Prótese de perna modular é inovação da Fatec Mogi Mirim

Criação de alunos e professores do curso de Mecatrônica Industrial, equipamento inclusivo nacional pode ser opção de baixo custo para pessoas amputadas

Desenvolver um modelo nacional de prótese de perna para amputados mais em conta do que os produtos à disposição no mercado. Esta é a proposta dos estudantes Ademir Ganziera e Guilherme Ferreira, do curso de Mecatrônica Industrial da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Arthur de Azevedo, de Mogi Mirim.

Iniciada em 2016, a pesquisa pretende produzir a prótese a um custo em torno de R$ 20 mil (o produto importado pode chegar a R$ 100 mil). Outro conceito é a construção modular, estratégia que permite a substituição rápida de componentes, uma vantagem em comparação aos diversos modelos convencionais, muitas vezes impossibilitados de uso depois da quebra ou defeito de uma peça. O primeiro protótipo do projeto foi apresentado, em outubro do ano passado, na 10ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), realizada na capital.

Currículo

Em desenvolvimento nos laboratórios e oficinas da Fatec Mogi Mirim, a segunda versão da prótese é o mais recente projeto da unidade do Centro Paula Souza com tecnologias inclusivas. Internamente, o grupo de trabalho, responsável por essa linha de pesquisa, foi estruturado pelo professor Helder Hermini, físico e pós-doutorado em Mecânica e Mecatrônica em Reabilitação Humana pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A Fatec Mogi Mirim tem no currículo uma mesa cirúrgica para obesos, cuja tecnologia foi repassada à empresa Biomobile. E também um sistema de guindaste, o qual é utilizado para transferir pacientes da mesa cirúrgica para a maca, e que também pode ser usado por cadeirantes nas sessões de hidroterapia.

Empreender

Hermini divide a orientação do trabalho da prótese com seu colega, Henrique Camargo, também professor de Mecatrônica Industrial, curso instituído na Fatec em 2015 com duração de seis semestres. A dupla de docentes pretende, no futuro, abrir em sociedade com os dois alunos uma empresa em Mogi Mirim para produzir a prótese – e, assim, atender, com unidades sob medida, o público formado por amputados e pessoas com malformação nos membros inferiores.

Em comparação com o modelo do ano passado, a versão atual da prótese traz várias novidades. Incorpora, por exemplo, programação de algoritmos, mais circuitos e conexões eletrônicas, desenvolvimento de técnicas de inteligência artificial e desenho e produção de peças com laminação de fibra de carbono, entre outros pontos. Na próxima Feteps, será possível conferir essas inovações em um protótipo montado e funcional.

Demonstração

“Na primeira semana de fevereiro, apresentamos uma prévia do novo protótipo em um workshop, na Campus Party”, informa Ganziera. O professor Hermini revela ter solicitado à Agência Inova Paula Souza uma análise do projeto, a fim de proteger, com uma futura patente, a propriedade intelectual de todas as tecnologias desenvolvidas e incorporadas (ver serviço).

“No momento, os estudantes seguem fazendo testes com a prótese em laboratório, para avaliar a segurança do equipamento. Depois dessa etapa, vamos analisar seu desempenho com voluntários. São dois senhores idosos que aceitaram participar do projeto. Para não haver riscos, essa fase será realizada em um ambulatório de fisioterapia”, informa Hermini.

Parceria

Até agora, a criação da prótese consumiu cerca de R$ 2 mil, custo dividido entre alunos e professores. Eles estimam precisar de mais R$ 15 mil para finalizar o segundo protótipo, devendo a totalidade desse recurso ser direcionada à compra de matéria-prima. Desde o início da pesquisa com a prótese, oficialmente denominada ‘antropomórfica microcontrolada’, o projeto teve apoio da empresa Festo, com a doação de componentes pneumáticos e hidráulicos.

“A construção do protótipo é feita na própria oficina da Fatec. A mão de obra empregada é dos próprios universitários”, comenta o professor Hermini ao se referir a Ademir Ganziera, 28 anos, com formatura prevista para o final de 2018; e a Guilherme Ferreira, cuja conclusão da graduação tecnológica deverá ocorrer em dezembro de 2019.

Apoio

Para obter os recursos que faltam para o desenvolvimento do projeto, os empreendedores da Fatec Mogi Mirim estudam duas opções. A primeira é recorrer a órgãos públicos de estímulo à ciência, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no âmbito estadual, e também à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no nível federal.

A segunda alternativa, avaliam, será recorrer a financiamentos públicos oferecidos com juros subsidiados para montar a empresa. Entre as opções consideradas, há as linhas de crédito oferecidas pela Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP), vinculada à administração estadual, e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ligado ao governo federal (ver serviço).

