Banco do Povo Paulista encerra biênio 2003-2004 com 55 mil novos contratos

Crescimento de 166% comparando períodos entre 98 e 2002. Em seis anos, programa de apoio ao pequeno empreendedor gerou 54 mil empregos diretos e 11 mil indiretos

O Banco do Povo Paulista, iniciativa da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), em parceria com os municípios do Estado, encerra o biênio 2003-2004 com a assinatura de 55 mil novos contratos. O crescimento foi de 166% em comparação com o período de setembro de 1998 a dezembro de 2002. O volume de dinheiro emprestado desde o início das atividades do banco aproxima-se dos R$ 230 milhões.

Segundo o consultor técnico do programa, José Francisco Ramos Bastia, o objetivo do Banco do Povo Paulista é gerar ocupação e renda para o pequeno empreendedor paulista, com situação regularizada ou não. “O projeto tem apelo social, não visa ao lucro, empresta dinheiro com juros de 1% ao mês e a inadimplência é baixa, menos de 2%. Desde o início das atividades, gerou 54 mil empregos diretos e 11 mil indiretos”, informa.

Condições para o empréstimo

Para conseguir o recurso financeiro, o interessado deve ter endereço fixo e estar produzindo no município há mais de seis meses, com firma aberta ou não. Precisa, também, ter nome limpo no Serasa e no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), e faturar menos que R$ 150 mil por ano. É necessário, ainda, apresentar avalista que não tenha restrições no comércio. O fiador pode ser parente de primeiro grau, desde que não more na mesma residência.

O dinheiro deve ser cedido para investimento fixo (compra de máquinas, equipamentos e ferramentas) ou para capital de giro (mercadoria, matéria-prima, consertos e ferramentas). Não é permitido usá-lo para compra de insumos para o setor agropecuário – sementes, fertilizantes, animais – pagar dívidas, adquirir veículos de passeio e qualquer atividade ilegal.

O valor mínimo do empréstimo é de R$ 200 e o máximo, de R$ 5 mil. O prazo de pagamento é de até seis meses para capital de giro e de até um ano e meio para investimento fixo. Se o solicitante for cooperativa legalizada, o valor pedido pode chegar até R$ 25 mil. O agente financeiro da operação é o Banco Nossa Caixa e o empréstimo é concedido em qualquer uma das 340 agências no Estado.

O dinheiro está disponível para pequenos negócios, em especial clientes como um catador de papelão que, muitas vezes, não consegue comprovar renda e preencher todos os requisitos exigidos pelo sistema financeiro tradicional. “A proposta do Banco do Povo não é fazer caridade e sim possibilitar a expansão do negócio. As parcelas são baixas e calculadas para não sobrecarregar a pessoa necessitada”, ressalta Guaracy Fontes Monteiro Filho, diretor-executivo do programa.

Agentes de cidadania

O agente de crédito é o grande motor do banco. Ele atende ao empreendedor, faz estudos de viabilidade do negócio e orienta e acompanha o cliente. É ele quem identifica riscos de inadimplência e define o valor a ser emprestado. Esse profissional não tem perfil burocrático, se desloca da agência até a propriedade ou negócio do cliente e faz um estudo de viabilidade.

O Estado dispõe de 482 agentes de crédito. Cada um recebe treinamento constante e tem noções de matemática financeira, comunicação e assistência. As lições aprendidas são sempre repassadas para os empreendedores. Além das prefeituras, o banco mantém parcerias com o Sebrae, Banco Nossa Caixa e com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), por meio do Projeto Vida Nova, de financiamento a parentes de detentos.

Outras iniciativas da Sert também participam como o Programa de Auto Emprego (PAE) e a Sutaco, que investem na capacitação e formação de cooperativas de artesãos. Guaracy informa que, em breve, será firmada parceria do banco com o Fundo Social de Solidariedade do Estado (Fussesp). “A meta é atender os empreendedores que participaram das oficinas artesanais mantidas pelo Fussesp.”

