Município de Guarulhos recebe a quinta edição do SP Export

Evento promovido pela Investe São Paulo, em parceria com a prefeitura e a Apex-Brasil, capacita empreendedores de todos os portes a captar clientes no exterior

O Teatro Adamastor, localizado no centro da cidade de Guarulhos, recebeu a 5ª edição do SP Export, evento de promoção das exportações paulistas. Realizado na quinta-feira, 30, das 9 às 17 horas, o encontro, direcionado a empreendedores de todos os portes, foi promovido pela Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo), em parceria com a prefeitura do município e com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), e ofereceu duas ações gratuitas aos participantes.

A primeira delas, o Seminário de Capacitação, consistiu em um ciclo de palestras de 30 minutos cada uma no teatro. As orientações versaram sobre como conquistar mercados em outros continentes, formação de preços, recebimento de pagamentos vindos do exterior, adequação de produtos à legislação estrangeira, elaboração de plano de negócios para exportação e utilização de inteligência comercial em negócios internacionais, entre outros temas.

No salão vizinho, foi organizado o Poupatempo do Exportador, a segunda frente do SP Export. Itinerante, essa iniciativa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação reúne, no mesmo espaço, diversos serviços para quem deseja internacionalizar marcas, produtos e serviços. No local, os empreendedores tiveram à disposição atendimento pessoal dos organizadores e parceiros do SP Export.

Parcerias

Entre os parceiros do SP Export, vários são ligados diretamente ao Governo estadual, como, por exemplo, a Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP). Outros, são vinculados a secretarias de Estado, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão da pasta do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), instituições vinculadas à Agricultura e Abastecimento.

Também são parceiros os Correios, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (CECIEx) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Corredor

Segundo o diretor de Relações Institucionais da Investe São Paulo, Sérgio Costa, um dos motivos da escolha de Guarulhos para sediar o primeiro SP Export deste ano é a sua infraestrutura e potencial logístico. Antes, o evento, lançado em dezembro de 2015, foi realizado em Campinas, Sorocaba, Franca e Ribeirão Preto.

Vizinha da capital, Guarulhos é a segunda cidade mais populosa do Estado, com 1,3 milhão de habitantes (dados do ano passado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). O município abriga o Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior da América Latina, e é cortado pelas rodovias Presidente Dutra, Ayrton Senna e Fernão Dias.

Nos dois primeiros meses do ano passado, a prefeitura identificou aproximadamente 50 mil empresas registradas em Guarulhos. Desse total, 5 mil são indústrias, sendo mil com potencial para exportar. Atualmente, 400 já exportam, e a meta dos gestores municipais é chegar em 2020 com mais 600 comercializando seus produtos e serviços com clientes de outros países.

“São Paulo detém 42% das exportações brasileiras, mas pode crescer muito mais”, analisa Costa, ao comentar esforços do Executivo paulista para promovê-las. Ele cita como exemplo as missões empresariais realizadas no ano passado rumo ao Peru, Colômbia e Argentina. Segundo ele, na comparação entre os anos de 2015 e 2016, o número de empresas paulistas que exportou pela primeira vez saltou de 889 para 2.010.

Adequação

O casal de consultores aduaneiros Mara Yadoya e Marcelo Camargo foi buscar informações no espaço do IPT sobre como orientar seus clientes para exportar. Moradores de Guarulhos, eles ficaram sabendo do SP Export em uma palestra no Sebrae-SP. “Muitos clientes nos pedem auxílio e foi uma grata surpresa descobrir todas as modalidades oferecidas pelo Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa (NT-MPE) do IPT”, revelou Mara.

O microempresário Getúlio Zambuzi, de Guarulhos, contou ter visto informações sobre o SP Export no Facebook e foi esclarecer dúvidas com os profissionais do Ital e da Fundepag. Fabricante de 80 itens para cabelos, como xampu, condicionador e pó descolorante, ele recebeu proposta de um fornecedor para representar sua marca na Inglaterra. Assim, precisa saber como adaptar a formulação dos produtos e embalagens à legislação britânica. “Além de gratuito, o atendimento é personalizado e excelente”, comentou, satisfeito.