Serviço

Fatec Mogi Mirim
E-mail – helder_anibal_hermini@yahoo.com.br
Telefone (19) 3804-5387

Agência Inova Paula Souza
Desenvolve SP
Fapesp
BNDES

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 21/02/2017. (PDF)

Centro Paula Souza inaugura cinco estações meteorológicas

Sediado na Fatec Tatuí, projeto capta dados climáticos para pesquisas acadêmicas e planejamento de recursos hídricos

A Faculdade Estadual de Tecnologia Prof. Wilson Roberto Ribeiro de Camargo (Fatec), de Tatuí, foi escolhida como sede do Sistema Integrado de Informações Meteorológicas Aplicáveis à UGRHI-10. Ontem, entrou em operação no seu câmpus universitário uma das cinco estações de monitoramento de dados climáticos, cujo funcionamento é integrado pela rede de telefonia celular a outras quatro centrais semelhantes, também inauguradas ontem na Fatec de Itu e nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) de Cerquilho, Piedade e Mairinque.

O projeto foi financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e custou R$ 386 mil; e as estações coletoras têm por função apurar e transmitir, em tempo real, dados de temperatura (mínima, média e máxima), pressão atmosférica, umidade relativa do ar, radiação solar, volume de chuvas (pluviometria) e vento (direção e velocidade).

“O foco é coletar, organizar, analisar e oferecer essas informações públicas e não sigilosas para pesquisas acadêmicas. E usá-las em estudos de planejamento hídrico nos municípios abrangidos pela Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê”, explica José Carlos Ferreira, doutor em engenharia agrícola e professor da Fatec Tatuí.

A UGRHI-10 abarca as cidades paulistas de Alambari, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Bofete, Boituva, Botucatu, Cabreúva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Conchas, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Laranjal Paulista, Mairinque, Pereiras, Piedade, Porangaba, Porto Feliz, Quadra, Salto, Salto de Pirapora, São Manoel, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tatuí, Tietê, Torre de Pedra, Vargem Grande Paulista e Votorantim.

Idealizador e coordenador-executivo do projeto, Ferreira ressalta não se tratar de um sistema dedicado a previsões meteorológicas, porém, seus dados estarão disponíveis para centros envolvidos com este trabalho.

“Outro viés será auxiliar a tomada de decisões de órgãos como Defesa Civil, Bombeiros, secretarias de Estado da Agricultura e Abastecimento, Meio Ambiente, Planejamento e Gestão, Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) e Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), entre outros”, analisa Ferreira.

Treinamento

Fabricadas pela empresa norte-americana Sigma Sensors, as cinco estações são equipamentos autônomos e automáticos. Dispensam auxílio humano para funcionar e são alimentadas por eletricidade, gerada de modo 100% sustentável: um painel fotovoltaico capta a luz solar e depois de transformá-la em energia elétrica, o sistema a armazena em uma bateria capaz de funcionar por até um mês sem nenhum dia de sol.

“Um dos diferenciais dessas centrais é serem construídas de modo modular, com sensores e circuitos independentes. Assim, quando um deles deixa de funcionar, os demais seguem em operação e basta fazer a troca da peça com defeito para o funcionamento completo ser retomado”, explicou Júlio Cesar da Silva, representante da empresa fornecedora.

Na Fatec Tatuí, ele fez demonstração de campo do equipamento e capacitou alunos e professores do Centro Paula Souza sobre como extrair e refinar, pela internet, os dados apurados em tempo real pelas centrais, inclusive para os alunos e professores da Fatec São Roque e Etec Itu também envolvidos com o projeto.

Parcerias

“Temos cinco projetos de pesquisa que usarão os dados da estação meteorológica”, afirmou o professor Mauro Tomazela, diretor da Fatec Tatuí. Segundo ele, sua unidade ficou responsável pelas operações das centrais e organização dos dados. “Até o final do ano, criaremos um site do projeto com domínio exclusivo para publicar on-line e em tempo real todas as informações apuradas nas centrais. No momento, o interessado em ter acesso aos dados deve contatar a Fatec Tatuí” (ver serviço).

Presente na inauguração, Wendell Wanderley, presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê, destacou a importância da apuração das séries históricas de chuvas, para o desenvolvimento de estudos com irrigação, lavoura e recarga de lençóis aquáticos subterrâneos.

“A seca provocada no Estado de São Paulo no verão de 2014 evidenciou a necessidade de planejamento de programas de captação de água para abastecimento público, irrigação, uso industrial e geração de energia. Assim, a criação desse sistema em parceria com o Centro Paula Souza será de grande valia”, destacou ele, agricultor de ofício com lavouras de milho e feijão.

Serviço

Fatec Tatuí
E-mail contato.tatui@fatec.sp.gov.br
Telefone (15) 3205-7780

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 17/02/2017. (PDF)

Programa Roda SP oferece atrações culturais e de lazer por R$ 10

Passagem de ônibus é vendida on-line ou nos pontos de embarque em Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe, Santos e São Vicente

Até 5 de março, o Roda SP, programa da Secretaria Estadual de Turismo, oferece ao turista ou morador da Baixada Santista 13 opções de viagens intermunicipais pelo litoral paulista com roteiros repletos de atrações culturais, históricas, gastronômicas e de entretenimento. O bilhete custa R$ 10 e os ônibus partem de terça-feira a domingo, às 9 horas, de nove pontos nas cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe, Santos e São Vicente.

