USP São Carlos pesquisa nova tecnologia para conter epidemias

Além de auxiliar na vacinação, modelo matemático em desenvolvimento irá orientar ações na rede de saúde pública para conter a disseminação de doenças infecciosas

Um estudo com um modelo matemático coordenado pelo professor Francisco Aparecido Rodrigues, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), câmpus de São Carlos, abre novas possibilidades para órgãos governamentais, como o Ministério da Saúde, desenvolverem ações de controle de epidemias e de vacinação da população. Iniciado em 2014, o projeto acadêmico tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo o professor Rodrigues, docente do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística, do ICMC-USP, o avanço tecnológico atual vem tornando mais precisa a metodologia de controle usada pelos órgãos governamentais, permitindo estimar, por exemplo, qual porcentagem de pessoas que será infectada ao longo do tempo em uma determinada região do País.

“Assim como a ciência usa modelos matemáticos para explicar como um objeto se movimenta, a proposta desse projeto de pesquisa é também desenvolver modelos matemáticos, descritos por equações diferenciais, para criar soluções inovadoras capazes de controlar surtos de doenças infecciosas”, explica.

O professor também integra o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) financiados pela Fapesp, com sede no ICMC-USP. Além de estar envolvido com a modelagem de sistemas, esse grupo é especializado nas áreas de Otimização Aplicada e Pesquisa Operacional; Mecânica de Fluidos Computacional; Modelagem de Risco; Inteligência Computacional e Engenharia de Software (ver link em Serviço).

Inovação

Também participam do projeto acadêmico com o modelo matemático os cientistas Guilherme Ferraz de Arruda, do ICMC-USP, Emanuele Cozzo e Yamir Moreno, da Universidade de Zaragoza (Espanha) e Tiago de Paula Peixoto, da Universidade de Bath (Reino Unido). Na pesquisa conjunta, um dos destaques é a adoção do modelo de redes multicamada, mais abrangente, e capaz de possibilitar a incorporação de novos dados e variáveis no sistema de informações.

O modelo matemático será agora testado com dados reais, levando em conta questões relevantes em uma epidemia, como os modos pelos quais as pessoas interagem entre si nos ambientes, os períodos de tempo que permanecem juntas (outro fator de predisposição ao contágio), além de questões como o modo de atuação e de proliferação do vetor.

“Essa metodologia pode ser direcionada para outras doenças infecciosas, como dengue e Zika, assim como analisar a propagação de rumores em redes sociais”, destaca o professor Rodrigues, doutor em Física e especialista em análise, simulação e modelagem de processos dinâmicos em sistemas complexos.

Segundo ele, o trabalho acadêmico segue em desenvolvimento, com a vinda de novos alunos, colegas estrangeiros e de dados no sistema de informações. “Até o final de 2018, a perspectiva é realizarmos uma aproximação com agências de controle epidemiológico para desenvolver um projeto conjunto”, prevê.

Serviço

ICMC-USP
E-mail francisco@icmc.usp.br
Tel. (16) 3373-9700

Cepid-CeMEAI
E-mail contatocemeai@icmc.usp.br
Tel. (16) 3373-8159

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/05/2018. (PDF)

Programa da USP São Carlos vai levar projetos de alunos ao espaço

Missão Garatéa-E é aberta a escolas de todo o País dos níveis fundamental, médio e técnico; aceita experimentos em diversas áreas e a inscrição online termina dia 28

O Grupo Zenith, iniciativa multidisciplinar de pesquisas aeroespaciais da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP), recebe até o dia 28 inscrições de projetos científicos de alunos do Ensino Fundamental II, Médio e Técnico de escolas públicas e particulares de todo o País para participar da pré-seleção da Missão Garatéa-E. Podem concorrer equipes formadas por 3 a 15 estudantes, com proposta de experimento abordando diversas áreas do conhecimento, como física, química, biologia, bioquímica e astrobiologia, entre outros temas (ver Serviço).

De acordo com o professor Daniel Varela Magalhães, docente do Departamento de Engenharia Mecânica e também coordenador do grupo Zenith, os experimentos aprovados têm previsão de lançamento para agosto – e subirão até a estratosfera por meio de um balão especial, inflado com gás hélio, a uma altitude entre 30 e 35 quilômetros acima do nível do mar. “A proposta da Missão é aguçar a curiosidade dos alunos e despertar neles o gosto pela ciência, estimulando-os a desenvolver projetos criativos coletivamente”, observou.

Sem limites

“Não há restrições de assuntos, a escolha é livre. É possível projetar aplicações eletrônicas, eletromecânicas, biológicas e químicas. As únicas limitações dizem respeito à originalidade da autoria do projeto e ao volume e à massa dos experimentos, de modo a não ultrapassarem as dimensões da sonda a ser lançada rumo ao espaço”, destaca Magalhães.

Segundo ele, há inúmeras possibilidades de descobertas e de inovações passíveis de serem contempladas. A lista delas inclui, por exemplo, fotografar astros e corpos celestes, medir a umidade da estratosfera, detectar diferentes tipos de radiação ou, ainda, estudar como são as condições de vida nesses ambientes extremos, parecidas com a do planeta Marte, entre outras opções.

