Fatec Indaiatuba aposta no empreendedorismo

Sediada na zona rural de Monte Mor, empresa de feno mais rico em nutrientes foi criada a partir de TCC de três irmãs e ex-alunas da Faculdade de Tecnologia

Formadas no curso de Gestão Empresarial, oferecido pela Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Indaiatuba – Dr. Archimedes Lammoglia, as irmãs Jaqueline, Janaína e Mirian Poltronieri montaram na propriedade da família uma empresa especializada em produzir e comercializar feno para cavalos.

No período de 2008 a 2014, as três concluíram a graduação tecnológica com trabalhos acadêmicos direcionados ao empreendedorismo, uma das propostas da formação tecnológica oferecida pelo Centro Paula Souza. Desse modo, estruturaram um novo negócio em um mercado ainda pouco explorado e com potencial de crescimento.

Responsável pela disciplina de Logística e orientador de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o professor Reinaldo Toso Júnior lecionou para as irmãs entre o primeiro semestre de 2008 e o segundo de 2014, tendo também coordenado o TCC de duas delas.

A primeira das filhas de Valdir Poltronieri, produtor rural de Monte Mor, a ingressar no curso foi Jaqueline; um semestre depois, sua irmã gêmea Janaína também passou no vestibular semestral da instituição (ver serviço) e, quando as duas obtiveram o diploma, no final de 2010, a caçula Mirian começou a cursar o primeiro dos seis semestres da formação.

A origem de tudo, lembra Toso Júnior, foi o TCC de Jaqueline, orientado pelo professor Luiz Antonio Daniel, atual diretor da Fatec Indaiatuba, propondo soluções para ampliar a produtividade das lavouras de batata, a principal cultura na propriedade da família Poltronieri.

Na sequência, Janaína abordou, em seu último trabalho acadêmico, o tema meios para aumentar a viabilidade técnica e econômica de negócios rurais. Por fim, o trabalho de Mirian consistia em um estudo de mercado completo apresentando os pontos estruturais de um futuro negócio com base na produção de feno (capim), contendo plano de negócios, análise da concorrência, pontos fortes e fracos, etc.

Nome de mercado

Depois de formadas, as irmãs seguiram carreiras diferentes, porém, ligadas ao empreendedorismo. Janaína, hoje, trabalha com o pai, como administradora; Jaqueline é funcionária de uma fabricante de motos; e Mirian abriu negócio próprio, batizado, inicialmente, de Feno Poltronieri. Segundo a caçula, no meio rural a divulgação de muitos produtos ocorre no “boca a boca”. Com o feno produzido por ela não foi diferente. Feito à base de capim da variedade tifton 85, o alimento para cavalos tem como diferencial sua composição, mais rica em nutrientes em comparação com a gramínea convencional.

A prevalência de invernos secos no Estado de São Paulo nas últimas décadas foi uma das justificativas para a criação desse negócio, iniciado no começo de 2014. Com menos pasto disponível nessa estação do ano, os donos de haras precisam alimentar seus animais com capim cultivado – daí a necessidade desse tipo de alimento produzido na fazenda da família Poltronieri, cuja cor esverdeada aumenta o interesse do animal.

Sucesso

Mirian conta que, logo após abrir a microempresa, precisou rebatizá-la. “O nome original não pegou. Meus clientes, donos de haras da região, vinham em busca do ‘feno das meninas’, ninguém sabia o nome correto”, conta. Hoje, observa, não faltam pedidos, muitos deles recebidos pela fanpage do produto no Facebook (ver serviço) e por meio de contatos feitos em ações de marketing em rodeios e festas de cavalaria. Por enquanto, ela não pretende ampliar a produção, por não dispor de infraestrutura suficiente para crescer mantendo a qualidade.

Depois de formada, Mirian manteve contato, por e-mail, com Toso Júnior. O tema das correspondências eram os desdobramentos da microempresa Feno das Meninas e para manter em dia o intercâmbio de informações entre as partes. O sucesso dessa experiência empreendedora motivou convites do professor para Mirian e as gêmeas relatarem sua experiência para estudantes atualmente matriculados na Fatec Indaiatuba.

