Noé vem aí (novo detector de enchente é novidade)

De baixo custo, sistema criado no campus local informa em tempo real o nível d’água em dois pontos do córrego Monjolinho, que atravessa a cidade

Desenvolver um meio rápido e barato para avisar em tempo real, com mensagens SMS, as autoridades sobre os riscos da ocorrência de enchentes. Esta é a proposta da equipe do pesquisador Jó Ueyama, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos. Em dois anos, o grupo replicou nas imediações no Campus 1 uma experiência semelhante desenvolvida em rios ingleses pela universidade britânica de Lancaster.

Batizado de e-Noé, o sistema obteve autorização do posto local do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (DAEE) para monitorar em tempo real dois trechos do fundo do córrego Monjolinho com histórico de transbordamentos. O primeiro protótipo do kit com sensores foi instalado na Avenida Trabalhador São-Carlense, a cem metros da portaria do Campus 1 da USP. O outro, em ponto próximo de duas concessionárias de veículos, na altura da rotatória do Shopping Iguatemi.

Segundo o professor Jó, cientista da computação, o e-Noé tem como diferencial o custo do kit com sensores, de fácil montagem e orçado em média em R$ 1,4 mil cada: R$ 400 o valor de cada protótipo e mais R$ 1 mil a instalação. Cada conjunto é formado por dois sensores analógicos, com funções específicas. O primeiro mede a pressão do corpo d’água, para informar secas e enchentes. O segundo analisa a turbidez aquática, um indicativo de poluição.

Sala de controle

Outro aprimoramento da pesquisa foi a transmissão de dados sem fio, usando a tecnologia Zigbee. Este padrão de rede Wi-Fi permite enviar informações para distâncias de até 1,5 quilômetro, consumindo pouca bateria. Os dados sobre as oscilações do nível do curso d’água são remetidos para um computador na guarita do Campus 1. E seguem de lá, retransmitidos em tempo real, via fibra óptica, para os servidores do ICMC, no coração do campus.

O sensor funciona identificando diferenças de tensão elétrica no córrego, a partir das marcações de uma régua (coluna d’água) instalada no fundo do córrego. O sistema desenvolvido no ICMC-USP tem um “histórico” hídrico, que compara a todo instante o nível atual com os já registrados em cada período.

Quando ultrapassados os limites preestabelecidos, há risco de enchentes. O passo seguinte do sistema é disparar, de modo automático, mensagem de texto (SMS) com o alerta de possível enchente para números de celulares cadastrados. E assim avisar em tempo hábil a prefeitura e órgãos de proteção da população (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e agentes de controle de trânsito) para prevenir perdas materiais e humanas.

Programadores

Jó sugere que o ideal seria que cada município passasse a monitorar, em caráter permanente, todos os pontos críticos na área urbana. Comenta que, no caso de São Carlos, sua equipe desenvolve um site para informar a população em tempo real sobre o nível da água.

Além do professor, a equipe do ICMC-USP envolvida com o e-Noé é formada pelo graduando Murilo Marin Pechoto, de Ciência da Computação, que aprimorou a rede de transmissão dos dados, e mais o pesquisador João Porto de Albuquerque, responsável pelo desenvolvimento do programa de tomada de decisão do sistema, sua interface e o futuro site do software. Suas funcionalidades permitem apurar, interpretar e gerar gráficos em tempo real dos dados recebidos do curso d’água.

Futuramente, o grupo pretende oferecer o sistema de monitoramento antienchente como software livre e gratuito. A ideia é auxiliar as outras cidades brasileiras com históricos de enchentes.

O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC).

Controle

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de São Carlos, a cidade já dispõe desde 2009 de um moderno sistema de alerta via mensagem de texto para celulares (SMS). Ressaltou que os pesquisadores do ICMC-USP foram informados sobre o Plano Municipal de Segurança Pública, em execução desde 2001, e aprimorado desde então.

Disse ainda: “Esta é uma das primeiras cidades a fazer o alerta para comerciantes e moradores próximos aos córregos e áreas de risco. Além disso, estamos atualizando o mapa de risco e essas informações podem ser úteis para o aprimoramento de nova proposta de parceria com a universidade”.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/07/2012. (PDF)

Os melhores do Clica SP: Turismo premia vencedores do concurso fotográfico

Imagens das belezas naturais e de eventos de apelo turístico garantiram viagens aos três primeiros colocados

Na semana passada, a Secretaria Estadual do Turismo entregou os prêmios dos três primeiros colocados do Clica SP, na sede da pasta, na capital. A proposta do concurso fotográfico foi estimular qualquer pessoa, profissional ou não, a fotografar belezas naturais, paisagens, eventos, pontos turísticos e quaisquer atrações dos 645 municípios paulistas. A iniciativa foi realizada em parceria com a agência de viagens CVC e as prefeituras de Cananeia e Socorro.

