Fatec de Pompeia utiliza drones no curso de Big Data no Agronegócio

Única da América Latina a oferecer essa graduação, instituição acaba de adquirir seis veículos aéreos não tripulados; proposta é formar profissional capaz de diminuir perdas e aumentar produtividade no campo

A compra de seis veículos aéreos não tripulados (Vants) é a mais recente novidade do curso de Big Data no Agronegócio, o primeiro do gênero na América Latina e oferecido no Brasil apenas na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Shunji Nishimura, de Pompeia, região de Marília, interior do Estado.

Do modelo DJI Phantom 3 Advanced, os drones foram adquiridos pela Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia por R$ 36 mil e estão sendo utilizados pelos alunos para documentar locais de plantação, em sobrevoos domésticos de até 300 metros de altura.

O objetivo dos voos radiocontrolados é gerar imagens aéreas de zonas de cultivo e, depois, usando softwares específicos, extrair informações desse material. Assim, será possível identificar em uma fotografia o total de mudas em determinada área ou, ainda, as falhas e linhas de plantio, entre outras possibilidades.

Um dos exemplos mais recentes do uso de drones na Fatec Pompeia é o projeto em andamento, em campos de soja, no município de Lucas do Rio Verde (MT), para rastrear exemplares atacados por nematoides, parasitas microscópicos.

Morador de Pompeia e calouro da primeira turma de Big Data no Agronegócio, Elton Fernandes, de 26 anos, explica que o drone voa, em média, a 100 metros de altura, e sua câmera de 12 megapixels produz sequências de milhares de fotografias com altíssima definição.

Do total de imagens, são selecionadas entre 50 e cem para compor o chamado ortomosaico, isto é, um mapa juntando todas e identificando as áreas atacadas pelos nematoides. “Como os parasitas enfraquecem e secam as plantas, é possível diferenciar as sadias das doentes observando tamanho e cor”, explica o estudante.

Pioneirismo

Vespertina e com três anos de duração, a graduação tecnológica em Big Data no Agronegócio oferece 40 vagas a cada semestre. No último Vestibular da Fatec, realizado em janeiro, a procura foi de 2,85 candidatos disputando cada uma das vagas.

A primeira turma iniciou as aulas em fevereiro; e o conteúdo acadêmico dos seis semestres foi elaborado por professores do Centro Paula Souza em parceria com a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia.

O curso é mais uma ação conjunta das duas instituições na área do agronegócio. Em fevereiro de 2010, criaram, juntas, o curso de Mecanização em Agricultura de Precisão, outra formação superior oferecida na Fatec Pompeia.

Segundo o professor Luís Hilário Tobler Garcia, doutor em engenharia mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) e coordenador do curso recém-iniciado, a chamada Big Data é uma área nova no campo da tecnologia da informação.

“Sua proposta é aproveitar a atual capacidade computacional para processar grandes volumes de dados e encontrar correlações entre eles, de modo a extrair pontos específicos e possibilitar a tomada de decisões estratégicas no agronegócio, hoje a principal fonte de riquezas brasileiras”, observa.

Metodologia

Responsável pelas disciplinas de Lógica de Programação e de Projeto Integrador de Lógica de Programação, o professor Garcia sublinha que o curso pretende formar profissionais capazes de diminuir as perdas existentes no trajeto entre o campo e a mesa dos cidadãos, hoje estimadas em 6% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, cerca de US$ 15,4 trilhões. “O intuito é combater esse desperdício e aumentar a produtividade do agronegócio, em especial o brasileiro, o mais competitivo do mundo”, explica.

De acordo com o professor Tsen Chung Kang, um dos idealizadores do curso, uma das estratégias adotadas é o Profound Learning (aprendizado profundo). Originária do Canadá e adaptada à realidade brasileira, essa metodologia de ensino consiste em propor ao aluno desafios que lhe permitam compreender quais áreas de conhecimento têm maior relevância e como resolver, em equipe, um problema.

Serviço

Fatec Shunji Nishimura (Pompeia)
Telefone (14) 3452-1294
E-mail f259dir@cps.sp.gov.br

Vestibular da Fatec

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 12/04/2017. (PDF)

Cera ecológica é inovação apoiada pelo IPT

Parceiro do empreendedor paulista, Instituto de Pesquisas Tecnológicas capacita quem deseja iniciar produção ou aprimorar processos para atender ao mercado interno e externo

Substituir a parafina – extraída do petróleo e espalhada na prancha pelo surfista para oferecer mais equilíbrio nas manobras – por uma cera ecológica, proveniente de fonte renovável e capaz de se degradar no meio ambiente sem afetar o ecossistema marinho.

Com essa proposta, o microempreendedor Alexandre Bruno, de Cotia, município da Grande São Paulo, encontrou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) o parceiro ideal para desenvolver uma linha de produtos à base de cera de abelha capaz de propiciar alta aderência para a prática de surfe, bodyboarding e stand-up paddle em águas de diferentes temperaturas.

Publicitário e webdesigner freelancer, Bruno, 38 anos, pega onda desde os 16 anos. No início, revela ter testado por conta própria receitas caseiras de misturas com ceras apresentadas no canal de vídeos YouTube – porém nenhuma delas resistia aos testes com a prancha na água. Depois, o surfista amador passou a importar dos Estados Unidos alguns produtos à base de cera de abelha. No entanto, a crise cambial tornou-os caros demais.

Consultoria

Bruno decidiu montar um negócio e fabricar a cera, partindo do zero, para lançar um produto inédito no País e funcional, que pudesse ser usado em qualquer situação pelo surfista. Ele sabia do ferramental e serviços tecnológicos oferecidos pelo IPT, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, para empresas de todos os portes, interessadas em atender ao mercado interno e externo.