Para o docente, foi o interesse das jovens que o fez também apostar no projeto. “A primeira coisa é a questão da seriedade com a qual o aluno encara a Fatec. As três tinham esse comprometimento e visão de que era um trabalho para a vida delas”, conta. “Hoje, esse caso de sucesso se tornou referência em toda a região. Mirian passou a ser pessoa conhecida, tendo sido inclusive convidada para conduzir a tocha olímpica em Indaiatuba, em julho”, finaliza.

Serviço

Fatec Indaiatuba
Vestibular Fatec
Feno das Meninas

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 13/09/2016. (PDF)

Reorganização da Polícia Civil reduz roubos

Com custo zero, Plano de Modernização do Decap conquistou o 3º lugar no 7º Prêmio Polícia Cidadã; ação ampliou também o número de esclarecimentos de delitos

Reorganizar, de modo eficaz e sem custos, a estrutura do Departamento da Polícia Judiciária da Capital (Decap) e, a partir dessa medida, melhorar os indicadores criminais da cidade de São Paulo. Com essa meta, um grupo de delegados do Decap conseguiu aumentar o número de esclarecimentos de delitos, reduzir as ocorrências de roubos no ano passado e, assim, conquistar o terceiro lugar no 7º Prêmio Polícia Cidadã – Propagando Boas Práticas – concurso promovido pela organização não governamental Instituto Sou da Paz (ver boxe).

A reestruturação funcional rendeu troféu e prêmio de R$ 8 mil para o então diretor do Decap Domingos Paulo Neto e equipe, formada pelos também delegados Fernando Melo, José Vicente Barreto Fonseca, Ricardo Bina e Rui Baracat. O conceito principal adotado no Plano de Modernização do Decap é concentrar informações e priorizar o trabalho de investigação, sobretudo dos crimes contra o patrimônio, sem descuidar, contudo, do atendimento ao público e das condições de trabalho e de qualidade de vida dos policiais.

Diretrizes

Hoje, atuando na Corregedoria-Geral da Polícia Civil, o grupo premiado seguiu quatro premissas na reorganização: aprimorar o plano de gestão do departamento; ampliar e qualificar sua estrutura de inteligência; se aproximar da sociedade, estreitando laços; e promover o diálogo interno no Decap.

Uma das estratégias bem-sucedidas foi transferir delegados, escrivães e investigadores para distritos próximos de onde residem e adaptar o expediente das denominadas Equipes de Polícia Judiciária (EPJs) aos horários e locais com mais ocorrências, seguindo critérios técnicos. A medida, explicam os premiados, trouxe economia de tempo, compatibilizou a quantidade de profissionais em cada unidade policial com o número de ocorrências e permitiu aos agentes saberem mais sobre o perfil da região onde atuam.

Organograma

Com efetivo de 6 mil policiais e 1,4 mil viaturas, a Polícia Judiciária da Capital é a maior em estrutura da América Latina. Possui, além da sede, 93 delegacias distritais, oito seccionais, nove de defesa da mulher, oito de proteção ao idoso e uma para pessoa com deficiência.

Segundo os delegados, remanejar os agentes foi um trabalho de grande amplitude e abrangência. “Analisamos a incidência e a natureza de cada delito por toda a extensão territorial da cidade, com olhar especial para os roubos, o que ensejou a criação de 93 EPJs especializadas nesse tipo de ocorrência”, complementaram.

Integração

Ao longo desse processo, a população teve vez e voz por meio de diálogo entre o Decap e os representantes dos Conselhos Estaduais de Segurança (Consegs) da capital, eleitos pela sociedade. Internamente, todos os policiais foram informados sobre as propostas e puderam sugerir melhorias e aprimoramentos no plano.

Entre as soluções encontradas, as principais foram concentrar pessoal e recursos nos distritos com mais ocorrências, rever a dinâmica do atendimento emergencial, com rápida difusão de informações relevantes à EPJ patrimonial, para evitar deslocamentos desnecessários e ampliar a eficiência da investigação.

