IPT orienta sobre a prevenção de acidentes com raios

Recomendações incluem manutenção periódica de sistemas de segurança e cuidados como procurar abrigo em área coberta logo após o primeiro trovão

As chuvas fortes de primavera e de verão aumentam a incidência de raios na região Sudeste brasileira. Para prevenir prejuízos e mortes causadas pelas descargas elétricas, o engenheiro eletricista Mário Leite Pereira Filho, do Laboratório de Equipamentos Elétricos e Ópticos (LEO) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), indica as duas recomendações mais importantes.

A primeira é fazer a manutenção periódica de equipamentos de segurança, como sistemas de para-raios e aterramento, serviços prestados pelo IPT. A outra é procurar abrigo em qualquer edificação ou instalação subterrânea tão logo comece a chover forte. Opção segura também é aguardar a chuva passar dentro de um carro.

Acidente

“É preciso interromper qualquer atividade ao ar livre e abandonar piscina e locais descampados, como praia, campo de futebol, plantação, pista de pouso, entre outros”, orienta o especialista. “E sempre manter distância de árvore, poste ou qualquer estrutura alta, capaz de atrair a descarga elétrica”, alerta.

Se ocorrer um acidente com vítima, a recomendação é ligar para o telefone gratuito 192 e solicitar apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Caso haja no local alguém habilitado, prestar primeiros socorros, medida capaz de diminuir a letalidade em muitas emergências.

Referência nacional

O engenheiro destaca o monitoramento permanente sobre raios realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “O grupo monitora todo o território brasileiro e é a referência científica mais importante e atualizada sobre o assunto”, observa.

De acordo com o Elat-Inpe, na região Sudeste, São Paulo lidera o ranking de cidades mais atingidas por raios – em média, são 20 mil a cada ano. A capital também é o município brasileiro com mais mortes causadas pelas descargas elétricas – foram registradas 26 entre os anos 2000 e 2014. Neste período, 288 pessoas foram a óbito no Estado por este motivo e, a cada ano, o território paulista recebe, em média, 2 milhões de raios.

Portfólio

Desde a década de 1980, o IPT atende órgãos dos três níveis do poder público (Prefeitura, Estado e União) e também empresas interessadas na prevenção de acidentes com raios em suas instalações. O serviço é executado pelos profissionais do LEO, unidade do Centro de Tecnologia Mecânica, Naval e Elétrica do IPT, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Além de Mário Leite, a equipe do LEO é formada pelo engenheiro Luiz Eduardo Joaquim e pelo técnico Kleber Jesus. O primeiro serviço prestado pelo grupo é direcionado ao setor industrial. Consiste em realizar testes e ensaios em materiais e componentes para aterramentos, para-raios, supressores de sobretensão elétrica, etc.

Segurança

Prefeituras e demais órgãos governamentais podem contratar o IPT para fazer a verificação e revisão de seus Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Essa manutenção preventiva, periódica e obrigatória é prevista pela legislação vigente e segue as diretrizes da norma NBR nº 5419 (revisão 2015) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O terceiro serviço oferecido é a medição em campo das partes aéreas e subterrâneas de estruturas preventivas, para verificar as condições dos cabos e para-raios – itens que costumam ter vida longa.

“Nos atendimentos realizados, a equipe sempre instrui o cliente sobre quais cuidados deve tomar para evitar ocorrências”, observa o engenheiro Mário Leite. Ele destaca trabalhos desta natureza realizados pelo instituto, como a revisão do SPDA dos palácios do governo paulista (dos Bandeirantes e do Horto, na capital, e o da Boa Vista, em Campos do Jordão).


As dez cidades paulistas que têm mais queda de raios

Município Densidade anual de descargas (por km²)
Itaquaquecetuba 13,13
Cândido Rodrigues 13,12
Ferraz de Vasconcelos 12,23
Rosana 12,00
Bananal 11,96
Poá 11,94
Eldorado 11,89
Arujá 11,80
Potim 11,76
Caçapava 11,70

Serviço

Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
Telefone (11) 3767-4823
e-mail – leo@ipt.br
Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 26/11/2015. (PDF)

Ciência sem Fronteiras com inscrição aberta

Alunos das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) interessados em participar do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) têm prazo até o dia 29 para se inscrever. A orientação para os candidatos é ler o edital interno da convocação, disponível no site do Núcleo de Relações Internacionais do Centro Paula Souza (ver serviço).

