Fatec Garça inova com aplicativo para fidelizar doadores de sangue

Ferramenta gratuita para celular permite ao voluntário agendar coleta, tirar dúvidas e receber lembretes do Hemocentro da Faculdade de Medicina de Marília, parceiro da criação

Um aplicativo para celular, desenvolvido pela Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Garça, em parceria com o Hemocentro da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), inovou na captação e fidelização de doadores para o banco de sangue. Gratuita e disponível na plataforma Android, a ferramenta permite agendamento eletrônico, convocação on-line do doador e comunicação por mensagens.

Desafio

Batizado de DoAção, o app é o projeto criado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Bianca Cardoso. Desenvolvido ao longo dos dois últimos semestres da formação superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, curso com duração total de três anos, o trabalho teve orientação do professor Nelson Miranda, também coordenador do Núcleo de Tecnologia da Informação da Famema.

Apostando no potencial de Bianca, Miranda a desafiou a desenvolver o programa sem ter o auxílio de nenhum outro colega. Ela aceitou e conta que isso lhe possibilitou pôr em prática todas as etapas do desenvolvimento de um sistema, a saber, pela ordem: identificar as necessidades do cliente e os requisitos; escolher as ferramentas de informática (linguagem de programação, banco de dados e a comunicação com o usuário); documentação; desenvolvimento e testes; e instalação e treinamento de usuários.

O trabalho foi apresentado no fim do primeiro semestre e rendeu nota dez. O lançamento do aplicativo ocorreu em 14 de junho, em homenagem ao Dia Mundial da Doação de Sangue. Com mais de 200 downloads realizados na loja Google Play (ver serviço), o app criado na Fatec Garça segue agora em adaptação para a plataforma iOS.

“Hoje, você colabora. Amanhã, poderá precisar”, observa Bianca, de 28 anos. Doadora desde 2012, ela destaca o fato de o programa permitir fazer todas as operações pela tela do celular ou pelo computador. O sistema desenvolvido informa a legislação relacionada à doação, as condições de saúde exigidas para a coleta, além de permitir o agendamento de data e horário para ida ao banco de sangue nos próximos 30 dias.

Quando finaliza o agendamento, o doador recebe, na sequência, um e-mail de confirmação. A coleta no Hemocentro da Famema pode ser programada de segunda a sábado, entre 7 e 13 horas. Se necessário, é possível cancelar a doação com prazo mínimo de um dia de antecedência.

Fidelização

“Para estimular o voluntário a sempre retornar e evitar baixas nos estoques, o sistema avisa quando ele poderá fazer nova doação, considerando seu perfil – sexo, idade, peso, tipo sanguíneo, fator RH, etc.”, explica Bianca.

“Uma das próximas ações será incluir mais funcionalidades, como o envio de mensagem com cumprimento ao doador no dia de seu aniversário e campanhas de incentivo e de reconhecimento a esse gesto voluntário e com viés de cidadania”, ressalta.

Além de possuir acesso wi-fi, 3G e 4G, o DoAção dispõe de formato programado para cadastrar novos doadores na base de dados e permitir aos usuários antigos, ao se recadastrarem, que possam ter acesso às ferramentas atuais. Bianca comenta que o sistema foi desenvolvido exclusivamente para o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Famema. “No entanto, se algum outro banco de sangue se interessar pela tecnologia, poderá contatar a equipe do Núcleo de Tecnologia da Informação da universidade de Marília”. (ver serviço)

Serviço

Fatec Garça
Aplicativo DoAção na loja Google Play
Hemocentro da Famema
E-mail – doador@famema.br
Telefone (14) 3402-1744

Reportagem televisiva sobre o aplicativo – https://goo.gl/LaoS0H

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 08/07/2016. (PDF)

Conheça os vencedores da 7ª Feteps

Feira Tecnológica do Centro Paula Souza mostra projetos inovadores criados por alunos das Etecs e Fatecs estaduais

O Centro Paula Souza anunciou os 17 projetos campeões da sua 7ª Feira Tecnológica (Feteps), realizada anualmente. Em 2013, um total de 29 mil visitantes conferiu, de 22 a 24 de outubro, na Expo Barra Funda, na capital, 256 trabalhos inovadores de alunos de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) e de instituições de ensino de outros Estados e países.

Formadas por alunos e professores orientadores, as equipes premiadas receberam tablets e troféus. A comissão julgadora foi composta por grupos de formados entre 35 e 38 professores. No total, avaliaram 180 trabalhos de Etecs e de 50 Fatecs que concorreram em sete categorias. (veja abaixo)

Entre outros objetivos, a Feteps estimula os estudantes a encontrarem, coletivamente, soluções simples, baratas e acessíveis para desafios científicos e problemas da sociedade. Assim, muitos projetos têm apelo de inovação tecnológica e de viés empreendedor, e acabam gerando novos negócios e serviços.


