Financiamentos da Desenvolve SP crescem 20% no primeiro semestre

Agência de Desenvolvimento Paulista repassou R$ 168,5 milhões para prefeituras paulistas e pequenas e médias empresas; volume superou em 20% o total transferido no mesmo período de 2016

Em sintonia com o momento atual de retomada do crescimento da economia brasileira, a Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) ampliou em 20% o volume de crédito financiado na comparação do primeiro semestre de 2017 com o mesmo período do ano passado. No total, a ação vinculada ao Governo estadual desembolsou R$ 168,5 milhões em projetos de investimento e capital de giro para pequenas e médias empresas e prefeituras paulistas.

De acordo com Milton Santos, presidente da Desenvolve SP, o aumento foi puxado principalmente pelos setores da indústria e dos serviços. O primeiro grupo absorveu 49% do total repassado e totalizou R$ 83 milhões, ante R$ 39,7 milhões repassados no mesmo período do ano passado. O segundo representou 35% do total financiado e recebeu R$ 69,4 milhões. Na sequência de atendimentos, vieram o setor público (9%), comércio (6%) e agronegócio (1%).

A maioria do crédito aprovado, informa Santos, foi direcionado para expandir atividades e modernizar instalações e infraestrutura. Nesse sentido, destaca, os financiamentos em investimento fixo saltaram de R$ 112,8 milhões no primeiro semestre de 2016 para R$ 126,7 milhões nos seis primeiros meses desse ano. E as operações de capital de giro cresceram 54% e subiram de R$ 27,2 milhões para R$ 41,8 milhões na primeira metade do ano.

Apelo social

“Os negócios de pequeno e médio portes receberam 93,5% dos financiamentos”, comenta Santos. Uma das explicações, observa, é o fato de os empreendedores conseguirem, junto à Desenvolve SP, “crédito mais sustentável” na comparação com o oferecido por bancos de varejo, isto é, “na agência obtêm acesso simplificado e desburocratizado, associado a taxas de juros mais baixas e prazos de carência e de pagamentos mais longos”, destaca.

“Basta estar regular, sem pendências legais e financeiras, para qualquer empresa usufruir das 20 opções de linhas disponíveis. Esse crédito mais barato também atende quem ainda não abriu o negócio. Para os municípios, há mais sete opções disponíveis”, salienta. “O objetivo do Governo paulista com a Desenvolve SP é fortalecer a inovação e gerar emprego e renda no Estado, por meio do estímulo ao surgimento de novos negócios e da expansão de todos os setores da economia”, esclarece.

Crédito digital

Para o segundo semestre, a perspectiva de crescimento segue mantida, avalia Santos. Uma das apostas principais é a inovação. Para isso, a Desenvolve SP mantém seis linhas dedicadas ao tema e, somente no primeiro semestre, os aportes em projetos inovadores disruptivos e incrementais totalizaram R$ 20,5 milhões – montante 22% superior a igual período do ano passado. Um projeto, em especial, é o Crédito Digital, lançado no final de 2016 e baseado na certificação digital e-CNPJ para autenticar eletronicamente as operações e consultas em bancos de dados.

Como todo empréstimo da Desenvolve SP, o Crédito Digital permite ao interessado simular suas condições de obtenção, mesmo sem ter cadastro no site da Desenvolve SP (ver serviço). Basta informar no campo do formulário eletrônico o montante pretendido, o prazo total de pagamento em número de meses e o período de carência desejado, também em meses, para começar a quitar a dívida. Essa modalidade on-line financia até R$ 200 mil, em até três anos, com carência de três meses e juros de 1,18% ao mês pela taxa de juros de longo prazo (TJLP) + 8,1% ao ano.


Rápido, simples e recomendado

Gilberto Dias, proprietário da GDS Informática, encontrou no Crédito Digital da Desenvolve SP a melhor opção para financiar o projeto de desenvolvimento e compra de totens de autoatendimento para sua empresa de cartões pré-pagos. Criada em 2001 e sediada na região da Santa Ifigênia, centro da capital, a microempresa tem nove funcionários e atende cantinas de escolas e casas noturnas, com sistema de comandas informatizadas.

