Poli-USP pesquisa asfalto mais resistente

Usado em países de clima frio, pavimento com estrutura de barras de aço contínuas pode durar até 60 anos; objetivo dos pesquisadores é adaptá-lo às condições brasileiras

Um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) estuda, desde 2010, a adaptação do concreto continuamente armado – material usado em rodovias de países de clima frio – às condições climáticas brasileiras. Contendo barras de aço contínuas em sua estrutura, esse tipo de pavimento tem maior durabilidade e requer menos manutenção do que o asfalto convencional.

Coordenado pelo professor José Tadeu Balbo, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes, o trabalho acadêmico é pioneiro no País e deverá se prolongar até 2026. Além do docente, a pesquisa tem a participação de quatro alunos de pós-graduação (dois de mestrado e dois de doutorado) e um de iniciação científica, de graduação.

Parceiros

Um dos desdobramentos possíveis para o concreto continuamente armado no Brasil, aponta o pesquisador livre-docente na área de engenharia civil da Poli-USP, é oferecer um método alternativo de construção para órgãos relacionados com a construção e conservação de rodovias.

O projeto teve apoio de um grupo de 12 empresas, formado por empreiteiras, mineradoras e fabricantes de aço, cimento e aditivos para concreto. Os empresários cederam materiais e mão de obra para a construção de um trecho de 200 metros de pista com o concreto continuamente armado, para ser usado como campo de provas pelos pesquisadores.

Entregue no final de abril, o trecho custou cerca de R$ 500 mil e fica na última faixa da direita da Avenida Professor Mello Moraes, em frente à Raia Olímpica da USP, localizada no Butantã, zona oeste da capital. Próximo à Poli, o local foi escolhido por concentrar fluxo intenso de ônibus cujos itinerários incluem a Cidade Universitária em seus trajetos.

Desafios

Uma das premissas adotadas na pesquisa é o fato de o concreto continuamente armado dispensar manutenção pesada por no mínimo 40 anos, podendo durar até 60 anos sem precisar ser substituído. Assim, na avaliação do professor Balbo, poderá, no futuro, ser empregado no Brasil, país cujo território tem 170 mil quilômetros de ruas e rodovias asfaltadas – algumas delas pavimentadas com o concreto de juntas serradas, popularmente conhecido como concreto simples.

Mais utilizado na maioria dos países, o pavimento de concreto simples tem vida útil estimada de 20 anos, período que pode ser prolongado com manutenção adequada ou, ainda, abreviado, caso ocorram erros ou falhas nas etapas de projeto e de instalação.

Os desafios para os pesquisadores da Poli incluem avaliar o método mais eficaz e econômico de construção com concreto continuamente armado no Brasil e analisar as respostas desse tipo de pavimento aos fenômenos naturais do País – variações de temperatura, exposição ao sol, infiltrações por água de chuva e ação dos ventos. Um dos equipamentos utilizados nos testes é o tomógrafo de concreto. Esse aparelho permite avaliar a qualidade de pavimentos construídos.

Fissuras

O pavimento de concreto continuamente armado custa cerca de 40% mais do que o simples e é usado na Bélgica, Alemanha, Holanda e nos Estados Unidos, onde cerca de 40 mil dos 2 milhões de quilômetros de vias pavimentadas o utilizam em estradas federais – sua tecnologia de construção e de aplicação foi aprimorada após a 2ª Guerra Mundial.

O controle das fissuras é uma das principais diferenças entre os dois tipos de pavimento: no concreto simples, elas surgem de modo controlado devido à serragem do concreto durante o processo de cura, ou seja, antes mesmo de ele ser liberado ao tráfego de veículos; no pavimento continuamente armado, as fissuras de retração (contração) aparecem de modo aleatório, sendo impossível prever em quais pontos do material surgirão.

Economia

Se não forem controladas, as fissuras apresentam potencial para comprometer a sustentação do conjunto da estrutura. Para contornar esse problema, a cada cinco metros no pavimento de concreto simples são instaladas barras de aço para fixar, unir e alinhar os pedaços do material e, ainda, ajudar a conter a expansão das trincas.

O pavimento pesquisado na USP tem a mesma espessura do concreto simples, porém, é mais resistente por empregar barras paralelas e contínuas de aço para sustentar o material. Essa medida garante mais resistência ao material e permite estancar a abertura das fissuras quando elas surgem.