O passo seguinte é preencher dois formulários on-line. O primeiro, no próprio site do Núcleo e o outro na página da internet do Ciência sem Fronteiras (CsF) (ver serviço). Depois, o candidato deverá informar o coordenador institucional da Fatec em que estiver matriculado sobre a sua inscrição, para que ela seja homologada.

No Brasil, o CsF é coordenado pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC) por meio de suas agências de fomento: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e as secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

Vinte destinos

Em 2014, os embarques estão previstos para começar a partir de agosto. Há 20 opções de países com chamadas abertas: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia.

Quem for aprovado na seleção receberá bolsa de estudo na modalidade “sanduíche”. Nela, a etapa acadêmica realizada no exterior é cursada em período concomitante ao da graduação no Brasil, o que impede a participação de estudantes do penúltimo e último semestres.

Desde 2012, o Centro Paula Souza enviou 114 estudantes ao exterior pelo CsF. Desses, 63% são dos cursos de Análise de Desenvolvimento de Sistemas, o que mostra o grande interesse dos países patrocinadores nas áreas de tecnologia da informação.

Segundo Nilo Vieira, coordenador do programa no Paula Souza, o conhecimento do inglês é fundamental para o candidato. A apresentação do teste de conhecimento nesta língua é uma das exigências para a inscrição e há a possibilidade de fazê-lo gratuitamente, conforme instruções disponíveis no site do Núcleo de Relações Internacionais da Fatec e do CsF.

Serviço

Inscrições no Núcleo de Relações Internacionais
Ciência Sem Fronteiras (CsF)

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página II do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/11/2013. (PDF)

Vem aí o primeiro Reator Multipropósito Brasileiro

Equipamento permite pesquisas científicas na área nuclear e a produção de radioisótopos, principal matéria-prima para a fabricação de radiofármacos

O Governo estadual confirmou a declaração de utilidade pública de um terreno de 800 mil metros quadrados em Iperó. A área abrigará o primeiro Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), e o novo centro de estudos no interior paulista será integrado ao Complexo Tecnológico Aramar, da Marinha do Brasil.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é responsável pela instalação do novo empreendimento. A iniciativa segue as políticas do Programa Nuclear Brasileiro (PNB) e integra meta estratégica do MCTI.

Atuando em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o centro de estudos produzirá radioisótopos para a fabricação dos radiofármacos e também permitirá o desenvolvimento de tecnologias e aplicações na área nuclear. Os setores contemplados com os novos serviços são agricultura, conservação de alimentos, ciência de materiais, energia, meio ambiente, entre outros.

Os radiofármacos e radioisótopos são essenciais para o diagnóstico e terapia de diversas doenças, como o câncer, por exemplo. No Brasil, a maioria destas substâncias é importada para depois ser processada localmente e distribuída em centros médicos. Com o novo RMB, a expectativa é aumentar a produção nacional deles.

Produção nuclear

Criado em 1957, o Ipen é uma autarquia da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT). É gerido técnico e administrativamente pela CNEN e associado à Universidade de São Paulo (USP) em programas de ensino e pós-graduação.

De modo multidisciplinar, o Ipen desenvolve atividades nas áreas de saúde, meio ambiente, aplicações de técnicas nucleares, materiais, segurança radiológica, reatores nucleares e fontes alternativas de energia. Em setembro, comemorou 55 anos de criação.

Diferentemente das usinas atômicas de Angra dos Reis (RJ), o reator nuclear do Ipen não tem por objetivo gerar energia elétrica, mas, sim, duas missões básicas: A primeira é permitir pesquisas científicas na área nuclear e, a segunda, é a produção de radiosótopos, a principal matéria-prima para a fabricação de radiofármacos.

Conhecido como IEA-R1m, o reator nuclear do Ipen é um equipamento do tipo piscina, moderado e refrigerado a água leve. Usa elementos de berílio e de grafite como refletores. Foi o primeiro a entrar em atividade na América Latina, tendo sido inaugurado em 1957 pelo então presidente Juscelino Kubitschek.

Sobre o PNB

O PNB prevê aumento do uso de energia nuclear para diversas finalidades. A lista inclui o desenvolvimento tecnológico voltado à formação nacional de recursos humanos especializados e o aumento das aplicações materiais e técnicas nucleares em benefício da sociedade.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 27/12/2012. (PDF)