Professora da Forp-USP cria modelo de mini-implante

Novo design permite substituir qualquer dente; sistema de fixação com única broca dispensa enxerto ósseo e possibilita colocação mais rápida, indolor e menos invasiva

Desenvolvido pela professora e dentista Andréa Cândido dos Reis, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, câmpus de Ribeirão Preto (Forp-USP), modelo de implante dentário abre novas perspectivas para pacientes, dentistas e fabricantes de materiais odontológicos.

Constituído apenas pelo mini-implante e por uma única broca para fixação, o sistema traz diversos benefícios em comparação ao convencional, como instalação mais rápida, indolor, menos invasiva, sem enxerto ósseo e com a vantagem de poder substituir qualquer dente.

A tecnologia empregada no mini-implante começou a ser desenvolvida em 2012 nos laboratórios do Departamento de Materiais Dentários e Próteses da Forp-USP e recebeu financiamento de R$ 40 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Em setembro do ano passado, depois de avaliações multidisciplinares bem-sucedidas, a Agência USP de Inovação a patenteou no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

Atualmente, a criação da professora Andréa segue em testes em coelhos. A expectativa é transferir o direito de produção para alguma empresa de materiais odontológicos disposta a fabricar o kit com o mini-implante e lançá-lo no mercado a partir do ano que vem.

Estabilidade

“O design das peças é um dos diferenciais”, revela Andréa, professora livre-docente e especialista em próteses e implantes. Segundo ela, um dos desafios foi desenhar sob medida cada um dos componentes, considerando formato, rosca, diâmetro, largura e espessura, entre outras modelagens feitas diretamente no torno industrial. Biocompatível e feito com liga de titânio, assim como o material convencional, o mini-implante tem custo menor de fabricação por exigir menos material, ferramentas e embalagens.

“O valor reduzido abrange todo o procedimento odontológico. Diminui o uso de materiais e equipamentos em todas as fases de seu processamento até a cirurgia. A questão seguinte, prática e decisiva, era conferir estabilidade ao implante no ato da colocação na boca do paciente”. Esse fator, explica a professora, é essencial para a fase seguinte, para quando os tecidos ósseos nascerem e aderirem a todo o conjunto ao redor do implante.

Parcerias

Ao longo de seu desenvolvimento, o projeto teve diversas colaborações. A lista inclui os professores José Augusto Marcondes Agnelli e Claudemiro Bolfarini, ambos do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Eles atuaram nos testes de tratamento de superfície e ensaios mecânicos com o mini-implante e componentes protéticos. Além deles, também colaboraram a doutoranda Mariana Lima da Costa Valente, dentista e aluna de Andréa e a equipe da Oficina de Precisão do Instituto de Física da USP, câmpus de São Carlos (IFSC-USP).

Andréa destaca o fato de o implante dentário ser técnica comum hoje nos consultórios. Consiste em colocar um suporte de titânio no osso maxilar para substituir a raiz do dente. Essa substituição, comenta a pesquisadora, soluciona diversos problemas associados ao uso de próteses totais convencionais (dentaduras), tais como dificuldades na fala e na mastigação, estética desfavorável e distúrbios psicológicos decorrentes, como baixa autoestima e exclusão social.

Entretanto, diz Andréa, os implantes não são viáveis em todos os casos de falta de dentes. Podem ser mais caros do que as dentaduras e a instalação das bases de metal requer cirurgia e, na maioria dos casos, enxerto ósseo. Assim, ela destaca outro benefício dos mini-implantes: “Por serem mais baratos, exigem procedimento menos complexo para fixação, sem enxertos e com menos riscos cirúrgicos, especialmente para os pacientes com a saúde comprometida”.

Serviço

Forp-USP
Telefone (16) 3315-4790
E-mail andreare@forp.usp.br

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/07/2017. (PDF)

Cera ecológica é inovação apoiada pelo IPT

Parceiro do empreendedor paulista, Instituto de Pesquisas Tecnológicas capacita quem deseja iniciar produção ou aprimorar processos para atender ao mercado interno e externo

Substituir a parafina – extraída do petróleo e espalhada na prancha pelo surfista para oferecer mais equilíbrio nas manobras – por uma cera ecológica, proveniente de fonte renovável e capaz de se degradar no meio ambiente sem afetar o ecossistema marinho.

Com essa proposta, o microempreendedor Alexandre Bruno, de Cotia, município da Grande São Paulo, encontrou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) o parceiro ideal para desenvolver uma linha de produtos à base de cera de abelha capaz de propiciar alta aderência para a prática de surfe, bodyboarding e stand-up paddle em águas de diferentes temperaturas.

Publicitário e webdesigner freelancer, Bruno, 38 anos, pega onda desde os 16 anos. No início, revela ter testado por conta própria receitas caseiras de misturas com ceras apresentadas no canal de vídeos YouTube – porém nenhuma delas resistia aos testes com a prancha na água. Depois, o surfista amador passou a importar dos Estados Unidos alguns produtos à base de cera de abelha. No entanto, a crise cambial tornou-os caros demais.

Consultoria

Bruno decidiu montar um negócio e fabricar a cera, partindo do zero, para lançar um produto inédito no País e funcional, que pudesse ser usado em qualquer situação pelo surfista. Ele sabia do ferramental e serviços tecnológicos oferecidos pelo IPT, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, para empresas de todos os portes, interessadas em atender ao mercado interno e externo.

