Tecnologia inclusiva nas Etecs e Fatecs

Scanners, leitores de texto e lupas eletrônicas auxiliam alunos com deficiência visual nas Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia

No ano passado, o Centro Paula Souza destinou R$ 500 mil na aquisição de equipamentos para serem usados por alunos com deficiência visual nas 218 Escolas Técnicas (Etecs) e 64 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais. O investimento em tecnologia assistiva possibilitou a compra de 16 scanners especiais, 16 leitores de texto, 35 lupas eletrônicas e três máquinas de escrever em braile.

“Ao se inscrever para prestar o Vestibulinho das Etecs ou o Vestibular da Fatec, o candidato com deficiência informa no formulário on-line se precisará de auxílio para fazer a prova”, observa a professora Alessandra Ribeiro Costa, coordenadora de projetos de inclusão da pessoa com deficiência do Centro Paula Souza, instituição vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI).

Entre os 300 mil alunos da instituição, cerca de 500 possuem algum tipo de deficiência – a visual é a mais comum. Ciente do fato, os processos seletivos semestrais do Centro oferecem diversas opções de assistência para candidatos com deficiências física, auditiva, intelectual ou múltipla.

Acesso

Depois de aprovado no processo seletivo e matriculado, o aluno pode recorrer às tecnologias assistivas em sua própria escola. Para isso, basta entrar em contato com a direção. “O objetivo do Paula Souza é acompanhá-lo desde o ingresso até a obtenção do diploma”, destaca Alessandra. Quando o aluno conclui sua formação, o equipamento é devolvido para a administração do Centro Paula Souza e repassado a outra escola solicitante.

A meta é prover meios, de acordo com as possibilidades, para permitir que todo estudante – com deficiência ou não – possa frequentar as aulas e participar de atividades acadêmicas regulares e extraclasse. A ação é complementada com capacitações de 40 horas oferecidas em cinco datas do ano para professores e servidores da instituição paulista, 135 opções de cursos técnicos de nível médio e 71 graduações tecnológicas.

Treinamentos orientam sobre como usar as tecnologias assistivas, práticas pedagógicas, legislação e terminologia relacionada à inclusão. Para participar, o interessado deve clicar no link Capacitações do site do Centro Paula Souza (ver endereço em serviço).

Aprendizado

Vanessa Santos, de 24 anos, e Wodson Cruz, de 23, alunos com deficiência visual total do curso gestão comercial da Fatec Itaquaquecetuba, ganharam novo estímulo desde a chegada dos equipamentos de tecnologia assistiva. Ambos ingressaram na escola técnica em 2013; ele, no primeiro semestre; e, ela, no segundo.

A dupla recebeu da professora Cilene Cruz o apoio necessário para ampliar possibilidades de aprendizado e de retenção dos conteúdos transmitidos. Com empenho e disposição, aliados aos dois conjuntos de scanners e leitores de texto à disposição deles na biblioteca, tiram agora notas melhores que a média dos colegas em disciplinas de Exatas – área de conhecimento na qual tinham mais dificuldades.

Livro falado

O scanner é integrado ao leitor de texto e copia páginas inteiras de livros ou de cadernos, que podem ser posicionados em qualquer direção. De modo instantâneo, o dispositivo assistivo reconhece os caracteres impressos no papel e seleciona, com um retângulo, a primeira palavra da página. A partir daí, o aluno pressiona o botão de leitura no termo. Depois de ouvi-lo, avança para o seguinte.

“Demoramos um pouco para nos acostumar, mas estamos perfeitamente adaptados. Além de textos, o sistema nos permite usar planilhas, ao nos informar com exatidão em qual célula está o cursor”, revela a estudante.

Wodson comenta que os novos equipamentos são mais eficientes que a tradicional leitura em braile. “Quando acabo de ouvir uma página, o sistema salva o texto decodificado pelo equipamento em um arquivo, que uso depois para estudar em casa no meu notebook”, salientou.