“Conheci a Desenvolve SP pesquisando na internet. O processo todo foi muito rápido. Em menos de cinco dias, fiz o pedido, enviei a documentação, recebi a visita do agente de crédito e o dinheiro já estava na conta”, revela. Segundo ele, o recurso serviu para adquirir 23 totens, distribuídos em 70 pontos comerciais de clientes. “Vou pagar a última prestação em dezembro do ano que vem. A partir daí, pretendo comprar mais 50 equipamentos desses. Os serviços da Desenvolve SP são excelentes, para amigos e outros empresários”, recomenda Dias.

Tecnologia

Segundo ele, hoje a GDS tem como clientes principais seis mil pais. No site da empresa, eles compram créditos para serem ‘carregados’ nos cartões pré-pagos de seus filhos, que os utilizam para comprar lanche na cantina escolar. “O conceito é permitir aos responsáveis pelas crianças definir um limite diário de gastos, além de quais itens podem ser adquiridos a cada dia, estimulando nelas a alimentação adequada, do ponto de vista nutricional e também educação financeira”, explica.

Para usar o cartão pré-pago, o único pré-requisito é a criança ser alfabetizada. Assim, na hora do intervalo, ela escolhe na tela do totem quais itens da cantina irá comprar. A partir daí, o terminal de autoatendimento imprime guia para ser entregue no balcão com o pedido – e o sistema também envia e-mail para o pai, com uma cópia da solicitação. “O sistema de cartão pré-pago é flexível, pode ser adaptado para evento fechado ou situação onde seja preciso controlar consumação sem usar dinheiro em espécie”, informa Dias, citando como exemplos festa junina, feira, parque temático e outros eventos.

Serviço

Desenvolve SP
Atendimento presencial ao empreendedor: de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas
Rua da Consolação, 371 Centro – São Paulo (SP)
Telefone (11) 3123-0464

GDS Informática

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 29/08/2017. (PDF)

Jaqueta para motociclista com airbag é inovação apoiada pelo IPT

Desde 2015, laboratórios do Instituto de Pesquisas Tecnológicas aprimoram equipamento de proteção; colete é fabricado por microempresa da Grande São Paulo

Um dispositivo de amortecimento, pioneiro no Brasil e cujo desenvolvimento teve início em 2015, foi aperfeiçoado com o auxílio do serviço de Qualificação Técnica para Aprimoramento de Produtos (Qualimint), do Núcleo de Atendimento Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas (NT-MPE) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Trata-se de um colete de segurança para motociclistas com um sistema interno exclusivo de bolsa inflável (airbag) para aumentar a proteção contra colisões, quedas e impactos.

Proprietário da Inflajack, empresa de Cotia, município da Região Metropolitana de São Paulo, o administrador Milton Nakamura diz que decidiu, em 2014, abrir a empresa. Segundo ele, a meta da empresa contratante do IPT era passar a fornecer ao mercado nacional um equipamento de proteção individual (EPI) de qualidade superior ao comercializado no País por fábricas japonesas, chinesas, italianas e francesas (ver serviço).

“O intuito era ampliar a segurança de um imenso contingente de motociclistas circulando pelas ruas e estradas do Brasil”, diz Nakamura. Desse público-alvo, destaca, atender especialmente os profissionais cuja vida é ganha sobre duas rodas – policiais, motoboys, bombeiros, agentes de trânsito, além dos que atuam no resgate de vítimas de acidentes e aqueles especializados em reparos de rede elétrica.

Pioneirismo

“O apoio do Laboratório de Tecnologia Têxtil do IPT foi fundamental para realizar diversos ensaios mecânicos e de abrasão com o tecido 100% poliéster usado nas jaquetas e coletes”, revela o administrador. Segundo ele, outro dado importante aferido abrangeu um conjunto de quatro câmeras de radiação infravermelha. Elas foram usadas, explica ele, para comprovar a eficácia do sistema de proteção, dentro da margem de segurança para a insuflação do airbag.

Nakamura informa que o sistema de proteção do colete funciona com um cabo partindo dele acoplado sob o banco da motocicleta. Quando ocorre um acidente e o motociclista ‘decola’, em uma fração de tempo de até 0,2 segundo, o cilindro interno com gás carbônico, instalado no interior da jaqueta, infla o airbag. Desse modo, a bolsa de proteção possibilita minimizar impactos de eventuais batidas em cinco regiões vitais do corpo do condutor: coluna cervical, cóccix, caixa torácica frontal, clavículas e pescoço.