Dupla que deu certo

José Luiz Mendonça e Lúcio Antonio Giannini, proprietários da MG Artes Gráficas, conheceram o Banco do Povo Paulista por meio de um folheto e decidiram procurar a agência, em Matão, para financiar R$ 5 mil, parte do preço de uma máquina offset. O equipamento permitiu à empresa imprimir 2,5 mil folhetos monocromáticos por hora, no formato ofício, e ampliar a produção.

O investimento teve retorno rápido e a dupla decidiu quitar o empréstimo antes do vencimento das 18 parcelas. Objetivo: comprar outra offset para imprimir no formato duplo ofício e ampliar a variedade de panfletos para os clientes. “O empréstimo permitiu a expansão do negócio. Antes restrito a nós dois, já chegamos a ter 12 funcionários”, lembra Lúcio.

Números do Banco do Povo Paulista em seis anos

Total de empréstimos formalizados 
87.235
Valor emprestado
R$ 228,9 milhões
Empregos diretos gerados
53.885
Empregos indiretos criados
10.878

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 22/12/2004. (PDF)

Central de Informações da Secretaria da Educação recebe prêmio Gestão SP

Serviço de consulta, que faz 120 mil atendimentos mensais, ganhou o Troféu Mário Covas na categoria Modernização da Gestão Pública

Oferecer informação educacional com qualidade e rapidez para o cidadão. Essa é a proposta da Central de Atendimento de Informações Educacionais da Secretaria Estadual da Educação (SEE), um dos maiores órgãos da administração direta do Estado, que atende 275 mil funcionários, 5,4 milhões de alunos, 5,4 mil escolas e a comunidade acadêmica da USP, Unesp e Unicamp.

A Central foi um dos oito serviços públicos contemplados com o Prêmio Gestão SP – Inovação na Gestão Pública no Estado. O troféu Mário Covas foi concedido na categoria Modernização da Gestão Pública e entregue dia 22 de novembro, em solenidade realizada na Sala São Paulo, na capital. O julgamento dos vencedores foi balizado por quatro quesitos: Qualidade do Atendimento, Serviços on-line, Integração dos Processos e Relação com a Comunidade.

“Para o aperfeiçoamento da gestão é muito importante que o governo saiba exatamente o que o cidadão está pensando e querendo. A Central de Atendimento cumpre esse papel com primazia”, analisou o secretário-chefe da Casa Civil, Arnaldo Madeira.

Para o secretário-adjunto da Casa Civil, Floriano Pesaro, “o trabalho desenvolvido pela Central de Atendimento é tão bom que basta olhar o aumento no volume de atendimentos no último ano”.

Crescimento

A ligação gratuita e o atendimento pessoal da SEE estão disponíveis de segunda à sexta-feira, das 8 às 19 horas. Nos domingos, o plantão telefônico funciona das 9 às 17 horas. O balcão para o público fica na sede da SEE, na Praça da República, 53 – prédio do antigo colégio Caetano de Campos, região central da capital. Outra possibilidade é encontrar a informação procurada no site da SEE, na seção “Perguntas mais frequentes”, ou enviar mensagem de correio eletrônico com a solicitação.

Maria Nícia Pestana de Castro, gestora da Central, conta que o serviço foi criado no final de 1999 e hoje utiliza uma equipe de 58 profissionais. O número de atendimentos não para de crescer. “Em 2001, foram 100 mil; em 2002, 500 mil e no ano passado, um milhão. Em 2004, a previsão é finalizar o ano com 1,5 milhão de consultas”, explicou.

Em média, são realizados 120 mil atendimentos mensais. “Um dos maiores desafios, é conseguir entender rapidamente a necessidade do cidadão. E o público solicitante é bastante abrangente: inclui professor universitário, mãe de aluno e até mesmo pessoas com dúvidas sobre validade de diplomas em outros países”, comenta Maria Nícia.

A solicitação mais comum é sobre oferta de vagas e endereço de escolas. Pedidos de informações sobre supletivo, calendário escolar e o Programa Escola da Família também são frequentes, principalmente no período de inscrições. A Central recebe ainda dúvidas, críticas e sugestões e informa sobre legislação, ações de outros órgãos estatais e das secretarias municipais de ensino.

