Uso de nome social cresce 60% na rede estadual de ensino

No início do ano passado, 44 alunos travestis e transexuais haviam requerido a inclusão do nome social nos documentos escolares; hoje, são 290 estudantes; interessado deve fazer a solicitação na secretaria da escola

No período de 12 meses, o número de alunos solicitantes da inclusão do nome social nos documentos escolares na rede pública estadual aumentou 60%. Com apelo de cidadania e de respeito à diversidade, a medida atende a travestis e transexuais, de ambos os sexos.

É direito respaldado pelo Decreto estadual nº 55.588, de 17 de março de 2010. Essa determinação vale também para todos os órgãos da administração paulista, direta e indireta.

“Um dos propósitos dessa legislação é fortalecer, já na escola, a inclusão social desses cidadãos e assegurar-lhes desenvolvimento digno e respeitoso”, explica o professor Thiago Sabatine, responsável pela equipe técnica de Diversidade Sexual e de Gênero da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CEGB), da Secretaria da Educação do Estado. Ele explica que o nome social é ligado à identidade de gênero: “É a forma como o indivíduo se vê, o resultado da construção de sua identidade ao longo de sua vida”, afirma.

Tendência

Ontem, 28, foi celebrado em diversos países o Dia Internacional do Orgulho LGBT, sigla que identifica lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. O professor comenta que a maior visibilidade conquistada por esses cidadãos também vem sendo observada na rede pública estadual.

No levantamento realizado pela CEGB, no início do primeiro semestre do ano passado, 44 alunos haviam requerido o nome social e, após seis meses, somavam 127. No final do ano, o crescimento continuou e o total chegou a 182 solicitantes. Hoje, encerrado o primeiro semestre, o nome social é uma realidade para 290 estudantes.

Do total de solicitações, 78% são adoção de nome social feminino; e os 22% restantes, masculino. Entre os requerentes, 65% estão matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e 35% no ensino fundamental e ensino médio regular. Destaca-se, ainda, que 26% têm menos de 18 anos, e 74%, 18 anos de idade ou mais.

Solicitação

No Estado de São Paulo, requerer a adoção do nome social foi um desdobramento do Decreto estadual nº 55.588. A partir dele, o Conselho Estadual de Educação expediu a Deliberação nº 125/2014, com os procedimentos necessários para a sua aplicação, e todo o conjunto de informações a respeito foi incluído na Resolução nº 45/2014.

Além de reconhecer diferenças e prevenir segregação dos alunos, as regras vigentes incluem, por exemplo, tratamento exclusivo pelo nome social e sua inclusão em documentos internos, como lista de chamada, boletim escolar e carteirinha de estudante. Entretanto, ele não é utilizado em histórico escolar, certificados e declarações.

Aluno regularmente matriculado com mais de 18 anos pode requerer a qualquer tempo a inclusão do nome social na secretaria da escola. Se for menor de idade, a solicitação exige companhia e autorização dos pais ou do responsável. Em até sete dias, o estabelecimento o incluirá no cadastro de alunos, de onde são gerados os documentos escolares internos, como lista de chamada, carteirinha e boletim.

Capacitação

Em 2014 e no ano passado, a Secretaria da Educação promoveu duas videoconferências direcionadas a capacitar professores e servidores das escolas a respeito do tema. Intitulados Travestis e transexuais – O direito ao nome social e Tratamento nominal de discentes, travestis e transexuais, os vídeos estão disponíveis para acesso na Videoteca da Rede do Saber, plataforma de capacitação e de ensino a distância da pasta (ver serviço).

Outras ações, comenta Sabatine, abrangem encontros presenciais realizados em diferentes formatos pelo Núcleo de Inclusão Educacional da secretaria a partir de 2013. Neles, foram contemplados 4 mil educadores e houve a estruturação, nas 91 Diretorias de Ensino do Estado, de uma série de ações direcionadas à capacitação e formação de professores e funcionários das escolas.

Identidade

Michel Santos ingressou no 6º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Doutor Alberto Cardoso Mello Neto, localizada no Jardim Leonor Mendes de Barros, zona norte da capital. Depois de um ano, transferiu-se para uma instituição municipal de ensino, onde estudou por cinco anos. No primeiro semestre do ano passado, decidiu voltar à antiga escola para cursar o primeiro ano do ensino médio.