Salvar vidas

“Embora esse EPI não seja de uso obrigatório pela legislação brasileira de trânsito, era primordial ter total credibilidade e confiabilidade em seu desenvolvimento. Afinal, a jaqueta tem potencial para salvar vidas”, justifica Nakamura. Segundo ele, optar pelo IPT para fazer os testes e aprimorá-la foi uma escolha natural, por causa da vasta experiência do instituto, inclusive internacional, na produção de ensaios, laudos técnicos e certificações.

“Entre maio e setembro de 2015, avaliamos no Laboratório de Tecnologia Têxtil a resistência das fibras do tecido e a medição da força necessária para o acionamento do sistema de airbag”, revela a pesquisadora Gabriele Paula de Oliveira. “Atualmente, estudamos a resistência de outros materiais para serem usados nas peças.”

Fabricadas na microempresa com dez funcionários, as peças são usadas, por exemplo, por agentes de equipes de campo da AES Eletropaulo, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Brasília, Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Recife (PE) e Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado do Mato Grosso do Sul.

Custo

Em média, cada jaqueta Inflajack com airbag custa R$ 2,5 mil. “Hoje, por uma questão tributária, o tecido usado em sua fabricação é classificado pela legislação como material supérfluo e não como item de segurança. Para diminuir custos, pleiteamos essa mudança no Ministério do Trabalho. Atualmente, os motociclistas ocupam seis em cada dez leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e há expectativa de que, no futuro, esse equipamento seja de uso obrigatório, como, por exemplo, é o capacete”, argumenta Nakamura.

Os próximos passos da Inflajack com o IPT são desenvolver novos materiais ainda mais resistentes. “Estamos em fase de testes e em breve pretendemos assinar novo Qualimint”, adianta o administrador. Um dos destaques será incorporar, gradativamente, opções de acessórios, como microcâmera portátil e GPS, avaliados na primeira parceria, de 2015, pela Seção de Automação, Governança e Mobilidade Digital do IPT.

Nesse sentido, conta o engenheiro eletricista do IPT, Matheus Jacon Pereira, a proposta era avaliar a possibilidade de registrar itinerários e, também, informar, em tempo real, a localização do agente de campo pelo GPS da jaqueta. “A ideia é, no futuro, enviar imagens de informações urgentes, como, por exemplo, a localização de um acidente para equipes de socorro, se há feridos, etc. No estudo de viabilidade entregue, foi indicado levantamento de mercado com algumas soluções para atender às demandas solicitadas”, observa.


Atendimento ilimitado

Empregar experiência fabril e conhecimento técnico para impulsionar o desenvolvimento do setor produtivo paulista. Desde 1999, essa é a proposta do Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa (NT-MPE), conjunto de programas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) com mais de 5 mil serviços no currículo prestados para as micro e pequenas empresas paulistas.

“Esses atendimentos são direcionados a negócios com faturamento anual de até R$ 90 milhões e podem ter até 90% de seus custos subsidiados pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Assim, o empreendedor desembolsa, no mínimo, os 10% restantes, de acordo com cada caso”, informa Mari Katayama, diretora do NT-MPE.

Serviço

Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT (NT-MPE)
E-mail ntmpe@ipt.br
Telefone (11) 3767-4204

Inflajack

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 23/08/2017. (PDF)

Fundo patrimonial privado financia projetos na Poli-USP

Desde 2012, doações de ex-alunos e simpatizantes viabilizaram 60 projetos de ensino e pesquisa na Escola Politécnica; site do Fundo Patrimonial Amigos da Poli detalha seu funcionamento e orienta como colaborar

Conciliar capacidade de gestão com criatividade, além de demonstrar gratidão, para criar uma fonte permanente de recursos para viabilizar projetos acadêmicos inovadores de caráter científico e de cidadania. Com esse espírito, um grupo de ex-estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) criou, em fevereiro de 2012, o Fundo Patrimonial Amigos da Poli. Pioneira no País, a associação tem como finalidade a captação de doações de simpatizantes, de alunos e ex-alunos da instituição em uma grande rede colaborativa.

O diretor presidente do fundo, Lucas Sancassani, explica que esse modelo de captação de recursos a partir de um fundo patrimonial (endowment) inspira-se em experiências bem-sucedidas de universidades europeias e norte-americanas. Segundo ele, o dinheiro recebido por meio de doações é aplicado em investimentos financeiros diversificados e gera excedentes – o montante é reinvestido nos anos seguintes.