Fluxo de informações

Naime Sato, que responde pela coordenação da Central, explica que a eficiência conseguida pelo serviço é fruto de planejamento, organização e agrupamento das informações por assuntos. No início, consultas de caráter estatístico e demográfico exigiam mais tempo para a resposta, porque era necessário pesquisar. Aos poucos, todo o material pedido foi condensado e passou a alimentar o sistema de informações da SEE. “Assim, o atendente telefônico tem acesso rápido à informação para poder repassá-la”, explica Naime.

As sugestões passadas pelos usuários são recebidas com muita atenção. “Elas são incluídas no treinamento periódico dos atendentes, que procuram sempre antecipar ações e manter, em caráter permanente, uma postura pró-ativa. O resultado é a sensação de transparência e eficiência para o usuário”, diz a coordenadora.

Satisfação

Naime conta que o maior estímulo para a equipe é o retorno positivo do usuário, expresso em mensagens de agradecimento. Alexsander Dias Cassiano Júlio enviou e-mail elogiando a presteza e a determinação do atendente. Zélia Ramosi, ex-diretora do Instituto de Psicologia da USP, ligou para saber se, no momento, a SEE estava promovendo alguma reunião entre pró-reitores da USP e da Unesp. “A resposta veio em menos de um minuto, e aprovei o serviço”, comentou.

Equipe

Maria Cristina Faria Caetano é supervisora do atendimento telefônico. Ela conta que o programa de computador que gerencia as chamadas ajuda bastante. Ele verifica, de modo automático, qual foi o atendente que recebeu chamada há mais tempo, para que nenhum deles fique sobrecarregado. E distribui as ligações por ordem de chegada. “O princípio adotado é democrático e a divisão do trabalho permite um atendimento mais eficiente”, explica Maria Cristina.

“Aprendi muito no treinamento-carrapato, técnica que consiste em um novato acompanhar outro atendente para aprender rapidamente a função. Aqui, me realizo como ser humano e profissional”, afirma Rodolfo Pereira Mazzonetto, há oito meses trabalhando como atendente na Central.

Total de atendimentos (evolução 2001-2003)
fonte: Secretaria Estadual da Educação
Ano
Consultas
2001
101.256
2002
504.827
2003
1.018.624

Serviço
Central de Atendimento da SEE
Correio eletrônico – infoeducacao@educacao.sp.gov.br
Tel. 0800 77000 12

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/11/2004. (PDF)

Estudantes da rede pública desvendam segredos nos laboratórios do IPT

Visita ao Instituto, que termina amanhã, faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que já reuniu mais de 500 alunos do ensino médio

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) promove, até domingo, a Semana de Ciência e Tecnologia na Cidade Universitária, zona oeste da capital. Cerca de 500 estudantes do nível médio e profissionalizante de escolas da rede pública estão conhecendo as instalações, laboratórios, bibliotecas, equipamentos e alguns serviços prestados pelos pesquisadores para empresas e sociedade.

A visita à instituição integra as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A proposta é discutir o impacto das pesquisas e de suas aplicações no cotidiano da população e a importância da ciência e da tecnologia para a qualidade de vida das pessoas. Estão sendo debatidos temas como coleta seletiva de lixo, prevenção de incêndio em favelas e locais de risco, de inundações e deslizamentos de terra.

A pesquisadora Rosa Villares Berto, coordenadora da Semana, informou que cada estabelecimento de ensino pode escolher o roteiro da visita em dez opções disponíveis. Os encontros têm duração de quatro horas e são realizados no período da manhã. Os grupos são recepcionados com café de boas vindas e têm transporte oferecido pelo Instituto. Antes de conhecer os três laboratórios, assistem à palestra e vídeo institucional sobre o IPT. “Mostramos um mundo fascinante de tecnologia e inventos, alguns com impactos diretos no dia-a-dia da população”, conta.

