Sobre: Rogerio Mascia Silveira

Brazilian journalist

Procon sugere cuidado especial na compra de material de construção

Recomendação é sempre conferir o prazo de validade, instruções e restrições de uso, além de questionar preços, formas de pagamento e política de troca

Para garantir os direitos do comprador de materiais de construção, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) realiza em todo o Estado operações regulares de fiscalização desses produtos nas lojas especializadas.

“O objetivo dessas operações é observar o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC – Lei federal nº 8.078/1990), legislação responsável pelas regras das relações de consumo em todo o território nacional”, informa Bruno Stroebel, supervisor de planejamento de fiscalização operacional.

A operação, iniciada em 3 de junho, se estenderá até sexta-feira, quando terão sido inspecionadas 34 grandes lojas do gênero na capital. Até o momento, 20 delas já foram fiscalizadas, todas apresentaram alguma irregularidade e serão notificadas.

De acordo com a natureza de cada ocorrência identificada, os fiscais podem sugerir instauração de processo administrativo em âmbito interno contra o fornecedor. Se o mesmo vier a ser condenado, poderá pagar multa de R$ 597,04 a R$ R$ 8.955.780,80 e o valor pode aumentar em eventual reincidência.

Em uma rede de materiais de construção com várias lojas na capital, a fiscalização encontrou irregularidades com adesivos plásticos para PVC, paquímetros, rejuntes, mandris e selantes para juntas de dilatação em mais de um dos pontos comerciais da empresa.

Segundo os fiscais do Procon, essa situação é comum, podendo ser explicada pelo fato desse perfil de estabelecimento comprar itens para as diversas lojas de sua rede em grandes quantidades. Porém, é obrigação do lojista conferir cada item antes de colocá-lo em exposição nas gôndolas.

Irregularidades

Segundo Stroebel, as irregularidades encontradas nas lojas de materiais de construção ocorrem também com outros comércios de produtos nacionais e importados. Incluem a falta de exemplar do CDC em local visível para consulta na loja e de informação clara sobre preços, formas de pagamento e trocas, além de cobrança no caixa de valor diferente do anunciado na prateleira.

Com relação às mercadorias, os desrespeitos mais comuns ao CDC são a ausência de dados obrigatórios na embalagem, como peso, lote, volume, composição e informações sobre o fabricante. E mais, prazo de validade vencido, etiqueta apagada, falta de informações claras no rótulo, grafia em língua estrangeira e ainda, não ter instruções de uso e eventuais restrições. Em alguns tipos de produtos, também é conferido o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) – a lista deles pode ser conferida no site do instituto (ver serviço).

De olho no rótulo

Eduardo Ioshimoto, professor aposentado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e docente de Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sublinha a importância desse tipo de fiscalização do Procon para proteger o consumidor.

Segundo ele, mais de 60% do cimento comercializado na capital tem como destino pequenas construções e, muitas vezes, o consumidor com esse perfil de compra não costuma conferir o prazo de validade e a recomendação de uso de alguns itens, um fator crítico em qualquer obra.

O professor Ioshimoto explica que resinas e selantes são produtos cuja deterioração ocorre ainda na prateleira da loja, antes mesmo da venda. Assim, se estiverem fora do prazo de validade podem trazer prejuízos ao proprietário, cuja expectativa será frustrada por problemas relacionados a infiltrações, trincas precoces e outros efeitos indesejados.

“Para adquirir materiais de construções, em muitos casos vale o mesmo critério para comprar alimentos: olhar validade, como conservar o produto depois de aberto, usar em quais situações, etc.”, observa.

Questão de custo

Moradores do Jabaquara, bairro da zona sul da capital, o casal de marceneiros Elaine Ferreira e Julio Cesar da Silva, costuma ir três vezes por semana a lojas de materiais de construção para repor os estoques da oficina. Experientes, costumam comparar preços e verificar, quando há tempo, as informações contidas no rótulo dos produtos.

Mesmo tomando esses cuidados, relatam já terem tido problemas com itens desconformes: “O custo para retornar ao estabelecimento comercial e trocar a mercadoria muitas vezes não compensa o gasto com a viagem. Assim, a fiscalização do Procon é fundamental para proteger o consumidor”, observam.

Serviço

Fundação Procon
Blog
Telefones: Na capital, ligar 151, de segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas; no interior e litoral, consultar no site do Procon o número e o endereço dos Procons municipais

Código de Defesa do Consumidor (CDC)
Inmetro

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/09/2016. (PDF)

IFUSP oferece mais de mil aulas de física no YouTube

Com acesso gratuito, vídeos trazem conteúdos do ensino médio e superior e são fonte confiável de informações na internet para alunos e professores

Lançado neste mês na internet, o canal de vídeos Física Universitária recebeu mais de 10,1 mil inscritos no YouTube. Gratuito, o programa de aulas a distância é uma iniciativa da equipe do pesquisador Gil da Costa Marques, docente titular do Departamento de Física Experimental do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) e professor da Universidade Virtual do Estado (Univesp).

