Alerta: combate ao mosquito da dengue deve ocorrer o ano todo

Pesquisa do Instituto Butantan revela grande capacidade de adaptação do Aedes aegypti mesmo em condições climáticas e ambientais adversas; patrimônio genético variado permite sua reprodução inclusive nos meses frios

Os biólogos Lincoln Suesdek e Caroline Louise, do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan, fazem o alerta: autoridades e cidadãos não podem diminuir o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, nos meses de inverno, pois, embora o ciclo de reprodução do inseto fique mais lento devido às quedas de temperatura e de umidade da estação, a espécie se mantém ativa. No verão, o ciclo de desenvolvimento é mais rápido.

A dupla de pesquisadores do instituto descobriu que o Aedes aegypti possui um patrimônio genético muito grande e variável. Essa característica pode explicar como os ovos do mosquito sobrevivem até um ano em ambientes e condições adversas e a capacidade da espécie em contornar algumas tentativas humanas de eliminá-la.

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo foi o trabalho de iniciação científica de Caroline, sob orientação do professor Suesdek. Entre abril de 2011 e maio de 2012, houve a coleta de ovos, larvas e pupas do mosquito em seis áreas distintas.

Riqueza genética

As armadilhas foram colocadas em um raio de 7,8 quilômetros quadrados no entorno do Instituto Butantan (órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde), próximo da Cidade Universitária, na zona oeste da capital.

A pesquisa analisou 150 fêmeas do mosquito durante cinco estações climáticas (outono, inverno, primavera e verão de 2011 e outono de 2012), considerando aspectos genéticos e morfológicos, além de ter avaliado questões evolutivas e demográficas de dispersão desses insetos em áreas urbanas. O objetivo do estudo é compreender a evolução e aprimorar mecanismos de controle da espécie, originária de países da África subsaariana (todo o continente, com exceção da região norte).

O artigo Microevolution of Aedes aegypti (Microevolução do Aedes aegypti) pode ser consultado on-line no site da revista científica PLoS one (ver serviço). Ele apresenta aspectos relacionados à posição de 18 pontos existentes na asa do inseto e sobre a variabilidade do DNA da espécie.

Ao longo do período de estudo, a pesquisa revelou que ocorrem alterações no tamanho e no formato das asas e nas frequências de microssatélites de DNA, indicativos da rápida variação evolutiva da espécie. Os biólogos do Butantan comentam que a riqueza genética confere robustez e versatilidade ao Aedes. Depois do Anopheles, transmissor da malária, essa espécie de mosquito é a segunda que mais infecta pessoas no mundo.

Desdobramentos

“No meio urbano, onde vive a maioria da população brasileira, o Aedes encontra condições muito favoráveis para procriar. Além disso, os fluxos humanos e comerciais em todo o planeta favorecem sua dispersão pelo mundo”, explicam os pesquisadores. Eles indicam o site da Secretaria de Estado da Saúde (ver serviço) como fonte de informação sobre o tratamento e a prevenção da dengue.

O professor Suesdek conta que a pesquisa do Laboratório de Parasitologia prossegue agora com uma tese de doutorado em andamento, prevista para ser finalizada no fim do primeiro semestre de 2016. A autora é a bióloga Paloma Vidal, também aluna, como Caroline, da Universidade de São Paulo (USP).

Atualmente, Paloma valida dados sobre a população e a evolução do Aedes repassados pelos serviços municipais de saúde de Campinas, Catanduva, São Carlos, São José do Rio Preto e Santos. O objetivo é desenvolver estudo complementar ao de Caroline nas cinco cidades paulistas.

Serviço

O Instituto Butantan localiza-se na Av. Vital Brasil, 1.500 – Butantan – capital. O artigo científico dos pesquisadores do Instituto Butantã pode ser consultado em http://goo.gl/A7rFzE. Para obter orientações de tratamento e prevenção da dengue, acesse http://goo.gl/mFw777.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 17/11/2015. (PDF)

São Paulo lança programa de apoio às exportações

Evento realizado no Palácio dos Bandeirantes, na capital, apresenta ações dos Governos estadual e federal para fortalecer o comércio externo brasileiro

Com o objetivo de conquistar novos mercados para produtos e serviços brasileiros, os Governos estadual e federal lançaram ações conjuntas de fortalecimento ao comércio exterior. Foram apresentados, em solenidade realizada na terça-feira (6), no Palácio dos Bandeirantes, na capital, o Plano Nacional de Cultura Exportadora (PNCE) e o Programa Paulista de Apoio às Exportações (SP Export).