Os roteiros são geologia (rochas ornamentais, meio ambiente e riscos); tecnologia de transportes (tanque de provas e setor de embalagens); engenharia civil (agrupamentos de segurança ao fogo, componentes de construção civil, laboratórios de concreto e pavimentação); química (plásticos e borrachas, tecnologia têxtil, biotecnologia, tecnologia de partículas, laboratório de análises químicas e de combustíveis e lubrificantes); metalurgia (corrosão e materiais magnéticos); mecânica (materiais elétricos, metrologia elétrica, ótica, calibração, vazão e túnel de vento) e produtos florestais (laboratório de móveis, xiloteca – coleção científica de madeiras – e laboratório de cupins).

Do raro ébano africano ao popular pinus

As atrações incluem túnel de vento com 40 metros de comprimento e hélice gigante numa de suas extremidades. É utilizado pela indústria para monitorar oscilações de grandes edifícios e estruturas de engenharia civil ou, ainda, em fenômenos meteorológicos e atmosféricos. Nele, são produzidas correntes de ar, que chegam à velocidade de 90 km/h.

Outra atração é o tanque de provas, o maior do País, com quatro metros de profundidade, para testar instalações petrolíferas. O dispositivo simula a ação do vento, de ondas e das correntes oceânicas, para verificar o comportamento de plataformas marítimas flutuantes utilizadas pela Petrobras para a prospecção de petróleo e gás no mar.

O IPT mantém uma exposição de rochas brasileiras e abriga a maior xiloteca da América Latina, localizada na sala 22 do prédio 11, onde estão armazenadas amostras de madeira de 3 mil espécies de árvores brasileiras e de outros países. As peças têm tamanhos, cores e aromas diferentes e abrangem desde o raro ébano africano ao popular pinus.

Por dentro dos laboratórios de química

O grupo de 25 alunos comandado pela professora de Química, Stella Márcia Veloso, da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Guiomar Cabral, de Pirituba, zona oeste, inaugurou as visitas às instalações do órgão. “Acho positivo quando a universidade e centros de pesquisa abrem as portas e se aproximam da sociedade. Só assim os estudantes do 1º, 2º, e 3º anos do ensino médio têm a oportunidade de conhecer e valorizar o trabalho dos cientistas – que são atividades próximas da realidade das pessoas”, explica. “Além disso, muitas faculdades estão em período de inscrições para o vestibular e o aluno pode ter sua aptidão para uma carreira despertada aqui”, comenta.

Os da 2ª série do ensino médio visitaram três laboratórios: plásticos e borrachas no prédio 31, têxteis, no 3 e, por fim, retornaram para o prédio 31, para ver a seção de combustíveis e lubrificantes. Assim como todos os visitantes, ganharam viseiras azuis especiais de identificação e conheceram os serviços de capacitação laboratorial. O engenheiro do setor de plásticos, Júlio César Pestana, recepcionou os estudantes no caminhão do Projeto Prumo. Esse serviço é móvel e permite ao empresário ser atendido na sede de sua empresa, sem precisar se deslocar até o IPT.

Júlio mostrou como são os testes de tração e rasgamento em amostras plásticas. As peças são colocadas na máquina universal de ensaios, que indica parâmetros como a carga máxima que um corpo de prova resiste e quanto precisa ser alongado até se romper. Os estudantes conheceram também o equipamento de abrasão, que recebe um corpo de prova, pesado, antes e depois de percorrer toda a superfície áspera da lixa até o final. Assim, determina o total de desgaste do material. Júlio explicou que esse serviço é muito procurado por fabricantes de pneus, pisos de borracha e solados de tênis. “O ideal é que o material apresente desgaste mínimo possível para ter propriedade industrial eficiente”, explica.

No final da primeira visita, os estudantes tiveram contato com os instrumentos de medição como o paquímetro, pirômetro e ferramental de análise, entre eles o forno de microondas e as estufas, utilizadas para acelerar o processo de envelhecimento dos corpos. Conheceram o reômetro – dispositivo que é o “coração” do laboratório móvel e indica o tempo ideal de vulcanização de um composto, ou quanto tempo um material precisa ficar no molde da prensa para se solidificar. “Um exemplo de aplicação seria informar a um borracheiro quanto tempo uma câmara de ar furada deve ser deixada na máquina para a fixação do remendo”, informa Júlio.