O canal oferece 1.040 videoaulas de física – com duração inferior a 30 minutos cada. Os assuntos são divididos em tópicos: Mecânica (5 diferentes), Eletromagnetismo (3), Óptica, Oscilações e Ondas, Gravitação, Física Geral, Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos, Física Quântica, Teoria da Relatividade e Física Moderna.

“O canal pretende apresentar conteúdo de modo dinâmico e correto sob o ponto de vista científico. Outra proposta é sempre ser fonte confiável de informações na internet”, relata o professor Marques. Segundo ele, os roteiros das videoaulas são baseados em trechos de livros de sua autoria, ainda inéditos, e as lições foram concebidas a princípio para serem usadas como material didático auxiliar de professores de licenciatura do ensino médio.

Viral

O material foi produzido de 2014 a 2015. Durante as gravações, o professor e equipe decidiram ampliar o escopo do trabalho, incluindo experimentos sobre diversos temas e abordar noções básicas e complexas da física. Na avaliação dos responsáveis, essa é uma das explicações sobre o porquê os vídeos despertam tanto interesse na web apenas dez dias do seu lançamento.

Para localizar o acervo no YouTube, basta digitar Física Universitária no campo de procura do site de vídeos e clicar no primeiro resultado listado depois dos anúncios. O público inscrito no canal tem perfil diversificado: inclui alunos e professores do ensino médio público e privado; de cursinhos pré-vestibulares; e docentes e universitários de todas as áreas do conhecimento.

Experiência

O professor Marques foi um dos pioneiros na instalação do ensino a distância na USP – modalidade de ensino oferecida pela universidade pública paulista desde 2010. Além dele, o canal Física Universitária tem a colaboração dos docentes Cláudio Furukawa e Ewout ter Haar, e na equipe do IF há mais quatro funcionários responsáveis por secretariar o programa, esclarecer as dúvidas ao público (on-line) e administrar o canal no YouTube.

“Não há improviso nas aulas, todas são concebidas previamente”, sublinha o docente. Para tirar dúvidas, o interessado deve se manifestar na seção de comentários do vídeo referente à lição apresentada. E para localizar conteúdos publicados, a recomendação é pesquisar sobre eles na página inicial do canal (ver serviço).

Serviço

Física Universitária (canal no YouTube)
Universidade Virtual do Estado (Univesp)
Instituto de Física (IFUSP)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/09/2016. (PDF)

Governo paulista apoia atletas brasileiros nas Paralimpíadas

Time São Paulo Paralímpico disputará provas de atletismo, bocha, tênis de cadeira de rodas, tênis de mesa, judô, natação, paracanoagem, remo e vela

Criado em 2011, o programa Time São Paulo Paralímpico é fruto de convênio firmado entre a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Atualmente, essa parceria fornece ajuda de custo para 44 atletas e treinadores, dá suporte para a aquisição de materiais esportivos e banca os gastos com viagens em competições preparatórias das Paralimpíadas, torneio mundial que será disputado no Rio de Janeiro, de 7 a 18 de setembro.

Na soma de resultados dos Jogos de Pequim 2008 com as Paralimpíadas de Londres 2012, o Time São Paulo Paralímpico conquistou 60% das medalhas nacionais. Além disso, no torneio disputado em solo britânico, o Brasil terminou em 7º lugar no ranking geral, com 21 medalhas de ouro, 14 de prata e 8 de bronze. Dessas 43 medalhas, 25 foram do Time São Paulo Paralímpico, sendo 16 ouros, 6 pratas e 3 bronzes, nas modalidades atletismo, natação, bocha e judô.

Olímpica e paralímpica

Catarinense de Criciúma, Bruna Alexandre, de 21 anos, competiu na Olimpíada Rio 2016 e, agora, estará novamente nas Paralimpíadas. Integrante do Time São Paulo Paralímpico, ela joga tênis de mesa na classe 10, reservada aos atletas com deficiência mais leve. Amputada do braço direito, começou a jogar aos 7 anos por influência do irmão. Em pouco tempo, descobriu sua vocação para o esporte de alto rendimento e terminou em 5º lugar nas Paralimpíadas de Londres 2012.

“Sou canhota, uma dificuldade a mais para minhas adversárias, destras na maioria. Também tenho treinado forte e me vejo em condições de disputar a final”, revela a mesatenista. Atleta do Circolo Italiano e moradora de São Caetano do Sul, ela conquistou dois bronzes inéditos para o Brasil, nas provas simples e de duplas do Mundial Paralímpico disputado em Pequim, na China, em 2014.