Em busca de capital de giro, Marcelo Piovani foi ao balcão da Desenvolve SP saber mais sobre as linhas de financiamento disponíveis – todas com crédito mais barato do que o oferecido pelos bancos convencionais. O objetivo é impulsionar a produção de sua empresa alimentícia. Fornecedor de uma rede atacadista, recebeu pedido para desenvolver uma embalagem maior do salgadinho que comercializa, para venda nos Estados Unidos. “Agora, falta somente conseguir o dinheiro”, disse ele, esperançoso.

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 01/04/2017. (PDF)

Universidades estaduais paulistas presentes na 10ª Campus Party

Até sábado, 4, é possível visitar a seção gratuita da feira de informática na capital; os 80 mil ingressos das áreas pagas estão esgotados

Até sábado, 4, é possível conhecer diversas atrações da 10ª Campus Party Brasil. Realizado das 10 às 20 horas no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital, o encontro de empreendedorismo, informática, inovação, ciência e games é considerado por seus organizadores o maior do gênero da América Latina.

As áreas pagas do evento estão com seus 80 mil ingressos esgotados, porém, no espaço Open Campus, de acesso gratuito, o visitante pode experimentar 14 simuladores, um deles de asa-delta com realidade virtual, assistir a batalhas de robôs, competições de drones e acessar a Campus Future – espaço exclusivo para apresentação de novos projetos e ideias e empresas de viés tecnológico (startups).

O protótipo de carro elétrico desenvolvido pela Ecocar, equipe de 15 alunos de graduação dos cursos de engenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é uma das atrações da Campus Future.

Funcional e impulsionado por bateria de lítio, o veículo em exposição contém, no seu motor, um sistema de controle, desenvolvido pelos estudantes, capaz de evitar perda de energia e faíscamentos e dispensar o uso de escovas, problemas comuns em motores elétricos convencionais. Além disso, provê alta eficiência energética, pois permite rodar um quilômetro ao custo de apenas dois milésimos de real.

Parceiros

“O veículo foi construído ao longo do segundo semestre do ano passado. Pesa 67 quilos e custou R$ 30 mil”, conta Raone Guedes, universitário do curso de engenharia física e coordenador da Ecocar. Segundo ele, além de gerar conhecimento, o projeto dos universitários oferece às empresas ou empreendedores iniciantes opção de tecnologia limpa, sustentável e inovadora.

“A inovação principal ainda não foi patenteada, eventuais interessados em aprimorá-la devem procurar a Unicamp”, informa Raone Guedes, destacando o fato de a pesquisa ter apoio dos docentes da universidade e patrocínio da Phi Innovations. A empresa ofereceu consultoria técnica e materiais para o motor, o qual foi montado na China.

“Para diminuir o peso, a estrutura do carro foi construída com fibra de carbono. Com vista a melhorar a aerodinâmica, usamos conceitos já presentes em aviões. Alguns componentes do carro, como o volante, também são leves e modelados em impressora 3D por nós. Quem quiser saber mais sobre o veículo deve consultar o site da Ecocar”, conta a universitária de engenharia elétrica Larissa Schraier, colega de Guedes na Unicamp (ver serviço).

Nas alturas

Na quadra vizinha da Campus Future, João Fernandes, de 8 anos, perguntou à mãe, Carmen Assis, de 34 anos, o que era um equipamento inusitado, em formato cilíndrico e com três antenas. Ela não sabia a resposta e disse ter ido à feira buscar entretenimento de qualidade, lazer com apelo científico e informação capaz de orientar no futuro a escolha profissional do garoto. “Acabei tendo uma aula sobre ciências da natureza, balões atmosféricos e as possibilidades de existir ou não vida em outros planetas”, relatou.

Carmen recebeu explicações de Marco Aurélio Bonaldo, aluno de engenharia elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP). Ele é um dos 25 integrantes do Grupo Zenith, equipe extracurricular de alunos da universidade com projeto selecionado pela organização da Campus Party para exposição e divulgação científica, à semelhança do veículo elétrico da Ecocar, da Unicamp.