Em março de 2015, Bruno enviou e-mail ao Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa (NT-MPE) para pedir orientação sobre como desenvolver o produto e obter financiamento para abrir sua empresa, depois batizada de Parafinaria (ver serviço). Duas semanas depois, recebeu resposta do Produção Mais Limpa (Prolimp), um dos programas do NT-MPE.

O atendimento ficou a cargo da equipe formada pelos engenheiros químicos Silas Derenzo e Guilherme Ungar e pela estagiária Larissa Araújo, do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas. No contrato assinado entre as partes, Bruno aportou R$ 4 mil; o Estado, por meio da secretaria, subsidiou os R$ 19 mil restantes necessários, além de fornecer ao microempreendedor a consultoria do IPT para montar e gerir o novo negócio.

Baixo custo

Uma das dificuldades iniciais, revela Derenzo, era não existir referência técnica constituída sobre a nova cera, cuja composição utiliza somente matérias-primas naturais e nacionais. Trabalhando em conjunto, Bruno, Derenzo e a equipe do IPT aprimoraram o produto ao longo de seis meses.

Nesse período, avaliaram dureza, temperatura de fusão e capacidade de aderência da cera. Bruno fazia testes nos fins de semana na Praia do Tombo, Guarujá. Em novembro de 2015, o trabalho foi concluído e rendeu um pedido nacional de patente, cuja propriedade intelectual é compartilhada entre a microempresa e o IPT.

“O surfe é uma integração completa do ser humano com a natureza e seu praticante costuma valorizar a preservação ambiental. Com a cera orgânica, o atleta passa a dispor de um produto de baixo custo para passar na prancha e ter uma película com ótima aderência. Aliás, pode usar sem sentimento de culpa. O produto não tem origem fóssil nem utiliza processos produtivos poluentes, desde o início até o fim de seu ciclo na natureza”, conta o microempresário.

Diferenciais

Além da questão da sustentabilidade, a cera orgânica tem como atrativos melhorar o desempenho do surfista sobre as ondas e, principalmente, o preço. É comercializada on-line no atacado e no varejo no site da empresa (ver serviço). A equipe do IPT ajustou o odor da cera e amenizou o cheiro excessivo de mel.

Para turbinar as vendas, os parceiros apostam no crescimento do comércio eletrônico mundial, considerando a vasta faixa litorânea existente no País e o fato de o Brasil ter esportistas campeões mundiais, como Gabriel Medina, no surfe, um incentivo para “mais pessoas destruírem somente as ondas e não as praias”, brincam os parceiros.

Serviço

Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT
E-mail ntmpe@ipt.br
Telefone (11) 3767-4204

Parafinaria

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/04/2017. (PDF)

Atendente virtual Poupinha amplia serviços do Poupatempo

Disponível no computador e no celular, serviço on-line permite esclarecer dúvidas e agendar atendimento nos 72 postos do programa

Cem dias após entrar em operação, o assistente virtual Poupinha, ferramenta interativa de apoio ao usuário alojada no site do Poupatempo, registrou 8,5 milhões de atendimentos (ver serviço).

Na semana passada, a Diretoria de Serviços ao Cidadão da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp) apresentou a segunda versão da plataforma, com a inclusão de mais serviços, disponíveis a partir da digitação de perguntas e da escolha de respostas na interface do chat.

O Diretor de Serviços ao Cidadão da Prodesp/Poupatempo, Ilídio Machado, explica: “O Poupinha utiliza conceitos de inteligência artificial para simular um atendente humano. Assim, consegue esclarecer, de modo automático e instantâneo, as dúvidas dos usuários”. Ele continua: “Conforme os cidadãos vão digitando novas palavras no banco de dados, o sistema vai ‘aprendendo’. As solicitações mais procuradas e as opções mais escolhidas vão sendo incorporadas gradativamente. Com essa repetição, os pedidos mais comuns passam a ter respostas padrão, o que torna o atendimento mais ágil.”

Agendamento

O Poupinha também funciona no Messenger, aplicativo gratuito do Facebook para troca de mensagens em celulares. Nessa nova fase, informa o diretor, foram ampliados os serviços e agendamentos referentes à carteira de identidade (RG), um dos serviços mais procurados nos postos do Poupatempo. Até o fim do mês, serão incorporadas à plataforma do assistente virtual as atividades ligadas à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e ao Atestado de Antecedentes Criminais. Depois, seguirá com o Cadastro de Emprego e Seguro-Desemprego.

O atendente virtual foi criado pela empresa Nama Inteligência Artificial. Surgiu como solução experimental de tecnologia apresentada no Pitch Gov SP, evento do Governo paulista realizado em 2015 com a finalidade de criar soluções inovadoras para desafios de relevância pública em diferentes áreas. “A proposta principal desse ‘robozinho’ é promover eficiência e economia, ou seja, distribuir a demanda dos cidadãos nos postos e evitar filas e deslocamentos desnecessários”, explica Machado.

O Poupinha entrou em operação no dia 28 de dezembro do ano passado e seguirá em desenvolvimento até 29 de junho. A partir dessa data será lançado pela Prodesp um edital de licitação para abertura de concorrência pública com vistas à contratação de fornecedor do atendente virtual definitivo. “Assim como fizemos com os totens de autoatendimento dos postos, até o fim deste semestre vamos avaliar quais são as especificações técnicas mais adequadas para fornecer o serviço”, informa Machado.

Serviço

Como usar o Poupinha:

Site Poupatempo
Aplicativo Messenger (cópia gratuita):
celular Android
iPhone

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/04/2017. (PDF)