O ar que o brasileiro respira nas grandes e médias cidades é contaminado diariamente por toneladas de poluentes despejados por chaminés de indústrias. Esse processo é resultante da queima de combustíveis sólidos, líquidos e gasosos necessários para acionar fornos e caldeiras, entre outros equipamentos industriais movidos a calor. Objetivando atenuar o problema, o Grupo de Combustão e Gaseificação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) mantém programas de orientação a empresas e pesquisa combustíveis menos poluentes.
Além disso, ministra treinamentos para profissionais comprometidos em projetos de desenvolvimento, operação e gerenciamento de equipamentos de combustão e gaseificação. O pesquisador Renato Vergnhanini Filho explica que, muitas vezes, alterações simples e sem custos nos procedimentos operacionais possibilitam reduzir o nível da fumaça expelida. “Ensinamos como operar corretamente as máquinas, para que tenham melhor rendimento nos processos e poluam menos.”
Renato é o convidado especial do Bate-Papo do IPT, que será realizado hoje, às 11 horas no site do Instituto. O debate é aberto e os interessados podem enviar perguntas pela internet e participar das discussões. O pesquisador antecipa que outro aspecto relevante para o controle das emissões de poluentes é o legal. Um grupo técnico composto por estudiosos do instituto contribui com as discussões no âmbito do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Esse grupo auxilia na elaboração de uma legislação ambiental adequada na área, fator de controle que já existe em países do primeiro mundo.
Doutorado em Saragoza
Renato Vergnhanini Filho é pesquisador do Laboratório de Combustão e Gaseificação do Agrupamento de Engenharia Térmica da Divisão de Mecânica e Eletricidade do IPT. Formado em engenharia química pela Universidade Mackenzie (1980), atualmente cursa doutorado na Universidade de Saragoza (Espanha), na área de formação de óxido de nitrogênio em caldeiras.
Há mais de 20 anos desenvolve estudos no IPT no setor de formação e emissão de poluentes atmosféricos em processos de combustão em fontes estacionárias, como fornos, caldeiras, turbinas a gás e incineradores e integra o grupo de trabalho do Conama sobre emissão de poluentes por fontes fixas.
Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial
Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 25/05/2004. (PDF)