Astrobiologia

O Grupo Zenith de alunos da EESC-USP atua na área aeroespacial, com projetos de construção e lançamento de balões atmosféricos, além da construção de circuitos e de sondas espaciais, o tal objeto antes ‘desconhecido’ por João e Carmen. Bonaldo destacou o fato de o balão atmosférico permitir içar uma sonda até 35 quilômetros de altura antes de estourar, o que possibilita diversas experiências.

As de maior interesse, atualmente, são coletar em tempo real dados atmosféricos e medir a ação da radiação em micro-organismos, necessidade da Missão Garatéa-L, cuja meta é lançar, em 2020, a primeira sonda lunar brasileira (ver serviço).

Originária do tupi-guarani, a palavra garatéa significa ‘busca-vidas’ e traduz um dos principais objetivos dessa expedição científica pioneira: investigar os efeitos do ambiente espacial sobre diferentes formas de vida existentes na Terra. A letra L, acrescentada no final do nome do projeto, faz menção à Lua, um ambiente onde as condições de sobrevivência são consideradas extremas, devido à radiação, às variações de temperatura e à inexistência de barreiras de proteção a vidas existentes na Terra.

Fatec, presente!

Em uma das mesas da arena, espaço dedicado aos chamados ‘campuseiros’, nome dado aos participantes que acampam em local reservado no Anhembi, uma dupla de alunos da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Sebrae se preparava para apresentar, à plateia de empreendedores e desenvolvedores, seus dois projetos de aplicativos (apps) para celulares com lançamentos previstos até o final de 2017 nas plataformas Android e iOS. O objetivo de ambos era idêntico: conseguir sócios ou parceiros para abrir empresas e deslanchar novos negócios.

Localizada no bairro dos Campos Elíseos, região central da capital, a Fatec Sebrae é um projeto conjunto do Centro Paula Souza com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Lá, os amigos Fernando Silva e Gabriel Domiciano, ambos do curso de Gestão de Negócios e Inovação, desenvolveram seus apps.

O primeiro deles criou o Hookapp, aplicativo de encontros casuais, nos moldes do Tinder, porém, com abordagem de segurança inovadora, ao criar um ranking de segurança para o usuário, que não corre o risco de encontrar alguém diferente do visualizado previamente. Enquanto Gabriel criou o Feiragora – serviço mobile para cadastrar feirantes e consumidores, com o objetivo de vender pelo celular hortifrútis na cidade de São Paulo (ver serviço).

Serviço

Campus Party Brasil (programação, horários, atrações)
Pavilhão de Exposições do Anhembi
Avenida Olavo Fontoura, 1.209 (próximo à Estação Tietê do Metrô) – São Paulo – SP
Ecocar
Grupo Zenith
Missão Garatéa-L
Hookapp
Feiragora

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 02/02/2017. (PDF)

Feirão orienta e encaminha imigrantes e refugiados

CIC do Imigrante promove, na capital, a 3ª edição do evento para estrangeiros, com serviços gratuitos de assistência social, médica, odontológica

O Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante promoveu, ontem, 18, a 3ª edição do Feirão do Emprego para o Imigrante e Refugiado. Realizado na Barra Funda, na zona oeste da capital, o evento tornou disponíveis dezenas de serviços públicos gratuitos de orientação e de assistência social para mais de 600 estrangeiros.

O evento é uma realização da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI), do Governo paulista, em parceria com as secretarias de Estado do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) e da Justiça e da Defesa da Cidadania.

A iniciativa conjunta ofereceu serviços como elaboração de currículo, direcionamento para vaga de emprego, corte de cabelo, atendimento médico e agendamento para serviços odontológicos e ainda abriu consulta para interessado em empreender na unidade móvel do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Segundo Danielle do Prado, da AEAI, os objetivos principais do feirão são acolher essa população e auxiliá-la a integrar-se e a arrumar um emprego, o pedido mais comum e urgente da maioria. “A questão dos refugiados e imigrantes é um desafio mundial.”

Danielle conta que o evento foi um desdobramento de encontro realizado em dezembro, com a participação de empresários, da AEAI, da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (Acnur) e da Rede Brasileira do Pacto Global da ONU.