Apoio

Mestre em sistemas de informação, Cilene teve experiência prévia com alunos com deficiência antes de ingressar na Faculdade de Tecnologia de Itaquaquecetuba. Lá, estruturou o projeto Horas de Atividades Especiais para trabalhar com a dupla.

A iniciativa solidária ganhou imediatamente a simpatia de toda a comunidade escolar e teve adesão incondicional dos profissionais diretamente envolvidos com os dois jovens com deficiência visual. Este grupo inclui o professor Francisco Tavares, coordenador do curso gestão comercial, o bibliotecário Leandro da Silva e seu auxiliar Carlos Baleeiro, além dos três alunos-monitores da formação do curso, Eliane Cruz, Gabriel da Silva e Tayná Caetano.

Reinvenção

“Se a tecnologia não pode resolver, uso a criatividade”, ressalta a professora Cilene. Um dos exemplos, explica ela, é usar uma sequência ordenada de pingos de cola em uma folha de papel para representar um gráfico de uma função numérica.

“Na verdade, nos reinventamos todos os dias. O senso comunitário e o apoio ao próximo são características muito positivas e valorizadas na Fatec de Itaquá”, diz o professor Tavares. Ele exemplifica a tese com a dedicação dos 12 alunos-monitores da escola.

Dos mil estudantes matriculados nos quatro cursos oferecidos pela escola (secretariado, gestão comercial, gestão de tecnologia da informação e gestão empresarial), o grupo dedica de quatro a oito horas semanais no auxílio aos colegas (turmas da manhã, tarde e noite) com dificuldade de aprendizado.

Serviço

Centro Paula Souza (capacitações)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 05/05/2015. (PDF)

Ipem-SP fiscaliza livros com brinquedos e livros-brinquedo

Pela primeira vez no País, esse tipo de material foi alvo de verificação; 30% dos 404 produtos analisados foram reprovados

Para atestar a segurança dos chamados livros-brinquedo e livros com brinquedos, dez equipes do Instituto de Pesos e Medidas do Estado (Ipem-SP), vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, checaram, ontem, 15 livrarias de pequeno, médio e grande portes da capital.

A verificação desse tipo de publicação, direcionada ao público infantil, é inédita no País e, agora, foi incorporada pelo Ipem-SP à lista dos 478 itens regularmente examinados.

De acordo com a legislação vigente, qualquer item à venda, seja importado, seja fabricado no Brasil, deve seguir as normas do Código de Defesa ao Consumidor, além de observar outras regras previstas na lei, como a exigência de selos de segurança, de eficiência energética ou de respeito ao meio ambiente, de acordo com suas características de produção e de comercialização.

As responsáveis pela operação, Marta Malvestiti e Marisa Amorim, explicam que, nos pontos comerciais, os fiscais verificam a presença do selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) nos produtos, entre outros itens exigidos.

Prevenção

O trabalho inclui conferir se a embalagem traz orientações sobre os cuidados com segurança a serem tomados por pais e responsáveis antes da entrega do material às crianças. Além disso, o produto é analisado para confirmar que se trata, de fato, de um brinquedo. Os fiscais verificam também a existência no rótulo da indicação de faixa etária recomendada e se a embalagem traz informações legíveis e se o texto é compreensível e está em português.

Quando há suspeita de irregularidade, todo o estoque de um item é apreendido e a lei prevê prazo de dez dias úteis para fabricantes e lojistas apresentarem defesa no Ipem-SP. Caso a denúncia seja confirmada, a multa varia de R$ 800 a R$ 30 mil. Os valores da autuação dobram em caso de reincidência. (Confira a lista de irregularidades encontradas pelas equipes de fiscalização no site do Ipem-SP).

Na fiscalização dos livros-brinquedo e livros com brinquedos, um ponto em especial é verificado: a presença de ímãs ou de peças imantadas consideradas pequenas. A comercialização desses itens é proibida, por causa do risco de ingestão acidental pelas crianças.

Na operação realizada nesta sexta-feira, 10, na capital, as 15 lojas fiscalizadas foram autuadas. A verificação, por amostragem, contemplou 404 produtos; destes, 121 (30%) foram reprovados.