Por não ter junções de blocos, explica o professor Balbo, este tipo de piso não tem degraus e não infiltra nem acumula água entre os vãos (fator de deterioração), além de proporcionar ao motorista o chamado conforto de rolamento, possibilitando uma condução mais suave do veículo, sem solavancos e trepidações. “Embora seja mais caro no início do projeto, o concreto continuamente armado tende a ser mais econômico no longo prazo, por oferecer mais segurança e exigir menos manutenção”, finaliza.

Serviço

Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP
E-mail jotbalbo@usp.br

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/06/2016. (PDF)

Missão empresarial na Colômbia e no Peru recebe inscrições até dia 31

Investe SP vai selecionar 40 empresas e 15 startups, com prioridade para negócios paulistas de pequeno e médio portes; embaixadas brasileiras e câmaras de comércio locais apoiam o evento

Termina na quinta-feira, 31, o prazo de inscrições para empresas e startups paulistas interessadas em participar de missão empresarial de quatro dias – dois em Bogotá (Colômbia) e dois em Lima (Peru) – a ser realizada de 13 a 17 de junho. Pioneira no Estado, a ação tem como principal objetivo abrir mercados para serviços e produtos industrializados nacionais.

Há ainda interesse em estimular a internacionalização dos negócios brasileiros, especialmente os de pequeno e médio portes com vocação para atender compradores colombianos e peruanos, além de facilitar e fortalecer redes de relacionamentos (networking) e intercâmbio de tecnologias.

A missão empresarial dispõe de 40 vagas para empresas e 15 para startups – negócio de base tecnológica recém-criado ou em fase de desenvolvimento – e de pesquisa de mercados, de quaisquer setores produtivos. A missão tem o apoio das embaixadas brasileiras nos dois países e de câmaras de comércio locais. O evento será objeto de divulgação local, a ser feita por empresa especializada em rodadas de negócios internacionais.

Eventos

A programação inclui encontros com compradores locais, distribuidores, revendedores, representantes comerciais e redes de varejo, selecionados previamente. Para participar da seleção, a inscrição é gratuita e deve ser feita mediante preenchimento de formulário no site da Investe SP (ver serviço).

O passo seguinte é aguardar a aprovação, cuja avaliação inclui identificação e perspectivas de negócios e catálogo de produtos e serviços e site em espanhol. Até 12 de abril os selecionados serão informados por e-mail enviado pela Investe São Paulo (ver abaixo).

Esforços

A expedição comercial é uma realização do Programa Paulista de Apoio às Exportações (SP Export), iniciativa conjunta da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo) – ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação – com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O SP Export integra o Plano Nacional de Cultura Exportadora (PNCE), convênio do Governo paulista com o federal assinado no fim de 2015. Além das missões comerciais, o programa inclui apoio à vinda de potenciais compradores e exportadores estrangeiros e promove seminários de capacitação. Também oferece atendimento gratuito por meio do Projeto Extensão Industrial Exportadora (Peiex), da Apex-Brasil, e do Poupatempo do Exportador, iniciativa itinerante que leva serviços e informações de diversas instituições distintas às principais regiões metropolitanas do Estado.

Parceiros

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, em 2015 o Brasil vendeu US$ 2 bilhões para a Colômbia e o Peru. Desse total, 50% foram exportações paulistas. “São números significativos para a balança comercial nacional”, avalia o gerente de exportações da Investe SP, Ricardo Santana. Ele aponta grande oportunidade de ampliação de negócios com Colômbia e Peru, pois os países vizinhos têm perfis parecidos como compradores – e importam do Brasil principalmente alimentos processados, itens ligados ao agronegócio, máquinas industriais, equipamentos médicos, de laboratório e de construção civil.

No dia 5 de maio, será realizada na sede da Investe SP, na capital, reunião de trabalho com participantes da missão e empresários interessados em saber mais sobre o mercado latino-americano, o processo de internacionalização de empresas e as estratégias para ser bem-sucedido no comércio internacional.

“Nesse modelo de missão comercial, são sempre escolhidos dois países e consideradas questões como deslocamentos, afinidades comerciais e oportunidades”, observa o gerente da Investe SP. Ele informa que, para o segundo semestre, está prevista nova missão com destino ao continente africano. “Ainda não há definição dos dois países escolhidos, mas os candidatos são Angola, Moçambique e África do Sul.”


Regras e custos

Cada empresa selecionada deverá se comprometer a participar de toda a agenda no país de interesse. Haverá aplicação de multa no valor de R$ 3,5 mil, caso o representante da empresa não compareça em parte da programação. É preciso, também, fornecer informações sobre o seu negócio, como produtos e serviços. Esses dados serão acrescentados nos catálogos e comunicações eletrônicas relativas à missão internacional.