Antibiótico vegetal e natural

Vem da Etec Itanhaém, no litoral paulista, uma novidade na área de farmacologia. Os alunos Jéferson Silva e Natany Weller, do curso técnico em Meio Ambiente, desenvolveram um princípio ativo para ser usado como antibiótico alternativo ao produzidos à base de toxinas de fungo, que causam alergias em muitos pacientes.

O estudo rendeu à dupla de estudantes e ao professor José Adriano de Barros o primeiro lugar na categoria Ciências Biológicas e Agrárias, na 7ª Feteps. E já despertou o interesse de empresas e de grupos de pesquisas em financiar testes farmacológicos aprofundados.

Com o nome ainda sob sigilo, à espera de ser patenteado, o princípio ativo é extraído de um vegetal típico da restinga e comum no litoral brasileiro e da América Central, a Dalbergia ecastophyllum. A planta é um arbusto que atinge até 2,5 m de altura e é conhecido pelos nomes populares de rabo-de-bugio e jacarandazinho-da-praia.

Jéferson, idealizador do projeto, destaca que o estudo surgiu a partir da sua observação da grande concentração de espécies de abelhas em todas as partes da planta. Os insetos sociais a usam para produzir o própolis, antibiótico natural de uso farmacológico já testado, aprovado e usado em larga escala.

O diferencial da Dalbergia, explica o estudante, é originar um própolis de coloração avermelhada, com propriedades anti-inflamatórias potencializadas. A inovação da pesquisa desenvolvida na Etec Itanhaém foi concentrar os estudos no ciclo de vida e reprodução da planta, fonte do própolis, em vez de privilegiar as abelhas.

Ao longo da evolução da Dalbergia, o princípio ativo do vegetal se desenvolveu como uma defesa da planta contra fungos e bactérias. Os índios e a medicina popular descobriram que não havia contra-indicações no uso humano e a empregavam como fitoterápico, esfregando as folhas em feridas, para acelerar a cicatrização.

Além das propriedades terapêuticas, o princípio ativo foi testado com sucesso como defensivo agrícola em culturas de tomate e morango na estufa da Etec. O grupo de estudo de Itanhaém, formado por professores de diversas áreas e seis alunos, a classificou de alternativa ‘agro-orgânica’, por ter origem natural e sustentável, para substituir os agrotóxicos.


Motocicleta tetraflex

Motocicleta Tetraflex, projeto dos alunos Ricardo Fonseca, Luciano Gomes e Renato Paixão, do curso de Tecnologia Eletrônica Automotiva da Fatec Santo André, rendeu o primeiro prêmio na categoria Tecnologia Industrial e Infraestrutura.

Orientado pelo professor Cleber Gomes, o projeto inédito já havia sido classificado entre os 200 melhores do Congresso SAE Brasil 2013, o maior do gênero de mobilidade do País. O estudo propõe e comprova na prática, a viabilidade de uma moto adaptada para funcionar de modo híbrido, alimentada por quatro combinações possíveis de combustíveis: gasolina, etanol, gás natural veicular (GNV) e uma mistura dos três anteriores em qualquer proporção.

Embora perca 18% de desempenho, a adoção do GNV no protótipo compensa. O combustível é mais barato e menos poluente do que o etanol e a gasolina usados pelas motos convencionais e traz a vantagem de aumentar a vida útil do motor.

O trabalho consumiu nove meses. O protótipo usado foi com uma moto de 150 cilindradas, ano 2011, bicombustível (flex), que foi comprada por R$ 1,7 mil. Além deste gasto, o projeto e adaptação do sistema tetracombustível custaram mais R$ 1 mil.

No projeto, a motocicleta recebeu um cilindro atrás do banco capaz de armazenar 1,8 metro cúbico de GNV e exige que sempre haja gasolina no tanque, para permitir a partida e deslocamento inicial. Depois da ignição, após 20 segundos, a tecnologia desenvolvida verifica, de modo automático, se a rotação do motor atingiu 1,6 mil giros. Em caso afirmativo, o GNV passa a alimentar os bicos injetores do motor.  Ricardo Fonseca, um dos alunos campeões, observa que com o tanque e cilindro cheios é possível rodar até 550 quilômetros.


Os três campeões nas outras categorias

Inclusão Social

Internacional

Parceiro nacional

  • Centro de Educação Profissional Helio Augusto de Souza (Cephas), de São José dos Campos
    Disseminação da Ciência e Tecnologia

Etecs e Fatecs vencedoras

1) Ciências Humanas, Sociais e Artes

2) Gestão e Ciências Econômicas

3) Ciências Biológicas e Agrárias

4) Informática e Ciências da Computação

  • Etec de São Roque
    Sistema de Gerenciamento de Recursos Humanos
  • Fatec Itu
    Software Libraille: jogo para alfabetização de crianças cegas e surdas

5) Tecnologia Industrial e Infraestrutura

6) Segurança e Saúde

7) Tecnologia Química, de Alimentos, da Agroindústria e da Bioenergia

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 31/10/2013. (PDF)