Sobre: Rogerio Mascia Silveira

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Autonomia médica: direito do profissional e necessidade para o paciente

O presidente da regional Araraquara da APM alerta: tratamento precoce deve ser adotado e quanto antes for iniciada a terapia, maiores as chances de cura

Sidney Antônio Mazzi – crédito foto Rogério Mascia Silveira

A autonomia médica é uma das grandes polêmicas atuais presentes na sociedade brasileira. Sem fugir do debate, o Dr. Sidney Antônio Mazzi, presidente da regional Araraquara da Associação Paulista de Medicina (APM), esclarece: o direito de decidir os rumos do tratamento é prerrogativa fundamental do profissional da área da saúde, posição também compartilhada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

“Sem ferir a ética, o médico precisa ter total liberdade para fazer o tratamento que julgar necessário”, explica o Dr. Sidney, 68 anos, ginecologista e também especialista em Medicina do Trabalho e em Perícia Médica. Segundo ele, a politização atual sobre a questão da autonomia médica é fruto de vaidade exagerada e deve ser relevada, porque só atrapalha.

“Não é papel de deputados e jornalistas questionar o trabalho dos médicos na pandemia, pois cada profissão deve cumprir a sua função na sociedade”, comenta. Um exemplo disso, aponta, foi o constrangimento sofrido pela oncologista Nise Yamaguchi, entre outros convocados na CPI da Covid-19, impossibilitados de se expressar adequadamente.

Tratamento precoce

“Em todas as patologias, o tratamento precoce deve ser adotado. Este raciocínio vale para câncer e também para Covid-19, isto é, quanto antes for iniciada a terapia, maiores as chances de cura”, salienta o Dr. Sidney, formado na Faculdade de Medicina de Marília (Famema) em 1977 e há mais de 40 anos em atuação em Araraquara.

“0 fundamental no tratamento é o profissional se pautar pela ciência, na medicina por evidência e mais, fazer valer sua experiência com casos anteriores e centrar forças no seu relacionamento com o paciente”, destaca.

“Com relação a qual medicação será utilizada na terapia, vale o mesmo princípio de autonomia total. O importante é a proximidade do médico com o paciente, de acordo com a evolução de cada caso. Salvo raríssimas exceções, a maior alegria do médico é a recuperação do seu paciente”, analisa.

Telemedicina

De acordo com o Dr. Sidney, a pandemia trouxe mortes e risco de contágio para muitos profissionais da área da saúde, além de ter ampliado a busca por serviços à distância, inclusive dos médicos.

Nesse sentido, ele aponta a psiquiatria como a única especialidade médica passível de funcionar a contento por telemedicina. Na avaliação dele, o ideal é sempre o paciente fazer uma primeira consulta presencial.

“Muitas vezes é preciso examinar o paciente, isto é, ver se está febril, auscultar coração e pulmão, checar abdômen, conferir se o fígado e o baço estão aumentados, se tem dor, alergia, reação renal, entre outras alterações possíveis”.

“Um uso eficiente da telemedicina é quando o paciente conversa com o médico para comentar os resultados de seus exames”. Para o Dr. Sidney, o ideal é o paciente fazer exames clínicos adequados, de modo que os complementares sirvam para confirmar as hipóteses diagnósticas – “aí a telemedicina se encaixa bem”, finaliza.

Reportagem publicada originalmente no site da APM Araraquara.

APM celebra o Dia do Médico, 18 de outubro

Em meio à pandemia, dois associados da Associação Paulista de Medicina apresentam suas visões de mundo e alegrias da profissão

No Brasil, o Dia do Médico é comemorado no dia 18 de outubro e a escolha da data faz referência ao Dia de São Lucas, o santo padroeiro da Medicina. Para celebrar a data, a Associação Paulista de Medicina (APM) destaca o perfil e o trabalho realizado por dois de seus associados. Ambos são residentes em Araraquara: a médica do trabalho Myrna Glauce Falcão Aiello e o radiologista Renato Chediek.

Mesmo diante dos muitos desafios enfrentados na profissão, ambos, Myrna e Renato, se dizem muito satisfeitos com suas escolhas e opções de carreira. Para ela, seu dia mais feliz como médica, foi quando concorreu na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no concurso, com uma única vaga aberta, para a residência em Clínica Médica – e foi aprovada. Para Renato, formado na Faculdade de Medicina de Catanduva, sua maior alegria é receber sempre feedbacks e devolutivas positivas dos pacientes sobre seu trabalho.

Por quê essa área?

Myrna Glauce Falcão Aiello – Médica do Trabalho

Quando cursava residência médica, a Dra. Myrna fez um ano de Gastroenterologia e surgiu então a oportunidade de fazer Medicina do Trabalho. “Ao longo do curso fui me apaixonando pela área, por ser uma especialidade voltada para um população específica, porém presente em toda a sociedade – o trabalhador”, revela a Dra. Myrna. “O foco desse trabalho é prevenir problemas ocupacionais, de modo a assegurar que o profissional ao ingressar e se desligar de uma empresa mantenha sua saúde em dia”, comenta.