O designer gráfico Marcelo Guedes Cornachini, de Praia Grande, foi o vencedor. Ele fez uma composição no Deck do Pescador em Santos, com um grupo ao pôr do sol, no local. A imagem vitoriosa foi a que mais se alinhou ao tema Retratar as belezas e os atrativos dos municípios do Estado de São Paulo, sob qualquer ângulo ou visão. O trabalho lhe rendeu um tablet 3G, com 16 GB de memória e mais um minicruzeiro de três noites, em cabine dupla, no navio Imperatriz, no sistema All Inclusive.

O advogado Luiz Otávio de Almeida Lima e Silva, de Santos, conquistou o segundo prêmio destacando o turismo de aventura. Em Ilha Comprida, retratou o stand up paddle, antiga forma de praticar surfe. Na cena, uma mulher se posiciona sobre a prancha e se prepara para remar nas águas marinhas azuladas. A imagem deu direito a passar um fim de semana com acompanhante na Estância Hidromineral de Socorro, com hospedagem por duas noites e três atividades de turismo de aventura.

O vendedor aposentado Samuel Kassapian Júnior, da capital, privilegiou o turismo de viés religioso, no Vale do Paraíba. Do alto da Basílica de Aparecida, registrou uma chuva de papel picado, com a igreja repleta de fiéis. A foto valeu o terceiro lugar no concurso e lhe conferiu um fim de semana para duas pessoas em Cananeia, com hospedagem e passeios de escuna para observação de golfinhos.

Comissão julgadora

A Secretaria Estadual do Turismo recebeu mil imagens, no período do concurso, que foi de 23 de novembro de 2011 a 31 de janeiro de 2012. A avaliação do material recebido foi feita pelo trio Miguel Netto (jornalista), Vanílson Fickert (turismólogo) e Orlando de Souza (publicitário) e teve apoio de todo o corpo funcional da pasta.

Os responsáveis pelo Clica SP avaliaram como positiva a interação feita com o público por meio do concurso. E pretendem promover em breve ações semelhantes e novos concursos temáticos. O conceito é que estas iniciativas incentivam a atividade econômica na alta e também na baixa temporada, além de serem uma vitrine permanente, com divulgação nos sites do governo e redes sociais.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/03/2012. (PDF)

Uma chance para quem precisa

DAEE dá oportunidade a morador de rua no Parque Ecológico do Tietê. Programa Frentes de Trabalho atende quem está há mais de um ano desempregado

Parceria do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) com a Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho reativou em janeiro o programa Frente de Trabalho. Criada pelo Governo paulista em 1999, a iniciativa de inclusão social amplia as chances de quem vive em condições precárias, como moradores de rua e de regiões da periferia com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito abaixo da média.

O programa dá oportunidade para quem está desempregado há mais de um ano. Até o momento, 35 pessoas executam serviços no Parque Ecológico do Tietê, situado na zona leste da capital. As atividades incluem cuidados com o campo, como poda e jardinagem e também limpeza e manutenção de placas.

“Muitos são profissionais qualificados. Temos pedreiros, pintores, marceneiros, e os colocamos em uma função relacionada com sua área de maior conhecimento e afinidade”, afirma Edison Cândido, diretor de parques do DAEE. “A expectativa é que, com o passar dos dias, mais candidatos se interessem e ingressem no programa”, acrescenta.

Bolsa-auxílio e benefícios

O bolsista tem uma carga de seis horas diárias e atua quatro vezes por semana, sendo o quinto dia dedicado a um curso profissionalizante gratuito, ministrado pelo Centro Paula Souza, também ligado ao Governo paulista. Cada um recebe bolsa-auxílio mensal de R$ 210, benefício-alimentação no valor de R$ 86 e mais R$ 80 para transporte.

“Podemos contar com duas turmas, uma em cada período: manhã – das 8 às 14 horas; e tarde, das 14 às 20 horas”, informa Edison. Quem trabalha pelo programa pode executar as atividades por até nove meses, sem vínculo empregatício, já que o projeto visa à profissionalização dos bolsistas e à abertura de futuras oportunidades.

Além de exercer as atividades remuneradas no parque, o diretor-geral apresenta outro objetivo: “Após o expediente, queremos integrar o pessoal no espaço oferecido pelo Parque Ecológico e levar os trabalhadores ao Museu do Tietê, à nossa academia, mostrar-lhes as trilhas e os demais equipamentos existentes”, comentou.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/01/2012. (PDF)