Outras medidas incluíram estimular todos os profissionais da delegacia a ter visão ampla e sistêmica sobre os crimes cometidos em sua área de abrangência, assim como reforçar o trabalho de investigação e de integração interna e externa dos agentes. “O conceito é o seguinte: o delegado que atende a ocorrência normalmente fica responsável por sua conclusão”, destacam os agentes premiados.

Balanço

Os números apurados na capital pela Polícia Civil têm sido favoráveis. Na comparação entre os anos 2013 e 2014, o esclarecimento de latrocínios subiu de 78 para 95 casos (+21,8%), os arrastões diminuíram de 287 para 37 (-71,1%) e os assaltos a condomínios caíram de 23 para 16 (-30,4%).

Com relação aos roubos, os períodos avaliados foram o primeiro e o segundo semestre de 2014. Neles, a subtração de veículos decresceu de 26.420 para 22.954 (-13,1%) e outras perdas de bens mediante violência tiveram queda de 82.490 para 77.613 (-5,9%).


Redução da criminalidade é o foco

Realizado desde 2002 pelo Instituto Sou da Paz, o concurso bianual destaca ações capazes de prevenir e reduzir a criminalidade e servir de referência para unidades de segurança pública de todo o País. A edição 2014/2015 foi patrocinada pela Imprensa Oficial e família Cláudio Haddad, tendo como mote a diminuição de roubos nos 645 municípios paulistas.

Mais de 60 projetos concorreram aos três prêmios principais do concurso: de R$ 20 mil, R$ 12 mil e R$ 8 mil. Na avaliação dos trabalhos, foram consideradas questões como a valorização e preservação da vida, o uso proporcional da força, a não discriminação e a redução do sentimento de insegurança.

A lista dos vencedores do prêmio pode ser consultada no site do instituto, que traz também vídeos dos três projetos mais bem colocados (ver serviço). A divulgação dos nomes dos ganhadores ocorreu em solenidade realizada no Teatro Municipal, na capital, no dia 19 de maio.

Serviço

Prêmio Polícia Cidadã
Visualização dos vídeos dos três projetos vencedores

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/06/2016. (PDF)

Cadeira veicular inteligente alia segurança e inovação

Alunos da Fatec Santo André criaram sistema que reduz riscos de acidentes com crianças esquecidas no interior de veículos

“A vida não tem preço.” Esse foi o lema que o grupo de alunos do curso de Eletrônica Automotiva da Faculdade de Tecnologia Estadual (Fatec) de Santo André adotou para desenvolver um sistema visando à prevenção de acidentes com crianças esquecidas dentro de veículos. De baixo custo, o dispositivo funciona acoplado à cadeira veicular, equipamento de segurança obrigatório para transportar crianças.

Batizado como Cadeira Infantil Veicular Inteligente (Civi), o projeto é o trabalho de conclusão de curso (TCC) dos universitários Renato Santos, Dernivaldo Lima e Geovanni Francisco – e foi defendido e aprovado no fim do ano passado. A segurança e a eficiência do equipamento, desenvolvido com base em tecnologia mista e integrada por software e hardware, renderam ao grupo de estudantes classificação entre os 15 trabalhos finalistas do 3º Desafio Inova Paula Souza de Ideias e Negócios (ver boxe).

Riscos

A Civi foi desenvolvida por Geovanni na linguagem de programação C, uma das mais populares, e está estruturada na atuação de três sensores integrados e com funcionamento em tempo real. O primeiro sensor, de pressão, fica embaixo do estofamento da cadeirinha e indica se há ou não uma criança nela. O segundo, infravermelho e acoplado no cinto de segurança do motorista, detecta a presença ou não do condutor. O último, um termômetro, monitora a temperatura no interior do veículo.

Os dados da operação da cadeira infantil são informados em uma tela (display). O sistema entra em estado de atenção quando o motorista desafivela seu cinto de segurança e sai do veículo. A partir daí, a temperatura no interior do carro começa a ser monitorada e, em três minutos, é disparada mensagem de texto (SMS) para o celular do condutor destacando a temperatura atual no interior do veículo.