Fiscalização, etapa final

A fiscal do Ipem-SP, Marta Malvestiti, observa que a verificação feita pelo Ipem-SP nos pontos comerciais é a última fase de um trabalho social e preventivo que envolve todas as empresas, o poder público e a população. O processo de aprovação de um produto antes de sua comercialização pode demorar até dez anos para ser concluído.

A primeira etapa fica sob a responsabilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Tomando como exemplo os brinquedos, essa instituição define a especificação de requisitos a serem contemplados pela indústria antes da fabricação ou importação, como o uso de ímãs, baterias, partes pequenas, tintas e substâncias tóxicas, entre outros aspectos.

Depois da norma ABNT, é a vez da parte prática, com a definição de uma portaria do Inmetro determinando como o fabricante deve proceder na produção. A certificação é a penúltima etapa antes da fiscalização no ponto comercial, ficando a cargo de centros técnicos acreditados, como, por exemplo, os laboratórios do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI).

Serviço

Denúncias e informações
Instituto de Pesos e Medidas do Estado (Ipem-SP)
E-mail – ouvidoria@ipem.sp.gov.br
Telefone gratuito – 0800 013 0522 (atendimento de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 11/04/2015. (PDF)

Exigência de substituição de extintor é adiada

Novo prazo é 1º de julho; donos de veículos fabricados antes de 2005 devem trocar o equipamento para evitar sanções

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prorrogou até 1º de julho o prazo para proprietários de veículos substituírem o extintor de incêndio pelo modelo ABC. O adiamento vale em todo o território brasileiro e foi definido pela Resolução 521/2015, publicada na edição de 26-3-2015, página 54, do Diário Oficial da União (ver em serviço). Previsto para terminar em 1º de abril, o período foi novamente estendido devido à falta do equipamento no mercado, em razão da grande demanda.

A medida abrange veículos fabricados antes de 2005, equipados com extintores de incêndio do tipo BC – sigla que identifica dispositivo de segurança para chamas de fogos dos tipos B e C (em líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos), mas ineficiente para debelar fogos do tipo A (que combate incêndios em sólidos, papel, madeira e tecidos).

Os equipamentos tipo BC têm prazo de validade de três anos e permitem um único reabastecimento antes da substituição. Com a nova legislação, serão definitivamente descartados.

Veículos produzidos a partir de 2005 dispõem do extintor ABC, cuja validade é de cinco anos, mas o proprietário deve verificar se o equipamento está dentro do prazo de validade, além de observar se há pressão suficiente no seu interior. Essa conferência é feita na leitura do manômetro, cujo ponteiro precisa estar na faixa verde do mostrador. Caso contrário, deverá ser substituído, para evitar sanções.

Multa

Circular com o veículo sem extintor, com o lacre rompido, fora da validade, sem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), ou transportado fora do lugar indicado é considerado infração grave. Prevista no artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a infração acarreta multa de R$ 127,69 e acrescenta cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do proprietário do veículo, além de retenção do veículo para regularização.


Mais segurança

“Embora pareçam improváveis, incêndios em veículos são ocorrências corriqueiras atendidas pelos bombeiros e, muitas vezes, deixam de ser registradas pelos proprietários de veículos”, informa o tenente PM Gilberto Leite, comandante do Setor de Pátios e Leilões da Divisão de Apoio à Diretoria de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran.SP.

Na avaliação do oficial, essa mudança de equipamento é positiva, porque previne acidentes e evita prejuízos públicos e privados – além de garantir a eficácia do extintor, caso precise ser usado. Para aumentar ainda mais a segurança, ele recomenda a busca no YouTube de vídeos produzidos pelo Corpo de Bombeiros (como o do link http://goo.gl/USVXcJ). “Simples e de fácil compreensão, eles ensinam o modo correto de manusear o extintor e de direcioná-lo para a base do fogo”, conclui.

Serviço

Mais informações em Detran.SP
Atendimento telefônico: na capital e RMSP (11) 3322–3333.
Outras localidades: 0300–101–3333
Confira a Resolução nº 521/2015 na íntegra.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 28/03/2015. (PDF)