Inscrição

A inscrição deve ser feita online, no site da Garatéa-E, pelo responsável pela equipe. Esse orientador precisa ter idade mínima de 21 anos e, de preferência, ser professor. O link da página da Missão na internet (ver Serviço) traz também o edital e o cronograma completo do processo seletivo. Os projetos serão avaliados em primeiro lugar pela originalidade e criatividade.

Serão considerados também os objetivos e impactos posteriores ao lançamento da aplicação em órbita, assim como a metodologia científica empregada e a formulação teórica, associadas à organização, clareza e objetividade do relatório apresentado, cujo prazo de envio terminará no dia 20 de abril.

De modo global, serão observados também o trabalho coletivo de cada equipe e os recursos sociais e humanos abarcados no projeto, assim como os impactos do experimento na escola e nos participantes. A partir do dia 11 de maio os responsáveis pelos projetos classificados para a etapa seguinte serão contatados pela comissão avaliadora do Grupo Zenith.

Apoio

Formado em 2013 por docentes e alunos da EESC-USP, o grupo Zenith tem por missão desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao setor aeroespacial e estimular e ampliar a visibilidade dessa área no Brasil. Integrante desde 2016, João Victor Prado, estudante do quinto semestre de Engenharia Aeronáutica, informa a disposição de toda a equipe acadêmica em oferecer suporte técnico e científico às equipes participantes da Garatéa-E para desenvolverem seus experimentos.

“Na maioria das vezes, tiramos dúvidas dos professores orientadores das equipes por videoconferência e também os atendemos nos canais de comunicação da Missão (ver Serviço)”, informa Prado, também coordenador de projetos educacionais do Grupo Zenith. Na sua avaliação, a Garatéa-E é uma grande oportunidade para os estudantes colocarem em prática diversos ensinamentos teóricos recebidos em sala de aula, além do fato de o concurso ser uma grande vitrine nacional para o setor aeroespacial, “uma fonte de tecnologia, conhecimentos e muitos recursos para o País”, conclui.

Serviço

Garatéa-E (inscrição e edital)
Grupo Zenith
Facebook
E-mail educacional@garatea.space

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/02/2018. (PDF)

Programa da Agricultura vai aproximar homem do campo dos serviços públicos

Prevista para março, ação conjunta com as prefeituras irá criar rotas para ambulâncias e viaturas atenderem mais rapidamente ocorrências em propriedades de todos os portes

Com o intuito de auxiliar as prefeituras a elaborarem um mapa com as rotas das propriedades rurais paulistas de todos os portes, a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA) estruturou um grupo de trabalho para executar o Programa de Acessibilidade Rural Cidadania no Campo. Ainda inédita, essa ação governamental pretende aprimorar e integrar sistemas de segurança, saúde, transporte e outros serviços públicos direcionados à população rural.

O Grupo Técnico de Desenvolvimento foi instituído por meio da Resolução n° 61, de 6-12-2017. De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho, Carlos Henrique Paes de Barros, “a meta é lançar o programa em março” e uma das ações em execução consiste em elaborar um manual com instruções para identificar e nomear estradas, com a criação de códigos das Unidades de Produção Agropecuárias (UPAs). “A proposta é passar a atender emergências em sítios, chácaras e fazendas com maior facilidade e rapidez”, explica Barros.

Integração

Um dos temas em debate, informa o coordenador, é repassar às prefeituras os mapas com as rotas, por meio de convênios, em formato acessível para uso nas viaturas das polícias Militar, Civil e Florestal e também nas ambulâncias municipais, como as do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Da Pasta da Agricultura e Abastecimento, o Programa inclui representantes do gabinete da SAA e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati).

Além deles, o grupo é integrado por profissionais do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. (Emplasa), responsável por fornecer mapas e também por servidores das secretarias estaduais da Casa Civil, Segurança Pública (SSP), Meio Ambiente (SMA) e Saúde (SES).

Padronização

Segundo Barros, a execução do Programa seguirá normas federais e estaduais de localização e de endereçamento. “O conceito nas estradas e propriedades rurais será adotar o mesmo padrão de nomenclatura usado nas zonas urbanas, de 11 dígitos, utilizado, por exemplo, em sistemas como o do Centro de Operações da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Copom)”, explica Barros, sublinhando o fato de essa metodologia identificar instantaneamente o município, a rodovia codificada por número e o local de uma ocorrência nela a partir do seu início.

“No Programa, a coordenação será da SAA, porém, o trabalho será realizado em parceria com as prefeituras e sua evolução seguirá de acordo com o fornecimento dos dados municipais”, diz o coordenador. Para produzir as rotas, explica, serão compilados e sobrepostos diversos sistemas de informações disponíveis em cada um dos órgãos governamentais participantes.

Nesse sentido, haverá integração dos dados da SSP com os do Cadastro Ambiental Rural (CAR), da SMA, e com os do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa) do Estado, em execução na SAA, por meio da Cati e do Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 17/01/2018. (PDF)