Último dia para visitar a feira de azeites nacionais e internacionais

5º Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura no Brasil e no Mundo, promovido pela Apta, da SAA, é realizado no Anhembi, na capital

Termina hoje, às 18 horas, no espaço Anhembi, na capital, o 5º Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura no Brasil e no Mundo. Promovido pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA), o evento integra a Expo Azeite, feira com expositores brasileiros e estrangeiros do alimento.

Quem quiser conferir, o ingresso custa R$ 25 e a entrada é pelo portão principal, na Avenida Olavo Fontoura, 1.209, bairro Santana. Os portões abrem às 10 horas. O encontro tem a coordenação do Grupo Oliva SP, equipe multidisciplinar formada por 24 pesquisadores da Apta e de centros científicos ligados à SAA, como os institutos Agronômico (IAC), de Tecnologia de Alimentos (Ital) e o Biológico (IB).

“A partir de 2009, os pedidos de informações técnicas dos produtores sobre a oleicultura não pararam de crescer e o grupo criado exclusivamente para atendê-los foi constituído em 2011”, revela sua coordenadora, a engenheira agrônoma Edna Bertoncini, pesquisadora do Polo Regional de Piracicaba da Apta (ver serviço).

Promissor

No território nacional, são cultivados atualmente cerca de 4 mil hectares de oliveiras e o plantio está em constante expansão. “Há grande potencial para essa cultura no Brasil. O desafio é ampliar a produção e possibilitar ao azeite ganhar escala”, destaca Edna.

A maioria desse tipo de óleo consumido no País é estrangeira – no ano passado, desembarcaram no País 70 mil toneladas de azeites de oliva e 114 mil toneladas de azeitonas em conserva, de acordo com o Conselho Oleícola Internacional. “Estamos atrás apenas dos Estados Unidos, o maior importador mundial, com 300 mil toneladas de azeite no ano passado”, informa Edna.

Atualmente, o Estado de São Paulo tem 45 produtores, a maioria instalada em áreas com altitude superior a 900 metros. Apoiados pelo Grupo Oliva SP, tiveram seus azeites avaliados em teste cego e premiados com troféus, ontem, 10, no primeiro dia do 5º Encontro.

Hoje o território paulista tem seis unidades industriais de produção de azeite, com capacidade de extração de 3 mil quilos por hora. O plantio total é de 140 mil oliveiras, distribuídas em cerca de 500 hectares de 24 cidades, em especial São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal, São Sebastião da Grama e Pedra Bela.

Evolução

“A qualidade do azeite paulista é muito boa e vem evoluindo ano após ano. O destaque é a sua origem: azeitonas frescas, colhidas e extraídas em prazo não superior a seis horas, uma vantagem em comparação aos produtos importados”, afirma Edna. Para quem tem a propriedade, o custo de produção do olival por hectare é estimado entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.

Em três anos, é possível colher azeitonas e, a partir do sétimo ano, a planta entra na fase adulta, considerada escala comercial. “Produtor interessado em esclarecer dúvidas sobre mudas, preparo do solo, espécies, cultivares, pragas deve contatar o Grupo Oliva SP (ver serviço). Esse apoio ao produtor é gratuito”, destaca Edna.

De acordo com o coordenador da Apta, Orlando Melo de Castro, um passo importante foi o lançamento, em novembro, do Mapa de Zoneamento Climático para Cultura de Oliveira no Estado. Resultado de intensa pesquisa na área, trata-se de material de consulta obrigatória para o produtor interessado em iniciar um olival.

“No Brasil, apenas São Paulo e Rio Grande do Sul têm esse levantamento. Além disso, somente é aprovado financiamento agrícola, como o do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), se o futuro cultivo estiver em área indicada no Mapa”, informa (ver serviço).

A olivicultora Maria Cristina Vicentin, de São Bento do Sapucaí, foi uma das premiadas no concurso de qualidade do Grupo Oliva SP. Ela iniciou sua produção em 2003, a partir da compra de mudas no núcleo de produção da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da SAA, na cidade.

Depois, em 2009, uniu-se à Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira, um grupo cujo propósito foi criar um selo de qualidade para o azeite e assegurar a produção de seus associados dentro de processos certificados. “O apoio do Grupo Oliva SP foi fundamental em todas as etapas. Hoje, quem quiser conhecer os azeites da associação pode procurá-los nos melhores supermercados”, diz, orgulhosa.