As duas ações governamentais têm a mesma finalidade: aproveitar o câmbio favorável e aumentar as vendas externas, incentivar e disseminar a cultura exportadora no empresariado paulista e ajudar o empreendedor a encontrar novos compradores estrangeiros.

A prioridade inicial das duas iniciativas é atender 4 mil empresas de setores com potencial exportador, como alimentos, farmacêutico, equipamentos médico-hospitalares, materiais de construção, moda, máquinas e equipamentos, serviços de engenharia e tecnologia da informação.

As estratégias a serem adotadas para ampliar a competitividade incluem adequar o produto nacional às exigências externas, em aspectos ambientais, sanitários, de saúde e tecnológicos, entre outros. Por isso, será necessário aproximar o empreendedor de órgãos de especificação de requisitos, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e de certificação, como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Esforços

O PNCE integra o Plano Nacional de Exportações, instituído em junho pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Sua direção definiu São Paulo como o segundo Estado do País a receber um comitê gestor local da iniciativa, que terá como atribuição monitorar o desempenho do Plano em território paulista.

O SP Export é uma ação integrada ao PNCE, sob responsabilidade da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP), organização social vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado. O programa prevê realizar 10 mil capacitações até 2017 em empresas que já exportam ou têm potencial para vender seus produtos para compradores estrangeiros.

Parceria

Juan Quirós, presidente da Investe SP, comenta que, em novembro, estará definido o cronograma de seminários que devem ocorrer em diversas regiões do Estado em 2016. Essa atividade do SP Export será executada em parceria com associações comerciais, entidades setoriais, prefeituras e diversas instituições.

Outra medida prevista é a criação de uma plataforma on-line com conteúdo informativo para ajudar o empreendedor a internacionalizar seus produtos e serviços. Essa ferramenta também irá promover missões internacionais com empresários paulistas e organizar a participação em feiras e eventos estrangeiros, além de trazer compradores internacionais para conhecer o mercado do Estado.

O SP Export atuará em parceria com diversos órgãos setoriais – Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Correios, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal.

Produtos

Na abertura da solenidade, modelos desfilaram usando roupas e calçados das mais recentes coleções de moda praia e verão. As peças de vestuário brasileiras, em especial os têxteis paulistas, já caíram no gosto de consumidores estrangeiros e são exportados para vários países.

Depois da exposição das autoridades federais e estaduais, o público pôde conhecer no Salão dos Pratos alguns produtos paulistas que são produzidos para exportação. A lista inclui itens alimentícios, para panificação, por exemplo. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Getúlio Netto, foi ao evento representando 77 empresas brasileiras, 42 delas instaladas no Estado de São Paulo.

“No ano passado, faturamos US$ 300 milhões com exportações para 133 países de todos os continentes. Ações como as adotadas hoje são fundamentais para gerar mais negócios, emprego e renda no País”, observou.

Apoio

No estande vizinho, da Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos, Ingredientes e Acessórios para Alimentos (Abiepan), o público conheceu produtos do setor integrado por 70 empresas, 35 delas sediadas no Estado e responsáveis por US$ 17 milhões originados de exportações em 2014.

O destaque eram as pré-misturas para panificação e de confeitaria artísticas produzidas pela Arcolor, empresa com 320 funcionários localizada no bairro São Mateus, zona leste da capital. Seu representante, Scott Laporte, comemorou o maior apoio governamental à exportação. Para ele, “é essencial preparar o empreendedor que ainda não exporta para enxergar o novo nicho como atividade permanente e, ao mesmo tempo, zelar pela imagem do produto nacional que vem sendo consolidada desde 2005 pela Abiepan”.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/10/2015. (PDF)

Procon-SP informa custo médio de brinquedos no Estado

Antes de sair às compras para o Dia da Crianças, consumidor pode comparar preços no site da fundação; valor cobrado em alguns produtos varia até 124,81%

Para economizar nos presentes para o Dia das Crianças (12 de outubro), a orientação é consultar a Pesquisa Comparativa de Preços de Brinquedos da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP). Realizado ao longo dos três últimos meses, o estudo foi divulgado on-line, no dia 29, no site da fundação, e informa o valor médio cobrado para 88 produtos de 17 fabricantes (ver serviço).

A pesquisa anual comparou preços em nove varejistas de médio e grande portes da capital, incluindo lojas de brinquedos. Adota como quesitos a oferta, a variedade e a distribuição dos produtos e traz o valor cobrado à vista para bonecas, bonecos, bicicletas, jogos, massas de modelar, entre outros. Os itens pesquisados foram obtidos em sites e catálogos de lojas de varejo.

