010, 2011, 2016
Instituto Mauá de Tecnologia** 2004
Poli-USP* 2009, 2012
UFMG 2015
UFPE 2013, 2014, 2017
UFRN 1998, 2000

* = escola superior de engenharia vinculada ao Estado de São Paulo
** = escola superior paulista de engenharia

Serviço

23ª Competição Baja SAE Brasil

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/03/2017. (PDF)

Vem aí o primeiro satélite lunar brasileiro de pesquisa

Integrado por cientistas da USP e pesquisadores de empresas e de diversos centros de estudos aeroespaciais, Projeto Garatéa-L lançará, em 2020, sonda para estudar os efeitos do ambiente espacial sobre a vida

Lançar, em dezembro de 2020, a primeira sonda interplanetária brasileira rumo à órbita lunar. Eis a proposta de um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e de pesquisadores de centros de estudos públicos e privados nacionais e de empresas de tecnologia (startups).

Batizado de Garatéa-L, o projeto pioneiro e multidisciplinar é coordenado pelo engenheiro aeroespacial Lucas Fonseca, docente convidado da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) e pelo astrobiólogo Douglas Galante, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Originária do tupi-guarani, a palavra garatéa significa ‘busca-vidas’ e traduz um dos principais objetivos da expedição científica: investigar os efeitos do ambiente espacial sobre diferentes formas de vida existentes na Terra.

A letra L, acrescentada no final do nome do projeto, faz menção à Lua, um ambiente onde as condições de sobrevivência são consideradas extremas, devido à radiação, às variações de temperatura e à inexistência de barreiras de proteção à vida existentes na Terra, como a atmosfera e o campo magnético, formado pelos metais líquidos presentes em seu subsolo.

Essenciais

São muitas as respostas a serem buscadas com a missão. Segundo seus idealizadores, Fonseca e Galante, algumas delas serão essenciais em planejamentos futuros de missões tripuladas a corpos celestes, considerando o atual desconhecimento sobre quais efeitos o corpo humano sofreria após passar um mês ou mais tempo na Lua ou em Marte.

Além da dupla, os principais pesquisadores participantes do projeto são Fábio Rodrigues, do Instituto de Química (IQ) da USP; Daniel Varella, da EESC-USP; Otávio Durão, Fátima Matiello e José Sérgio de Almeida, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); Luís Loures e Lídia Shibuya, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); Thais Russomanno, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); e Vanderlei Parro, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Interplanetárias

Estudar em tempo real os efeitos do chamado espaço profundo em colônias de micro-organismos abrigadas em um nanossatélite do tipo CubeSat é um dos pilares principais do projeto. Esse viés de astrobiologia do projeto ajuda a ciência a tentar explicar a origem, a evolução e o futuro de diferentes formas de vida na Terra, assim como investigar essa questão em outros astros.

“A busca por vida fora da Terra necessariamente passa por entender como ela pode lidar com – e eventualmente sobreviver a – ambientes de muito estresse, como é o caso da Antártica, dos Andes e do Deserto do Atacama, onde já fizemos estudos. Agora iremos repeti-los na órbita lunar”, explica Galante.

Fonseca, seu parceiro na coordenação do Garatéa-L, foi o único cientista brasileiro a integrar a Missão Rosetta, projeto da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês). Em 2004, o consórcio europeu de pesquisa lançou uma nave em direção à órbita do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Dez anos depois, os cálculos realizados estavam certos – e um robô saído da sonda conseguiu aterrissar, coletar materiais do solo, como água, e fotografar. Desde então, as viagens interplanetárias evoluíram e aumentou a compreensão sobre como ocorreu a formação dos planetas do sistema solar, entre outras questões.

Balão

Formado na EESC-USP em 2007, Fonseca atualmente divide com o engenheiro eletricista Daniel Varella, docente da instituição e também participante do Garatéa-L, a coordenação do grupo extracurricular Zenith. Baseada na EESC-USP e composta por 30 alunos de graduação e pós, a equipe dedica-se a diversos estudos aeroespaciais, em especial, projetar e construir balões atmosféricos, um tipo de experimento que norteará diversas etapas do CubeSat brasileiro.

Capaz de subir até 35 quilômetros de altura antes de estourar, esse tipo de balão possibilita diversas experiências com engenharia e áreas afins do Garatéa-L, como radiação ionizante e ultravioleta em bactérias e pigmentos e a coleta em tempo real de dados atmosféricos. No dia 19, às 11 horas, o grupo Zenith lançará, no câmpus II da USP São Carlos, um balão atmosférico. Quem quiser pode assistir e acompanhar, inclusive ajudar a resgatar a sonda depois da queda. Mais informações a respeito podem ser obtidas no Facebook do grupo (ver serviço).

Internacional

Em 2013, depois de cursar pós-graduação na França e trabalhar para o governo alemão, Fonseca retornou ao País e criou sua empresa, a Airvantis, cujo projeto principal é o Garatéa-L, isto é, desenvolver e lançar o primeiro CubeSat nacional interplanetário. Esse modelo de sonda espacial surgiu no meio acadêmico na década de 1990, sendo hoje usado pela NASA (agência espacial dos Estados Unidos) e por 250 universidades de 70 países.

No Brasil, Inpe e ITA mantêm pesquisas com CubeSats – e entregarão o da missão Garatéa-L em setembro de 2019. O nanossatélite nacional será formado por seis cubos, cada um com dez centímetros de lado e dispostos em duas fileiras de três unidades cada uma. A sonda viajará para a órbita lunar na nave-mãe britânica Pathfinder com outros quatro dispositivos semelhantes fabricados por outros países, com diferentes objetivos.

Para ir à Lua, o projeto brasileiro foi selecionado em edital científico promovido neste ano pela SSTL, empresa privada britânica, com apoio da ESA, e pela agência espacial do Reino Unido (UK Space Agency). A Pathfinder seguirá para o espaço no foguete indiano PSLV-C11, o mesmo da bem-sucedida missão lunar Chandrayaan-1, realizada em 2008.

Soberania

O projeto tem custo estimado de R$ 35 milhões, dinheiro que será captado em órgãos de fomento à pesquisa (instituições públicas e privadas e empresas). “Queremos gerar inovação e soberania e inserir o Brasil em uma corrida tecnológica já iniciada na Europa e nos Estados Unidos”, explica Fonseca. “Em vez de importar uma sonda, vamos construí-la no País, para desenvolver muitas das tecnologias necessárias e formar pessoal especializado”, ressalta.

Eventuais interessados em participar ou acompanhar o Garatéa-L devem entrar em contato pelo site ou pela fan page do projeto no Facebook (ver serviço). “Além de parceiros científicos, o grupo busca empresas de quaisquer áreas para patrocinar o projeto, considerando o seu ineditismo e diversas outras questões, como as possibilidades de explorar a jornada inédita e também as imagens geradas da órbita lunar em tempo real”, destaca. “Empreender sem depender apenas de dinheiro estatal é outra aposta do projeto”, finaliza Fonseca.

Serviço

Missão Garatéa-L
Facebook
EESC-USP
Grupo Zenith
Lançamento de balão atmosférico

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 14/12/2016. (PDF)