Serviço

Grupo Oliva SP
Telefone (19) 3421-5196, ramal 343
E-mail ebertoncini@apta.sp.gov.br
Feap

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/07/2017. (PDF)

MedioTec qualifica aluno de baixa renda para o trabalho

Seguem abertas até as 15 horas do dia 14 as inscrições gratuitas no programa de dupla formação MedioTec. Dirigido aos jovens de baixa renda, como os inscritos em programas assistenciais, como, por exemplo, o Bolsa-Família, essa iniciativa do Ministério da Educação (MEC) permite ao estudante matriculado na 2ª série do ensino médio na rede pública estadual fazer curso técnico vespertino em Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) do Centro Paula Souza ou em estabelecimento de ensino da Secretaria Estadual da Educação (SEE).

O MedioTec disponibiliza mil vagas nos municípios de Araçatuba, Barueri, Birigui, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Itapeva, Jundiaí, Santos, São José dos Campos, São Paulo e Suzano. Com três semestres de duração, o programa tem vagas em cursos técnicos de administração (210), agenciamento de viagem (40), contabilidade (80), edificações (65), eventos (155), hospedagem (25), informática (70), informática para internet (65), logística (50), marketing (25), mineração (25), multimídia (40), portos (25), redes de computadores (25), secretariado (25) e segurança do trabalho (75).

Empregabilidade

Inscrições e informações detalhadas sobre os cursos e cidades estão disponíveis no site do Centro Paula Souza (ver serviço). De acordo com o assistente técnico-administrativo da área de seleção e classificação de alunos das Etecs, César Eliseu, a proposta principal do MedioTec é ampliar a empregabilidade desses alunos. “Quando terminarem os estudos, eles irão obter os dois diplomas: o do ensino médio e o do curso técnico. Assim, estarão mais aptos a conseguir colocação profissional”, explica.

Segundo a diretora do Departamento de Planejamento e Gestão da Rede Escolar e Matrícula da SEE, Andrea Grecco, foi realizada videoconferência na semana passada, com dirigentes de ensino, supervisores e equipes do Centro Paula Souza. “A finalidade foi ampliar a divulgação do MedioTec para toda a rede pública estadual. Também encaminhamos cartazes do programa para afixação nas escolas”, informa.

Na classificação dos candidatos ao curso são considerados três critérios: ser beneficiário de programas sociais; o rendimento nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática na primeira série do ensino médio no ano passado; e a frequência escolar. A primeira lista de convocados será divulgada entre os dias 10 e 12 de julho no site do Centro Paula Souza. O aprovado será informado pela secretaria em sua escola e receberá bolsa-auxílio de até R$ 200. As aulas do programa têm início previsto para 25 de julho.

Serviço

Programa MedioTec (informações, cidades e cursos)
Inscrição gratuita

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/06/2017. (PDF)

Instituto Biológico avalia riscos do percevejo-de-cama

Pesquisa integrante de projeto internacional irá verificar se a picada desse inseto pode causar doenças; quem encontrar exemplar da espécie deve remetê-lo para o IB

Pesquisa do Instituto Biológico (IB), vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, irá mapear a incidência no Brasil do percevejo-de-cama, inseto cuja alimentação se baseia no sangue de humanos e de animais – cães, gatos, morcegos e aves.

A responsável pelo estudo, a bióloga Ana Eugênia de Carvalho Campos, explica que o intuito é receber o máximo possível de exemplares da praga vindos de todo o território nacional para determinar se, além da coceira e da perturbação do sono, a picada também pode provocar doenças.

Segundo a pesquisadora, o percevejo-de-cama pertence ao mesmo grupo de insetos do barbeiro, vetor da doença de Chagas – moléstia tropical causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi com registro de muitos casos no Brasil e cujo ciclo de transmissão ocorre por meio da picada do inseto hematófago.

Na etapa posterior do projeto do IB, será analisado o código genético dos exemplares capturados em busca de traços de micro-organismos, como bactérias, vírus e protozoários relacionados às doenças transmitidas pelo sangue.

Multiplicação

Presente em todos os continentes e vivendo escondido em residências, o percevejo-de-cama alimenta-se de sangue nas suas fases jovem (ninfa) e adulta. Até a década de 1960, a população mundial da espécie esteve sob controle, por causa do uso de pesticidas clorados de amplo espectro, porém, de alta toxicidade e concentração residual, principalmente o DDT (diclorodifeniltricloroetano).

Com a gradual troca desses inseticidas por outros menos agressivos ao meio ambiente e direcionados a pragas específicas (baratas, pulgas e cupins), o número de exemplares do inseto explodiu nas últimas décadas.

Hoje, é praga considerada reemergente no País, isto é, representa novamente ameaça à saúde pública. “No passado, as infestações restringiam-se a locais insalubres, como cadeias e centros dedicados a pessoas em situação de rua.