“Com gerenciamento adequado, profissionalismo e transparência, o patrimônio acumulado gera rendimentos anuais acima da inflação. Parte da capitalização é, então, direcionada aos projetos de ensino e pesquisa da Poli”, explica Sancassani, engenheiro elétrico, formado em 2006 na escola da USP, localizada no câmpus da Cidade Universitária, Butantã, zona oeste da capital.

História

A associação de ex-alunos da Poli-USP formou-se em 2008, reúne profissionais de perfil diversificado e inclui empresários de segmentos econômicos variados e agentes do mercado financeiro. Muitos deles conheceram o endowment em programas de especialização em universidades estrangeiras.

“Vemos como fundamental esse tipo de apoio para o progresso do ensino superior no País. Nosso propósito é devolver para a sociedade todo o apoio que recebemos ao longo de nossa formação”, diz, orgulhoso, o atual presidente do grupo de voluntários.

O desafio inicial, segundo Sancassani, foi a formatação de um modelo jurídico adequado para a criação do fundo patrimonial e definir seu modelo de governança. Ele é composto por conselho deliberativo, com a participação de professores da instituição no grupo gestor.

“A associação foi constituída com R$ 4,3 milhões em doações”, revela o engenheiro. Nos últimos meses, as contribuições aumentaram e, em julho, o fundo totalizou R$ 15 milhões acumulados de patrimônio, montante que possibilitou investir R$ 1,6 milhão em 60 projetos.

Doações

Nas universidades norte-americanas, o dinheiro obtido com o endowment é utilizado para o próprio custeio. Nos últimos 70 anos, muitos centros científicos de relevância acumularam bilhões de dólares em reservas e rendimentos. Como exemplos, Sancassani cita as universidades americanas de Harvard, com US$ 30 bilhões em caixa, Yale, US$ 20 bilhões, e Columbia, US$ 10 bilhões.

“Nossa proposta é diferente e prevê a aplicação dos recursos exclusivamente em projetos internos e de capacitação dos alunos”, sublinha o também ex-universitário da Poli e diretor financeiro do fundo, Samuel Oliveira. “Os projetos apoiados contemplam mais de 600 politécnicos, incluindo alunos, servidores e professores, mas há espaço para crescer muito mais”, afirma Oliveira.

A associação, ele ressalta, tem hoje 600 doadores cadastrados e, a cada ano, aproximadamente 750 estudantes se formam na Poli-USP. “Temos a proposta de integrar e aproximar cada vez mais esse público. Fazer a doação é simples e qualquer valor interessa. Basta entrar no site do fundo, inclusive usando cartão de crédito, para concretizar a destinação”, explica (ver serviço).

Seleção

Todo ano, as contas da associação passam por auditoria externa e independente, realizada pela empresa BDO Brasil. No mês de abril, o fundo publica em seu site edital para inscrição de projetos (ver serviço). Uma banca examinadora, integrada por professores da Poli-USP e representantes do fundo, seleciona os melhores. Para isso, são considerados cinco pontos: empreendedorismo, trabalho em equipe, liderança, cidadania e inovação.

“Mesmo quem não é aprovado se beneficia. É possível conhecer os projetos no site do fundo, bem como consultar o estatuto da associação e seus balanços anuais”, diz Oliveira. Entre os projetos contemplados, ele destaca patrocínios às equipes de competição da Poli-USP, como o desenvolvimento de robôs, aviões e baja (veículo off-road), apoio à participação de alunos em torneios internacionais de ciência e outros trabalhos de impacto social.

Um dos selecionados foi o desenvolvimento de próteses e órteses humanas de baixo custo para pessoas com deficiência. Orçado em R$ 50 mil, com 75% concluídos, o projeto, coordenado pelo professor doutor Pai Chi Nan, pretende viabilizar a produção em escala industrial das peças, ao custo médio de R$ 1 mil cada uma, para serem utilizadas por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). No mercado, alguns desses dispositivos chegam a custar até R$ 150 mil.

De acordo com os gestores do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, o retorno obtido nesses cinco anos despertou o interesse de outras instituições acadêmicas públicas e particulares para criar associações similares. Na própria USP, foram recebidas manifestações das faculdades de Medicina, de Direito e de Economia, Administração e Contabilidade (FEA).

Serviço

Fundo Patrimonial Amigos da Poli
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E-mail contato@amigosdapoli.com.br

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 17/08/2017. (PDF)