Borrachas e plásticos

No laboratório de plásticos e borrachas do IPT, a garotada do Guiomar Cabral presenciou relação de análises para diversos produtos de plástico como tubos de PVC, peças injetadas e sopradas, bisnagas, tampas, grades para automóveis e pára-lamas de moto. Um dos serviços mais solicitados é o de “espionagem industrial” ou reengenharia. “Um cliente deseja saber a composição de um produto derivado do plástico, como uma embalagem que tem boa aceitação no mercado. Contrata o laboratório para fazermos a deformulação do produto, que revela a sua composição e o possível modo como foi feito”, conta Selma Jaconis, pesquisadora do laboratório.

Ensaios mecânicos também são muitos procurados, porque determinam a performance final de um produto. “Por exemplo, um saquinho de plástico de supermercado, que fura com facilidade e deixa a mercadoria sair. Para solucionar este problema, no laboratório fazemos um ensaio que se chama resistência à tração de emenda – para determinar o tipo de solda e quais providências devem ser tomadas”, informa.

Durante sua exposição, Selma ressaltou que muitas das informações que passou não são ensinadas nas escolas tradicionais nem nos cursos profissionalizantes. “Os estudantes, muitas vezes, se formam e não têm acesso à análise instrumental, porque as escolas não dispõem do mesmo equipamento do IPT para ensinar e entender os diferentes segmentos do mercado”, explica.

Simulação de raios solares

Selma aponta que conferir durabilidade é um dos maiores desafios na área de plásticos. No laboratório há uma máquina que simula a ação dos raios solares no estado norte-americano da Flórida, ao meio-dia. “Equipamento é importado dos Estados Unidos e no seu interior o mecanismo provoca o envelhecimento acelerado de produtos, como fios de náilon para pescaria. Depois dos testes é possível avaliar o tempo de vida útil”, aponta Selma.

Rafael de Oliveira, 17 anos, está no 3º técnico e aprovou a visita. “Pretendo seguir carreira na área de informática e aprovei as instalações, serviços e testes industriais realizados pelo Instituto”. Sua namorada, Fernanda Vinco também gostou. “Aqui é tudo novo e interessante, pena que não pude conferir a parte de biologia”, comenta.

O técnico Leandro Augusto Cepeda apresentou o laboratório de têxteis aos estudantes, base para toda a indústria brasileira desse segmento. Repleto de máquinas de lavar e de amostras de tecido, os testes seguem normas específicas. “Testamos a qualidade, elasticidade e resistência das peças a detergente, sabão em pó, tudo que o cliente solicitar”, explica.

Cartuns: mistura de humor com ciência e tecnologia

Na visita, a meninada encontrou a mostra de cartuns Os Cientistas, que mistura humor com ciência e tecnologia pela linguagem dos quadrinhos. As tirinhas desmistificam a ciência e informam, por meio de situações corriqueiras nos centros de pesquisa, como a mídia apresenta os temas científicos e provoca seus reflexos nos leitores.

A série de tirinhas também foi responsável por um “furo” de reportagem – anunciou em 2001 a descoberta, por uma equipe da área de biotecnologia do IPT, de variedade bacteriana mais produtiva para a produção de plástico biodegradável, a Burkholderia saccharum.

Os personagens principais são Zago e Zilda, pesquisadores maduros; Vitório é o cientista preocupado com questões sociais; Lerdo, o burocrata; Interneto, o estagiário adepto das novas tecnologias; Deri Wada, matemática, namoradeira e sonhadora; vírus e bactérias, um micromundo de seres invisíveis que afetam a vida das pessoas; Zildinho, o garoto filho de Zilda e Seu Zé, o faxineiro do laboratório, que tem pouco estudo, mas sempre faz observações inteligentes.

Fontes inspiradoras

O autor das estorinhas é João Garcia, cartunista que também é assessor de imprensa do IPT e assina seus trabalhos como Jão e Cols. A série teve início no jornal Correio Popular de Campinas, em 1994, e foi publicada no veículo até o início de 2002. Cols é a abreviatura de colaboradores, uma homenagem do autor às suas fontes inspiradoras: professores universitários, crianças em idade escolar, jornalistas, físicos e demais leitores.

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/10/2004. (PDF)