Diariamente são oferecidos 600 assentos em 16 ônibus com ar-condicionado (dois double-deckers, seis convencionais e oito micros). O bilhete pode ser comprado nos locais de embarque ou on-line no site do Roda SP, cuja página informa também itinerários, endereços dos pontos e atrações (ver serviço). A passagem dá direito a um dia inteiro de passeio e garante desconto em atrações pagas, como, por exemplo, o Teleférico de São Vicente, com redução no preço de R$ 35 para R$ 20.

Todos os roteiros do Roda SP são encerrados a partir das 17 horas, com os ônibus regressando ao local do embarque. Ao longo dos trajetos, o público é acompanhado por guia de turismo. Esse profissional dá dicas de segurança, lazer, lojas e restaurantes. Também avisa sobre o tempo de permanência em cada atração, além de fornecer informações históricas e culturais quando o grupo avista templos, parques, monumentos, rodovias e praias, entre outras atrações.

Lazer ilimitado

A turismóloga Ana Cristina Clemente, da secretaria, sugere ao público acompanhar o Roda SP no Facebook (ver serviço). A comunidade na rede social posta fotos de grupos de visitantes, apresenta motoristas e guias de turismo e esclarece dúvidas comuns como, por exemplo, sobre acessibilidade. “No programa, dois ônibus têm plataforma móvel e assento para cadeirantes. No entanto, é preciso agendar, por telefone (ver serviço), com dois dias de antecedência, a viagem para a pessoa com deficiência”, esclarece.

Criado em 2011, o Roda SP já transportou mais de 270 mil turistas. Uma de suas propostas é satisfazer diferentes gostos, perfis e faixas etárias. Assim, observa Ana, os roteiros são estruturados para agradar, no mesmo passeio, todos os integrantes de uma mesma família. Ela cita como passeios que despertam interesse coletivo, a visita ao Forte São João e à Riviera de São Lourenço, em Bertioga. Em Mongaguá, destacam-se o Parque Ecológico A Tribuna e a Plataforma Marítima de Pesca.


Em Santos, bondes, azulejos portugueses e muita história

Com ondas pequenas, ideais para quem deseja aprender a surfar, as seis praias de Santos oferecem 8 quilômetros de orla marítima. Distante 70 quilômetros da capital, a cidade lidera as partidas e paradas dos ônibus, com atrações nos roteiros 1, 2, 4, 5, 6, 12 e 13 do Roda SP.

Fundado em 1546, o município abriga em seu centro histórico diversos monumentos abertos à visitação, como a Casa da Frontaria Azulejada e a Estação do Valongo, atual sede da Secretaria Municipal de Turismo e ponto de partida de bondes, cujo percurso de 5 quilômetros apresenta aos visitantes 40 pontos turísticos.

No centro, outro ponto de interesse é o Museu do Café, vinculado à Secretaria Estadual da Cultura. Edifício inaugurado em 1922 para abrigar a Bolsa de Café e Mercadorias, o espaço foi, na época, o principal entreposto brasileiro de comercialização da riqueza agrícola, cuja exportação possibilitou anos mais tarde a industrialização nacional.

Andar com fé

O Santuário Santo Antonio do Valongo é outro destaque histórico do centro. Inaugurada por frades franciscanos em 1641 e construída em estilo barroco, a igreja recebe muitos solteiros devotos do santo católico considerado ‘casamenteiro’. Na terça-feira, 7 de fevereiro, o templo foi visitado pelos vendedores Regiane Braulino, de 41 anos, e Alexandre Dias, de 40 anos.

O casal embarcou na Rota 2 (Guarujá – Santos – Cubatão) do Roda SP e pôde conhecer no santuário a 23ª Exposição de Presépios Internacionais, mostra aberta ao público com entrada franca até 28 de fevereiro. Depois de conferir os presépios, Regiane pediu a Frei Douglas, residente no local, para abençoar o grupo de visitantes.

“O Roda SP permite a nós, santistas, conhecermos locais incríveis nos dias de folga e fins de semana. Daqui, vamos para o Parque Estadual da Serra do Mar, em Cubatão”, comentou.

Pelé

Além de abrigar o principal porto do Brasil, Santos também dá nome ao time onde Pelé, o chamado rei do futebol e eleito pela Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) atleta do século, consagrou-se. Moradora da capital, a enfermeira Ruth Hirota, de 60 anos, aproveitou o dia de folga para ir com a tia, Alice Cardoso, de 64 anos, residente no Guarujá, conhecer o Museu Pelé.

Também passageiras da Rota 2, disseram ter confiado na dica publicada no Caderno Viagem do jornal O Estado de S.Paulo – e gostaram demais. “Foi muito simples e rápido comprar o ingresso no Shopping La Plage, no Guarujá”, comentou Ruth. “Estou ansiosíssima para conhecer o Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube.”

Serviço

Roda SP (informações, roteiros e ingressos)
E-mail contato@rodasp.com
Facebook
Telefone 0300 777 0745

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/02/2017. (PDF)