Para as Paralimpíadas do Rio, Bruna prevê um caminho duro até o pódio, podendo ‘topar’ com a chinesa Yang Quian e com a polonesa Natalia Partyca, seu ídolo de infância e ainda referência no esporte. “Quem sabe não terei a chance de ganhar delas?”, sonha.

Veterano

O carioca André Brasil é uma das principais esperanças de medalhas para o Brasil nas piscinas. Nadador do Esporte Clube Pinheiros, da capital, e integrante do Time São Paulo Paralímpico, vai disputar nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro seis provas individuais: 50 metros livres, 100 metros livres, 400 metros livres, 100 metros borboleta, 200 metros costas e 200 metros medley; e duas de revezamento: 4×100 metros livres e 4×100 metros medley.

André tem 32 anos e pretende competir até os 36 anos. Ele começou no paradesporto, em 2006, e tem em seu currículo seis recordes mundiais, 31 medalhas de ouro, nove de prata e três de bronze. Experiente, vê como fundamental o apoio governamental e privado para o esporte, especialmente para formar novas gerações de atletas e chamar a atenção da sociedade para questões de inclusão social e cidadania. “Com infraestrutura excelente, o Centro Paralímpico Brasileiro, recém-inaugurado, foi um passo fundamental nesse sentido”, observa.

Com investimento de R$ 308 milhões, o centro ocupa 140 mil metros quadrados de área e tem hotel com 300 leitos adaptados aos para-atletas e treinadores. Está instalado no km 11 da Rodovia dos Imigrantes, na saída de São Paulo para o litoral sul paulista, e oferece atendimento em 15 modalidades paralímpicas. Foi construído por meio de parceria entre a secretaria, o CPB e o Ministério do Esporte.

Corrida do ouro

A central da equipe brasileira de golbol, Simone Rocha, atleta do Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP), aposta na modalidade como um dos prováveis pódios do Brasil nas Paralimpíadas. “Meu sonho é vencer na final os Estados Unidos, atuais campeões mundiais, e fazer bonito diante de outras equipes fortes, como China e Turquia”, revela a jogadora, uma das seis convocadas pelo técnico Dailton Freitas para disputar o torneio mundial no Rio.

Policial civil, Simone é agente de comunicações na 5ª Delegacia Seccional, localizada no bairro do Belenzinho, na zona leste da capital. Atleta desde os 18 anos, participou do Parapan, disputado em Guadalajara 2001, no México. Também competiu na Paralimpíada de Atenas 2004 e durante algum tempo se dividiu-se entre o atletismo e o golbol. Hoje, com 40 anos, dedica-se exclusivamente ao golbol, sua paixão maior.

Direcionado para pessoa com deficiência visual, o golbol é disputado por duas equipes de três jogadores numa quadra com dimensões iguais às do vôlei. O objetivo dos times é atingir o gol adversário, arremessando uma bola de 1,25 quilo com guizos em seu interior.

Para equilibrar a disputa, todos os atletas jogam vendados e o silêncio é obrigatório, para permitir a concentração dos participantes. As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos cronometrados. Porém, se uma equipe conseguir abrir dez gols de vantagem, o jogo termina. “Fico posicionada no meio do gol, minha função principal é defender os chutes adversários, uma das principais estratégias para vencer”, diz Simone.

Em equipe

Renata da Silva, professora de história da EE Vila Olinda II, na cidade de Embu das Artes, integra a equipe (staff) da seleção brasileira de bocha. Disputada por homens e mulheres juntos e por atletas com paralisia cerebral ou deficiências severas, essa modalidade deu ao Brasil sua primeira medalha paralímpica: uma prata obtida pela dupla Robson Almeida e Luiz Carlos Costa, na modalidade lawn bowls, no Jogos de Toronto 1976. Na Rio 2016, serão disputadas provas individuais, em duplas e por equipes.

Renata atua como ‘calheira’ da classe BC3, uma das quatro categorias de para-atletas da bocha. Sua função é ajudar o cadeirante a manipular instrumentos de auxílio durante as partidas, como capacete e calha de lançamentos, entre outros. Baseado em arremessos ‘estratégicos’ com as mãos, o jogo consiste em aproximar ao máximo as bolas coloridas de cada jogador de uma branca. “Vamos ao Rio para buscar medalhas, mas o primordial é sempre apoiar o paradesporto, sinônimo de inclusão social e cidadania”, observou.

Serviço

Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa Com Deficiência
Time São Paulo Paralímpico
Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
Centro Paralímpico Brasileiro
Jogos Olímpicos e Paralímpicos Brasil 2016

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 30/08/2016. (PDF)