Serviços

Inaugurado em dezembro de 2014, o CIC do Imigrante oferece intermediação de mão de obra, atendimento em serviços de saúde, de beleza, documentação, orientação jurídica em questões trabalhistas e assistência social para estrangeiros.

“Quase todos os serviços prestados no feirão estão disponíveis, de segunda a sexta-feira, das 9 horas às 16 horas, no CIC do Imigrante”, explica a supervisora do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) no local, Thaís Alcântara de Lima. “Empresários interessados em oferecer vagas também devem procurar os canais oficiais de comunicação do CIC” (ver serviço).

Destino

De acordo com dados apurados no ano passado pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare), São Paulo é o principal destino dos estrangeiros no País. O Estado recebeu 40% das solicitações de ingresso no Brasil, seguido pelo Acre (16%), Rio Grande do Sul (11%) e Paraná (7,5%).

Nos últimos cinco anos, o volume de pedidos vem aumentando: em 2010, foram 310; em 2012, 1.022; e em 2014, 5.136 pessoas. Os solicitantes são, na maioria, originários da Nigéria, Haiti, Síria, Congo, Líbano e Gana – como traço comum, a maioria tem na língua portuguesa uma das principais barreiras.

Mosaico

No feirão, o atendimento é feito por ordem de chegada e a triagem inicial, realizada por seis voluntários, que falam francês, inglês e o créole – língua derivada do francês falada no Haiti –, entre outras.

Carina Monteiro, de 19 anos, cursa o segundo semestre de Relações Internacionais da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). Durante o evento, a missão da universitária foi conversar e identificar a necessidade de cada um, além de conferir os documentos e encaminhá-los aos demais serviços.

Fluente na língua inglesa, em menos de duas horas Carina direcionou mais de 60 imigrantes para atendimento individual. Ela conta ter aprimorado sua conversação e vocabulário em um curso de um mês realizado no Canadá, no ano passado. “Sempre quis fazer trabalho voluntário. Segui a sugestão de uma professora, me inscrevi on-line, no final do ano passado, e estou adorando a experiência.”

O motorista angolano Mputu Kalumbanisiko, de 23 anos, foi um dos recepcionados por Carina. Residindo em uma casa de abrigo próxima ao Metrô Armênia, ele chegou ao Brasil há três meses e foi ao feirão em busca de uma oportunidade profissional. Pretende, com o trabalho, conseguir dinheiro para tirar a Carteira Nacional de Habilitação – e, assim, se possível, retomar sua atividade profissional original. “Sonhar é preciso”, comentou ele.

Desejo parecido tem a queniana Janet Chepngetich, de 26 anos. Há um ano na capital, ela procura uma ocupação como camareira, lavadeira ou passadeira de roupa. Comunicativa, contou ter sido atleta em sua terra natal e diz que, quando puder, voltará a correr em São Paulo. Questionada sobre se pretende repetir os feitos de seus compatriotas, os maiores campeões da São Silvestre, respondeu “sim”, sorrindo.

Natural da República do Benim, o analista de sistemas Max Agbadebo chegou há um mês ao País. Poliglota, se ofereceu como voluntário para auxiliar outros africanos com dificuldades em compreender e se expressar no português falado no Brasil. Com um microfone, atua como intérprete traduzindo aos imigrantes as informações passadas pelas equipes do Governo paulista. “Ainda não arranjei emprego, mas já conheci muitos que podem me ajudar”, disse, esperançoso.

Na área de recreação infantil, vizinha do estande com opções de cortes de cabelo oferecidos voluntariamente por uma escola de cabeleireiros, a congolesa Pamela Ebutaba ninava Esmeralda, sua filha de um ano de idade. Costureira, ela mora há cinco meses em Itaquera, zona leste da capital, e revela ter aprendido diversas palavras em algumas entrevistas pelas quais passou. “Acredito que me ajudarão a conquistar um trabalho no futuro”, contou ela, com sotaque bastante carregado.

Serviço

CIC do Imigrante
Rua Barra Funda, 1.020 – Barra Funda São Paulo – SP
Telefone (11) 3115–2048

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 19/04/2016. (PDF)