A integrante da diretoria de estudos e pesquisas do Procon-SP Cristina Martinussi recomenda ao consumidor pesquisar preços em diversas lojas e sites antes de comprar. Responsável pela pesquisa, ela comenta que, em algumas situações, o preço varia até 124,81%.

Por exemplo: de acordo com a fundação, a boneca Monster High Monster Fusion Opereta custa R$ 89,90 no Supermercado Extra, na zona norte da capital; na loja Semaan, localizada na região da Rua 25 de Março, tradicional ponto de comércio popular do centro de São Paulo, sai por R$ 39,99.

Intensificada

No interior, o monitoramento é realizado pelas oito regionais da fundação, sediadas em Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba. A divulgação dos resultados também é feita no site do Procon-SP, onde pode ser vista a série histórica de levantamentos realizados desde 2006 – o acompanhamento dos preços começou a ser feito em 1993 (ver serviço).

“Até o dia 9 de outubro, a fiscalização nas lojas segue intensificada. A meta é visitar 200 estabelecimentos comerciais na capital”, informa a supervisora operacional do órgão, Regiane Campos. Ela explica que o trabalho das equipes segue as diretrizes do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e confere diversos aspectos, como, por exemplo, se o preço à vista dos produtos é apresentado de modo claro em lojas e sites.

Caso o lojista permita parcelar, ele precisa informar em cada etiqueta de preço a taxa de juros cobrada. No caso de não aceitar alguma forma de pagamento (cheque, cartão de crédito, etc.), essa condição deve ser informada em local visível e não quando o produto já está na sacola do comprador.

Trocas

Com relação à distribuição de brindes – estratégia comum para aumentar as vendas –, o lojista pode oferecê-los em promoções do tipo “compre duas peças e ganhe um presente”. Entretanto, esse item adicional segue as mesmas regras de comercialização dos demais produtos, como selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), modo de uso, etc.

Outra orientação diz respeito aos kits de produtos – conjunto de estojo de maquiagem com um perfume adicional, por exemplo. O consumidor tem direito de consultar a data de validade de todos os itens incluídos no kit.

Se a mercadoria não apresenta nenhum defeito ou vício, a troca é uma liberalidade do fornecedor, mas se o produto apresentar algum defeito, o lojista deve recebê-lo de volta e tem prazo de 30 dias corridos para fazer a reposição. No caso de peças consideradas duráveis, como roupa ou calçado, o prazo para o consumidor solicitar a troca ou reparo é de 90 dias.

Na troca por vício de um produto perecível, como um alimento, o consumidor deve reclamar o mais rápido possível – e tem prazo de 30 dias para receber outro item semelhante e dentro do prazo de validade. A mesma regra vale para itens não duráveis (como medicamentos). Nesse caso, o prazo para o consumidor solicitar a troca é de 30 dias, de acordo com o CDC.

Como última sugestão, considerando a crescente utilização de celulares, tablets e outros eletroeletrônicos por crianças e adolescentes, Regiane recomenda aos pais não deixarem informações pessoais à disposição dos filhos: número de cartão de crédito, RG, CPF, etc. O objetivo é evitar a ação de hackers e prevenir compras indevidas, como as feitas pelas crianças em jogos e aplicativos.


Recomendações do Procon para presentear a criançada

Antes da compra, considere a idade, o interesse e a habilidade da criança e procure se informar, com o lojista, sobre as condições de troca para o produto. O consumidor deve privilegiar brinquedos educativos, capazes de estimular o desenvolvimento da coordenação motora, inteligência, afetividade, criatividade e socialização.

A embalagem, rótulo ou caixa devem conter informações em língua portuguesa, redigidas de modo claro. O selo do Inmetro é obrigatório para brinquedos. A marca deve vir acompanhada do nome do órgão de certificação técnica credenciado e responsável pelo produto, como, por exemplo, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Falcão Bauer, Instituto Brasileiro de Qualificação e Certificação (IQB), entre outros.

No rótulo devem constar a descrição exata dos itens inseridos, nome, CNPJ e endereço do fabricante ou do importador e aviso sobre eventuais riscos que possam representar para a criança, com relação à faixa etária recomendada, além de instruções de uso e de montagem.

Serviço

Fundação Procon-SP
Pesquisa Comparativa de Preços de Brinquedos 2015
Código de Defesa do Consumidor (CDC)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 06/10/2015. (PDF)