Já o Dr. Renato, conta ter sido influenciado pelo pai, também médico, para optar pela profissão. “Nunca pensei em fazer outra coisa”, revela. Ele conta que no quinto ano do curso de Medicina, ele acompanhava com interesse o trabalho de médicos radiologistas, em especial do saudoso Reinaldo Barros, amigo da família e profissional atuante no Incor, em São Paulo (SP). “Em uma temporada de férias, Reinaldo me convidou para conhecer o trabalho dele na capital. Me encantei lá pelo padrão de excelência dos serviços e decidi pela radiologia”, revela o Dr. Renato.

Médicos no Brasil

Em todo país, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar haver no mínimo um médico para cada mil habitantes. Atualmente, o Brasil tem perto do dobro do volume recomendado e a quantidade de médicos já se aproxima das de países de primeiro mundo, como Estados Unidos, Japão e Reino Unido. No entanto, a maioria deles está baseada nos grandes centros urbanos, das regiões Sudeste e Sul.

Nesse sentido, a Dra. Myrna destaca como primordial o planejamento governamental no sentido de dar suporte aos médicos recém-formados, com uma remuneração adequada. Isso faria com que eles se fixassem, mesmo que por um período de tempo, nos municípios menores. “O que os desestimula, em muitos casos, é o fato de considerarem que estão distantes dos colegas de profissão e não estarem evoluindo na profissão pelo fato de estarem em cidades menores”, comenta a Dra. Myrna.

Na avaliação dela, o suporte governamental deveria incluir recursos tecnológicos atuais disponíveis, como telemedicina, aulas online, congressos virtuais etc. “Hoje, até médicos intensivistas recebem suporte à distância de colegas”, observa a Dra Myrna. E para completar o apoio governamental, ela sugere a garantia de acolhimento e presença no mercado de trabalho quando estes profissionais decidissem retornar para os grandes centros.

Planejamento

Renato Chediek – radiologista

Para o Dr. Renato, difundiu-se a ideia de que faltavam médicos no Brasil. Para suprir essa demanda foram abertas muitas faculdades, porém a maioria delas sem ter estrutura suficiente e recursos indispensáveis ao ensino, como hospital, ambulatório etc. “Falta nos centros menores um planejamento e um rodízio nos moldes dos oferecidos para juízes e promotores. Eles podem prestar concurso para trabalhar nos locais mais distantes. Depois de um tempo, se quiserem, podem pedir remanejamento para suas regiões de origem, ou ainda, terem melhores condições para se fixarem em definitivo nessas localidades”, observa o Dr. Renato.

Pandemia

Ambos os médicos, Renato e Myrna, comentam que o pior momento da pandemia já passou, mas tiveram o desafio de conseguir seguir trabalhando ininterruptamente em suas clínicas e demais atividades de trabalho, observando todos os protocolos de segurança e de isolamento recomendados.

O Dr. Renato sublinha o fato de mesmo diante do quadro difícil da pandemia, não podemos deixar de destacar o papel de todas as equipes de saúde do país no sentido de se unirem para salvar vidas. Já para a Dra. Myrna, a forma de examinar o trabalhador mudou com a pandemia. E muitas das medidas de segurança e prevenção adotadas, como o uso de máscaras, persistirão.

Comemoração – Dia do Médico

Para os doutores Myrna e Renato, o Dia do Médico deve ser celebrado por todos os profissionais da área da saúde, principalmente em decorrência da conduta deles na pandemia. Ela comenta que “não viu ninguém desistir da profissão por causa da pandemia.

Todos deram as mãos e foram à luta, se expondo, arriscando e cumprindo sua missão de tratar e salvar vidas”. O Dr. Renato segue a linha de raciocínio e diz que os médicos fizeram valer mais uma vez o tradicional juramento de Hipócrates, que todos fazem ao se formar em que juram praticar a medicina honestamente.

Também em comemoração ao Dia do Médico, a APM lançou um novo site.

Reportagem publicada originalmente no site da APM Araraquara.

Codeagro lança projeto-piloto de alimentação saudável na capital

Nutricionistas e agrônomos orientam consumidores na feira do Projeto Bom Preço do Agricultor, realizada no Terminal do Jabaquara

A Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA), apresentou, no domingo, 1º, e na quarta-feira, 4, o projeto-piloto de seu programa Saudável é Mais. A iniciativa teve como local escolhido a feira livre do Projeto Bom Preço do Agricultor, da SAA, realizada na Rua dos Comerciários, zona sul, ao lado da Estação do Metrô da Linha 1–Azul e do Terminal Intermunicipal do Jabaquara (ver Serviço).