“Com autorização da minha mãe, solicitei já na matrícula o uso do nome social Michely”, revela a estudante. “Fiz valer esse direito para não passar por constrangimentos. Como me visto de mulher e uso maquiagem, não há mais motivo para ser chamada de Michel. Essa questão diz respeito à minha identidade, e a maioria dos colegas me recebeu bem”, destaca.

A professora e diretora da unidade de ensino, Cecília Bigattão, conta que Michely não foi a primeira aluna trans da escola, mas foi a primeira a pedir a inclusão do nome social. “Buscamos sempre tratar todos de modo igual, natural e inclusivo. Desse modo, temos certeza de estar construindo uma sociedade mais plural e igualitária”, observa a diretora.

Serviço

Videoteca da Rede do Saber

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 29/06/2016. (PDF)

Inscrições abertas para o curso Agentes do Brincar

Formação profissional gratuita tem carga horária de 160 horas e será ministrada na Etec Parque da Juventude; projeto é parceria do Centro Paula Souza com a Associação Brasileira pelo Direito de Brincar

Termina às 15 horas do dia 4 de fevereiro a inscrição para a segunda turma do curso de Qualificação Profissional Agentes do Brincar. Para concorrer a uma das 30 vagas oferecidas, o interessado tem de participar do processo seletivo (Vestibulinho) do Centro Paula Souza e estar cursando a partir do segundo ano do Ensino Médio regular, terceiro semestre da Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou Ensino Técnico ou Ensino Superior.

A capacitação é realizada pela Associação Brasileira pelo Direito de Brincar (IPA) em parceria com o Centro Paula Souza. As aulas serão ministradas pela professora Priscila Leonel, da Etec Parque da Juventude, da capital. A programação inclui a participação de palestrantes encaminhados pela filial brasileira da IPA.

O edital do processo seletivo está disponível na internet, assim como o formulário de inscrição (ver serviço). Até 4 de fevereiro, o interessado deve fazer depósito de R$ 30 no Banco do Brasil (agência 6804-7, conta corrente 2564-X), em nome da Associação de Pais e Mestres da Etec Parque da Juventude (APMETECPJ) cujo CNPJ é 09.061.921/0001-39.

Em seguida, o candidato deve remeter o comprovante de pagamento da taxa, até 5 de fevereiro, para o e-mail vestibulinho@etecpj.com.br, informando nome completo e CPF. Após o recebimento desse comprovante, a inscrição do candidato será efetiva.

A prova será aplicada no dia 13 de fevereiro, às 9 horas, na Etec Parque da Juventude, que fica próxima da estação Carandiru do Metrô. O exame inclui 50 testes de múltipla escolha, abordando questões das áreas de Geral, Formação Inicial e Continuada em Práticas em Mídias Sociais e Qualificação Profissional para o Trabalho em Agentes do Brincar. A lista dos aprovados será divulgada em 19 de fevereiro, no site da Etec Parque de Juventude (ver serviço) e a matrícula deverá ser feita nos dias 23 e 24.

As aulas serão ministradas na Etec Parque da Juventude, aos sábados, das 8 às 13 horas, e terão início em 5 de março. A carga horária do curso é de 160 horas, sendo 90 horas de aulas teóricas e oficinas e 70 horas reservadas para atividades complementares, como visitas a parques, museus e rodas de contação de histórias.

Reconhecimento

Segundo a coordenadora de projetos do Centro Paula Souza, Judith Terreiro, o público-alvo do curso são trabalhadores das áreas social e educacional, embora a formação siga disponível para profissionais de outras áreas. O conteúdo programático é elaborado para quem trabalha com atividades socioeducativas para crianças e jovens. Pretende construir – por meio de brincadeiras, histórias e atividades artísticas e culturais – o desenvolvimento e a capacidade de comunicação, liderança e criatividade desse público.

Judith explica que o curso também visa a fortalecer a busca pelo reconhecimento da profissão de Agente do Brincar no Brasil. “Em outros países, como a Inglaterra, isso já é uma realidade”, ressalta. Ela informa que em 2015, na primeira edição do curso, havia cinco candidatos concorrendo a cada vaga e foram formados 25 agentes. “Essa capacitação é prática e bastante procurada por professores de educação infantil e básica em busca de aperfeiçoamento”, finaliza.