Outra obrigação é organizar e pagar o envio de amostras e viagem do representante, incluindo o pacote terrestre (passagem, hospedagem, transporte, alimentação e outras despesas). Não haverá organização de grupo de viagem, portanto, os empresários serão responsáveis por todos os gastos.

No dia 11 de março, a Investe SP estimou os custos das passagens aéreas São Paulo-Bogotá / Bogotá-Lima / Lima-São Paulo em US$ 600. O pacote terrestre foi orçado em US$ 2 mil. Ou seja, o custo total previsto para cada participante é de US$ 2,6 mil.

Serviço

Inscrições e informações sobre a missão empresarial
Investe SP
E-mail investesp@investesp.org.br
Telefone (11) 3100-0309

Apex Brasil

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 29/03/2016. (PDF)

Renegociação de dívidas rende R$ 2,94 bilhões ao Estado

A Secretaria da Fazenda do Estado apresentou os números dos acordos firmados com contribuintes no Programa Especial de Parcelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (PEP do ICMS) e no Programa de Parcelamento de Débitos (PPD). Realizadas em parceria com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), as iniciativas de renegociação de dívidas com o fisco paulista foram feitas no período de 13 de janeiro a 29 de fevereiro.

O saldo obtido com a regularização foi de R$ 2,94 bilhões e os programas ofereceram medidas de apoio aos inadimplentes, como descontos no valor de multas e de juros e opções de parcelamento. Quem pagou à vista teve desconto de 60% nos juros e de 75% no valor das multas punitiva e moratória.

O PEP do ICMS obteve 4.368 adesões e totalizou R$ 2,67 bilhões, abrangendo débitos do tributo estadual inscritos e não inscritos em dívida ativa com fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014. Com pendências do mesmo período, o PPD teve 71.132 adesões e conseguiu arrecadar R$ 265,98 milhões – o programa permitiu ao inadimplente escolher quais débitos desejaria incluir no pagamento.

Além do IPVA, os contribuintes puderam regularizar também débitos inscritos em dívida ativa de Imposto sobre Veículo Automotor (IPVA), Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), taxa judiciária e outras de quaisquer espécie e origem, taxa, multas administrativas de natureza não tributária e multas contratuais e penais – todas com fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014.

Tributos estaduais

A diretora de arrecadação da Fazenda, Érika Yamada, explica que foram mantidas nos dois programas as regras adotadas no ano passado. A maioria dos atendidos foram empresas (pessoas jurídicas). As duas iniciativas de parcelamento foram regulamentadas pelos Decretos nºs 61.788/16 e 61.789/16, publicados na edição de 9 de janeiro do Diário Oficial do Estado.

O PEP foi criado em 2013 e, por abranger o ICMS, um tributo estadual cobrado em várias etapas da cadeia produtiva, tem foco maior em contribuinte pessoa jurídica. O PPD foi instituído em 2014 com o mesmo conceito, para permitir ao fisco paulista receber os valores pendentes, de um modo flexível e transparente. “Não havia limite para a adesão e a oportunidade de participar foi estendida a todos os contribuintes, independentemente do porte do negócio ou do montante devido”, esclarece Érika.


PEP do ICMS (balanço)

Parcelas Adesões Valores
Única 1.358 R$ 479.505.256,87
De 2 a 24 1.097 R$ 62.282.816,43
De 25 a 60 1.036 R$ 453.276.806,20
De 61 a 120 877 R$ 1.679.491.454,91
Total 4.368 R$ 2.674.556.334,41

Evolução do PEP do ICMS

Período Adesões Valores
2015 (16/11/2015 a 15/12/2015) 11.552 R$ 7.027.331.395,26
2014/2015 (19/05/2014 a 15/11/2015) 32.567 R$ 9.342.620.325,87
2013/2014 (01/03/2013 a 18/05/2014) 49.372 R$ 17.056.894.772,81

PPD 2016 (balanço)

Parcelas Adesões Valores
Única 37.910 R$ 129.382.377,93
De 2 a 24 33.222 R$ 136.598.474,27
Total 71.132 R$ 265.980.852,20

Evolução do PPD do ICMS

Período Adesões Valores
2015 60.694 R$ 428.771.408,06
2014 144.793 R$ 595.423.839,94

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado

Serviço

Secretaria da Fazenda do Estado
Atendimento telefônico gratuito 0800-170110 (apenas para telefone fixo)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 16/03/2016. (PDF)