Na feira, foi montado um estande com equipe formada por técnicos, agrônomos e nutricionistas. O grupo transmitiu aos consumidores orientações sobre alimentação saudável, plantio de hortas urbanas e segurança alimentar – três principais pilares do novo programa. De acordo com José Valverde, coordenador da Codeagro, a proposta é tornar o projeto-piloto uma iniciativa mensal, a partir de novembro, após o período eleitoral, mantendo os atuais parceiros da SAA, a prefeitura regional do Jabaquara e a Cooperativa Nacional de Produtores Agrícolas e do Agronegócio (Coonagro).

Mais saúde

Um dos responsáveis pelo estande, Emílio Bocchino Neto, diretor de projetos da Codeagro, aponta a ação como mais um incentivo para o público conhecer o Projeto Bom Preço do Agricultor. “É uma oportunidade para o consumidor adquirir diretamente do produtor alimentos frescos e de qualidade, além de pagar em média de 15% a 20% menos do que os valores cobrados nos outros mercados”, destaca. Segundo ele, a feira de hortifrútis orgânicos é realizada às sextas-feiras, das 15 às 20 horas; e a de frutas e legumes convencionais ocorre aos domingos, das 4 às 14 horas, e às quartas-feiras, das 15 às 20 horas.

O programa, explica Bocchino Neto, também promove capacitação anual gratuita em sua sede para os agricultores participantes da feira nos meses de janeiro e fevereiro. “Neste treinamento, passamos orientações sobre como manipular legumes e verduras com higiene e segurança, dar dicas sobre embalagens e conservação e ampliar o valor agregado dos alimentos nas bancas, entre outras boas práticas”, ressalta.

Marcio Miyashiro é um dos produtores atendidos. Filho de bananicultores do município de Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira, sul do Estado, ele participou da capacitação em fevereiro de 2016. Na sua barraca, atualmente, ele prepara e comercializa yakisoba, o macarrão com carnes e legumes de origem japonesa. “As orientações transmitidas foram fundamentais, valorizam ainda mais a qualidade e apresentação das nossas refeições”, explicou Miyashiro.

Todos os gostos

Em todas as bancas da feira do Projeto Bom Preço do Agricultor, o público pode levar para casa as publicações elaboradas pelo Centro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Cesans) da Codeagro. Redigidos por nutricionistas, esses manuais também são oferecidos para leitura e cópia gratuita on-line no site do Cesans e nas duas comunidades da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios no Facebook, a Alimentação Saudável e a Saudável e Barato (ver Serviço).

“Elaboramos receitas de sucos, pães, pescados, massas e diversos preparos. Todas as sugestões de cardápios são equilibradas, com o propósito de atender públicos dos mais diferentes perfis, inclusive consumidores com restrições alimentares. A proposta comum a todos os títulos é melhorar a qualidade de vida da população”, explica Milene Massaro, diretora do Cesans. Segundo ela, as obras também podem ser encontradas nas livrarias virtuais Amazon, iTunes, Kobo, Google Books, Livraria Cultura e Issuu (ver Serviço).

Praticidade

Responsável pelas publicações, Milene coordenou no estande o trabalho de orientação ao público com relação ao consumo de alimentos saudáveis, além de incluir dicas sobre como reaproveitá-los. “A Codeagro está presente em todas as etapas de produção dos hortifrútis, desde o campo ate à mesa das famílias. A ideia desse novo programa é também promover ações de educação alimentar”, esclarece Milene.

No estande, ela e outras sete nutricionistas apresentaram diversas marmitas com exemplos de refeições saudáveis, rápidas e simples de serem produzidas, com legumes e frutas encontrados na feira, informando, inclusive, o baixo valor nutricional de cada uma delas. O conceito proposto é substituir o alimento pronto, industrializado e rico em gorduras e sódio, por outros saudáveis, além de trocar o sal por temperos como cebolinha, salsinha e as chamadas Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), como sálvia, capuchinha, etc.

Aprovado

Moradora no Carandiru, bairro da zona norte da capital, a confeiteira Salvina da Silva se encantou com o projeto-piloto da Codeagro. Fazendo curso técnico de medicina do trabalho nas imediações, ela aproveitou a ida no entreposto ao ar livre para fazer compras rápidas, pegar publicações “incríveis e que não conhecia” no estande da Codeagro e ainda ganhou mudas (de vários temperos) plantadas em garrafas pet para iniciar uma horta em sua casa. “Vou tirar um sofá da sala para colocar ali as mudas de alface, cenoura e temperos”, revelou.

Também estudantes de curso técnico, o trio de amigos formado por Domênico Gervásio, vigilante, Janaína Cristina, cabeleireira, e Adriana Kelly viu no serviço prestado um meio de orientar a família, amigos e a comunidade para combater desperdícios e melhorar a qualidade nutricional das refeições familiares. “Ótima iniciativa”, apontaram.

Serviço

Codeagro
Projeto Bom Preço do Agricultor
Facebook:
Alimentação Saudável
Saudável e Barato

Livros do Cesans/Codeagro:
Cesans
Codeagro
Amazon
iTunes
Kobo
Google Books
Livraria Cultura
Issuu

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 07/07/2018. (PDF)