Em março de 2015, Bruno enviou e-mail ao Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa (NT-MPE) para pedir orientação sobre como desenvolver o produto e obter financiamento para abrir sua empresa, depois batizada de Parafinaria (ver serviço). Duas semanas depois, recebeu resposta do Produção Mais Limpa (Prolimp), um dos programas do NT-MPE.

O atendimento ficou a cargo da equipe formada pelos engenheiros químicos Silas Derenzo e Guilherme Ungar e pela estagiária Larissa Araújo, do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas. No contrato assinado entre as partes, Bruno aportou R$ 4 mil; o Estado, por meio da secretaria, subsidiou os R$ 19 mil restantes necessários, além de fornecer ao microempreendedor a consultoria do IPT para montar e gerir o novo negócio.

Baixo custo

Uma das dificuldades iniciais, revela Derenzo, era não existir referência técnica constituída sobre a nova cera, cuja composição utiliza somente matérias-primas naturais e nacionais. Trabalhando em conjunto, Bruno, Derenzo e a equipe do IPT aprimoraram o produto ao longo de seis meses.

Nesse período, avaliaram dureza, temperatura de fusão e capacidade de aderência da cera. Bruno fazia testes nos fins de semana na Praia do Tombo, Guarujá. Em novembro de 2015, o trabalho foi concluído e rendeu um pedido nacional de patente, cuja propriedade intelectual é compartilhada entre a microempresa e o IPT.

“O surfe é uma integração completa do ser humano com a natureza e seu praticante costuma valorizar a preservação ambiental. Com a cera orgânica, o atleta passa a dispor de um produto de baixo custo para passar na prancha e ter uma película com ótima aderência. Aliás, pode usar sem sentimento de culpa. O produto não tem origem fóssil nem utiliza processos produtivos poluentes, desde o início até o fim de seu ciclo na natureza”, conta o microempresário.

Diferenciais

Além da questão da sustentabilidade, a cera orgânica tem como atrativos melhorar o desempenho do surfista sobre as ondas e, principalmente, o preço. É comercializada on-line no atacado e no varejo no site da empresa (ver serviço). A equipe do IPT ajustou o odor da cera e amenizou o cheiro excessivo de mel.

Para turbinar as vendas, os parceiros apostam no crescimento do comércio eletrônico mundial, considerando a vasta faixa litorânea existente no País e o fato de o Brasil ter esportistas campeões mundiais, como Gabriel Medina, no surfe, um incentivo para “mais pessoas destruírem somente as ondas e não as praias”, brincam os parceiros.

Serviço

Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT
E-mail ntmpe@ipt.br
Telefone (11) 3767-4204

Parafinaria

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/04/2017. (PDF)

Atendente virtual Poupinha amplia serviços do Poupatempo

Disponível no computador e no celular, serviço on-line permite esclarecer dúvidas e agendar atendimento nos 72 postos do programa

Cem dias após entrar em operação, o assistente virtual Poupinha, ferramenta interativa de apoio ao usuário alojada no site do Poupatempo, registrou 8,5 milhões de atendimentos (ver serviço).

Na semana passada, a Diretoria de Serviços ao Cidadão da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp) apresentou a segunda versão da plataforma, com a inclusão de mais serviços, disponíveis a partir da digitação de perguntas e da escolha de respostas na interface do chat.

O Diretor de Serviços ao Cidadão da Prodesp/Poupatempo, Ilídio Machado, explica: “O Poupinha utiliza conceitos de inteligência artificial para simular um atendente humano. Assim, consegue esclarecer, de modo automático e instantâneo, as dúvidas dos usuários”. Ele continua: “Conforme os cidadãos vão digitando novas palavras no banco de dados, o sistema vai ‘aprendendo’. As solicitações mais procuradas e as opções mais escolhidas vão sendo incorporadas gradativamente. Com essa repetição, os pedidos mais comuns passam a ter respostas padrão, o que torna o atendimento mais ágil.”

Agendamento

O Poupinha também funciona no Messenger, aplicativo gratuito do Facebook para troca de mensagens em celulares. Nessa nova fase, informa o diretor, foram ampliados os serviços e agendamentos referentes à carteira de identidade (RG), um dos serviços mais procurados nos postos do Poupatempo. Até o fim do mês, serão incorporadas à plataforma do assistente virtual as atividades ligadas à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e ao Atestado de Antecedentes Criminais. Depois, seguirá com o Cadastro de Emprego e Seguro-Desemprego.

O atendente virtual foi criado pela empresa Nama Inteligência Artificial. Surgiu como solução experimental de tecnologia apresentada no Pitch Gov SP, evento do Governo paulista realizado em 2015 com a finalidade de criar soluções inovadoras para desafios de relevância pública em diferentes áreas. “A proposta principal desse ‘robozinho’ é promover eficiência e economia, ou seja, distribuir a demanda dos cidadãos nos postos e evitar filas e deslocamentos desnecessários”, explica Machado.

O Poupinha entrou em operação no dia 28 de dezembro do ano passado e seguirá em desenvolvimento até 29 de junho. A partir dessa data será lançado pela Prodesp um edital de licitação para abertura de concorrência pública com vistas à contratação de fornecedor do atendente virtual definitivo. “Assim como fizemos com os totens de autoatendimento dos postos, até o fim deste semestre vamos avaliar quais são as especificações técnicas mais adequadas para fornecer o serviço”, informa Machado.

Serviço

Como usar o Poupinha:

Site Poupatempo
Aplicativo Messenger (cópia gratuita):
celular Android
iPhone

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/04/2017. (PDF)