Distração

Caso não haja resposta do condutor, ou seja, se ele não retornar ao automóvel para desativar o sistema, serão enviadas mais duas mensagens relativas à temperatura medida pelo sensor, uma a cada três minutos. Se ainda assim o motorista não voltar ao veículo (e socorrer a eventual vítima), receberá chamada no celular feita pela própria Civi. Entretanto, se ele atender a ligação, no mesmo instante será acionada a buzina do carro e o vidro direito traseiro do veículo será abaixado.

Segundo os estudantes, a cadeira inteligente é um produto recomendado a todo condutor que tem filho pequeno ou transporta crianças. Eles avaliam que atualmente muitos motoristas se distraem com diversos estímulos recebidos ao longo do dia, a maioria deles vindos pelo celular. A lista inclui avisos sobre trânsito, notificações de redes sociais e chamadas pelo smartphone.

“Como o celular virou acessório inseparável para a maioria da população, optamos por aproveitá-lo para receber os alertas de segurança da Civi”, sublinham os estudantes. “Outra estratégia adotada foi aproveitar a própria rede de telefonia móvel das operadoras para sua execução, ou seja, o sistema não depende de internet móvel 3G ou 4G para funcionar”, esclarecem.

Colaboradores

O trio de universitários segue fazendo as disciplinas ainda restantes para finalizar o curso. Em três dos seis semestres de estudo, o projeto de TCC foi orientado pelos professores Cleber Gomes, Wagner Massarope e Carlos Morioka, este também coordenador do curso de Eletrônica Automotiva da Fatec Santo André. “Embora o tema tenha sido sugerido pelo próprio grupo, o apoio dos docentes foi fundamental em todas as etapas do trabalho”, destacaram os estudantes.

Na redação do texto final do trabalho acadêmico, os universitários dedicaram agradecimento especial a Fábio Chonso, amigo de Geovanni. Os dois trabalharam juntos em uma empresa especializada em biometria e telemetria – e Chonso auxiliou o grupo a desenvolver o sistema de transmissão de dados da cadeira veicular inteligente pela rede de telefonia.

Desdobramentos

A expectativa dos universitários é patentear, em breve, a tecnologia da Civi. O sistema desenvolvido foi oferecido a montadoras de veículos e fabricantes de cadeirinhas, e o grupo não descarta a ideia de montar negócio próprio para fabricar o dispositivo. “Produzir em maior escala permitirá reduzir custos. No total, todos os componentes do protótipo custaram R$ 250”, observam.

Outra possibilidade é alguma empresa ter interesse pelo dispositivo e se associar aos estudantes para produzi-lo ou, ainda, adquirir deles o direito de empregar a tecnologia. Eventuais interessados devem entrar em contato com a direção da Fatec Santo André (ver serviço).


Civi é um dos finalistas do Desafio Inova

A Cadeira Infantil Veicular Inteligente (Civi) é um dos 15 projetos finalistas do 3º Desafio Inova Paula Souza de Ideias e Negócios. Neste ano, o concurso do centro paulista de ensino tecnológico recebeu 3 mil trabalhos e a lista dos classificados está disponível para consulta no site do Centro Paula Souza. A premiação visa a estimular o espírito empreendedor e destacar pesquisas realizadas nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Fatecs com potencial para originar produtos e serviços.

A avaliação dos trabalhos é feita por um júri composto por profissionais e empresários de diferentes áreas. O anúncio dos campeões ocorrerá no dia 24, às 9 horas, em solenidade no Centro de Capacitação do Centro Paula Souza, na Rua General Couto de Magalhães, 145, Santa Ifigênia, região central da capital.

Serviço

Fatec Santo André
E-mail secretaria@fatecsantoandre.com.br
Telefone (11) 4437-2215

Os 15 projetos finalistas do 3º Desafio de Inovação estão em http://goo.gl/gH30B0
Para assistir ao vídeo com a apresentação do Civi basta acessar https://goo.gl/7hiAYu

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2016. (PDF)