Serviço

Edital
Inscrição
Etec Parque da Juventude
IPA Brasil
Vídeo sobre a primeira turma do curso

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 28/01/2016. (PDF)

Etecs e Fatecs: últimos dias de inscrições

On-line, o prazo nas escolas técnicas termina dia 7; nas faculdades de tecnologia, inscrições vão até dia 10 de novembro

Esta é a última semana para inscrições, pela internet, nos processos seletivos do primeiro semestre de 2015 das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs). As instituições são comandadas pelo Centro Paula Souza, responsável pelo ensino técnico estadual e vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Em ambos os processos seletivos, o Manual do Candidato está disponível para consulta e cópia gratuita na internet nos sites dos vestibulares. Nos dois concursos, candidato afrodescendente tem direito a acréscimo de 3% na nota. O aluno vindo de escola pública, usufruirá de 10%. A bonificação pode atingir 13%, caso o candidato se enquadre nas duas condições.

Para assegurar esse direito, o postulante afrodescendente deve fazer a autodeclaração no ato da inscrição. O aluno egresso da rede pública deve comprovar a conclusão integral do ensino médio em escola federal, estadual ou municipal.

Vestibulinho das Etecs

Para concorrer a uma vaga nas 217 Etecs e nas 47 classes descentralizadas, o prazo de inscrição no site do Vestibulinho (ver serviço) termina às 15 horas de 7 de novembro. É cobrada a taxa de R$ 30 e o exame será aplicado no dia 7 de dezembro. São oferecidas 82 mil vagas distribuídas entre o ensino médio; técnico; técnico integrado ao médio; e especialização técnica.

O pré-requisito para o candidato é ter concluído o ensino fundamental nas modalidades regular, Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Aqueles que pretendem fazer o ensino técnico precisam ter concluído ou estar cursando do segundo ano do ensino médio em diante.

A partir do dia 1º de dezembro, o site do Vestibulinho divulgará os locais de onde será feita a prova, que terá duração de quatro horas e 50 questões de múltipla escolha sobre conhecimentos do ensino fundamental. A primeira lista de convocação e de matrícula dos aprovados será divulgada também on-line em 15 de janeiro.

Vestibular Fatecs

Nas 63 Fatecs, são oferecidas 71 opções de cursos de tecnologia. A inscrição deve ser feita no site do Vestibular (ver serviço) até as 15 horas de 10 de novembro. Há cobrança de R$ 70 e a prova será aplicada no dia 14 de dezembro. São oferecidas 15.685 vagas, um crescimento de 2.660 em relação ao processo seletivo do primeiro semestre de 2014. Desse total, 1.960 vagas são para a modalidade de formação a distância.

É necessário, como pré-requisito, que o candidato tenha concluído ou esteja cursando o ensino médio ou equivalente (com comprovação de conclusão no ato da matrícula). Ele deve informar, no formulário de inscrição, a primeira opção de curso e também a segunda, que pode ser o mesmo curso pretendido, porém, em outro período ou unidade. Também é possível que a alternativa seja de qualquer curso, desde que o conjunto de disciplinas obrigatórias seja o mesmo da escolha inicial.

Pessoas com deficiência, que precisem de condições especiais para fazer a prova, devem mencionar sua necessidade na ficha de inscrição eletrônica. Será necessária a apresentação de laudo médico, emitido por especialista, até as 20 horas do dia 10 de novembro.

A partir do dia 8 de dezembro, o site do Vestibular divulgará os locais de provas, cuja avaliação inclui redação e 54 questões de múltipla escolha sobre conhecimentos do ensino médio e de raciocínio lógico. A primeira lista de convocação e de matrícula dos aprovados será divulgada também online em 16 de janeiro.

Serviço

Vestibulinho Etecs
Central de informações: telefones (11) 3471-4071 (Região Metropolitana de São Paulo) e 0800 772 2829 (demais localidades)

Vestibular das Fatecs
Central de informações: telefones (11) 3471-4103 (Região Metropolitana de São Paulo) e 0800 596 9696 (demais localidades)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/11/2014. (PDF)