Agora, ocorrem em casas, hotéis, cinemas, trens, metrôs, navios, aviões e até nos assentos de ônibus”, observa Ana Eugênia. Em sua avaliação, as causas da multiplicação descontrolada e da dispersão são diversas e incluem a globalização, os fluxos migratórios e o fato de não haver predadores naturais, além da circunstância de o inseto resistir até um ano sem se alimentar.

Inspeção

O inseto tem cor marrom avermelhada e seu corpo é achatado, com 5 a 7 milímetros de extensão, tamanho equivalente a uma semente de maçã. Ele não tem asas, nem salta, porém, anda rápido, e tanto machos quanto fêmeas picam as áreas desprotegidas da pele.

A praga habitualmente esconde-se nas frestas da cama e do colchão, sob o estrado, lençóis, fronhas, travesseiros e cobertores; e também vive infiltrada em áreas de descanso, como sofás e almofadas e em tecidos, móveis, cortinas e quadros.

Ao chegar a um quarto de hotel, o hóspede deve, antes de abrir as malas, inspecionar cuidadosamente o local e os móveis, além de retirar o lençol para conferir se há no colchão insetos ou marcas escurecidas. Caso sejam encontradas, elas podem ser das fezes do percevejo, pois a praga defeca depois de picar.

Outro sinal de infestação é que ele exala um cheiro semelhante ao da chamada maria-fedida. “É importante assegurar que o local está livre da praga, pois a fêmea faz a postura dos ovos na roupa das pessoas e, quando elas seguem viagem, os transportam na bagagem para outros destinos”, alerta a bióloga.

As picadas costumam ser alinhadas, em número de duas ou três, e provocam reação, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, assim como deixam marcas na pele. Em caso de infestação, a recomendação é contratar, se possível, uma empresa de desinsetização com experiência no controle de percevejos-de-cama, além de passar higienizador a vapor e depois aspirador de pó em todas as frestas e superfícies onde foram localizados os insetos.

Em seguida, deve-se incinerar o saquinho coletor de resíduos do eletrodoméstico. Por fim, é preciso lavar todas as roupas de cama e tecidos e secá-los na máquina com temperatura máxima. Quem não tiver secadora, deve deixá-las no sol e depois passar com ferro quente.

Pesquisa

No mundo, a espécie mais comum é a Cimex lectularius e no Brasil há também incidência da Cimex hemipterus. Desde 2012, a Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico, a única do gênero do País, mantém em seu site um link exclusivo para orientar cidadãos e empresas de desinsetização sobre como eliminar a praga. Esse serviço inclui questionário on-line, e sua proposta é identificar as espécies e a procedência dos insetos encontrados (ver serviço).

Essa orientação, destaca Ana Eugênia, surgiu como desdobramento de um curso ministrado em setembro de 2011 pelo especialista em percevejo-de-cama Roberto Pereira, da Universidade da Flórida (Estados Unidos).

Na época, ele alertou as autoridades brasileiras sobre os riscos da praga reemergente e a necessidade de ela ser mais bem estudada e reavaliada. Até março de 2017, o IB havia recebido 450 respostas do questionário; desses relatos, 432 atestaram a presença de exemplares encontrados nas residências: “Ou seja, a praga está restabelecida no País”, conclui a bióloga.

Internacional

O estudo do Instituto Biológico integra pesquisa da University Hospital Cleveland Medical Center & Case Western Reserve University, dos Estados Unidos, que tem o intuito de também averiguar se o percevejo-de-cama pode transmitir doenças. Dessa forma, os dados obtidos no território nacional pelo IB serão incorporados até agosto ao projeto internacional. Para isso, Ana Eugênia faz um apelo:

“Quem encontrar percevejos-de-cama em casa, deve enviá-los ao IB pelo correio, em vidro com álcool de concentração 70% ou mais, informando no rótulo o CEP do endereço onde foi realizada a coleta”. De acordo com a bióloga, cerca de 20 miligramas são suficientes para conservar os insetos e “essa substância para preservar os exemplares da praga custa cerca de R$ 3 em farmácias (ver serviço).

Serviço

Orientações do Instituto Biológico sobre o percevejo-de-cama
Para esclarecer dúvidas sobre a praga: anaefari@biologico.sp.gov.br

Remessa de frascos para o IB com percevejos-de-cama:
Aos cuidados de Ana Eugênia de Carvalho Campos
Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252
Vila Mariana – CEP 04014-002 – São Paulo (SP)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/05/2017. (PDF)