Escola da Freguesia do Ó é considerada modelo na rede pública estadual

Gestão transparente da diretoria e união de professores, alunos e funcionários cria ambiente saudável e favorável ao aprendizado

A Escola Estadual Mathias Aires localizada na Freguesia do Ó, zona norte da capital, é considerada modelo pela Secretaria Estadual da Educação (SEE). O estabelecimento de ensino foi criado há 55 anos e oferece para os 1.168 alunos dos níveis médio (suplência) e fundamental ciclo I atividades extracurriculares, avaliação com participação dos estudantes, inclusão dos pais e de alunos com necessidades especiais e merenda caprichada. As crianças todos os dias encontram um ambiente limpo, organizado, saboroso e favorável ao aprendizado.

Cássia Passarin é mãe das gêmeas Ariana e Bruna, estudantes da terceira série. “Minha família aprova e admira a dedicação de professores e funcionários. Além disso, com grande prazer participo de atividades ligadas ao calendário escolar, como a feira cultural, que estimula os pais a participar mais da educação dos filhos”, conta.

Bruna Passarin conta que aprendeu a conservar sua escola como se fosse a própria casa. “Todo mundo gosta de sempre encontrar papel higiênico nos banheiros e admirar a beleza do jardim que nunca é pisoteado. No primeiro dia de aula, a professora ensina que é errado jogar papel no chão, rabiscar carteiras e pichar muros. Assim, quem suja, precisa limpar, porquê a escola é de todo mundo e quando eu ficar mocinha também vou querer que meus filhos estudem aqui”, conta a estudante.

Elza Oliveira, mãe de aluna da terceira série concorda. E ressalta que a parte pedagógica é excelente. “Vejo minha filha se esforçar bastante nas tarefas de português, matemática e história. E ela também gosta muito do culto religioso ecumênico que é realizado diariamente antes das aulas. Nesta prece coletiva, os alunos cantam, rezam e discutem valores como solidariedade e respeito ao próximo”, comenta.

Administração transparente

Marisa Bruna Russo Negrizolo há 13 anos é diretora da EE Mathias Aires. Repete junto com Izildinha do Rego Santos, vice-diretora, experiências bem-sucedidas que vivenciaram juntas na administração de um outro estabelecimento de ensino. A dirigente conta que quando assumiu, encontrou um ambiente desfavorável, sem disciplina e motivação. Havia pichações nas paredes e o material de limpeza utilizado era de má qualidade.

“A primeira medida tomada foi ouvir cada professor, aluno e funcionário e perguntar o que seria necessário para que cada um pudesse desempenhar bem sua função e ser feliz com sua escolha profissional. Concluí então que era necessário reforçar a auto-estima coletiva e, de modo transparente, deleguei funções e cobrei. Aos poucos, com a união de todos, os resultados começaram a aparecer. Tiramos piolho das crianças, fazemos mutirões e atividades extracurriculares, doamos uniformes, orientamos os estudantes mais velhos que cursam suplência e, desde que assumi, nunca suspendi ninguém. As decisões aqui tomadas são sempre consensuais e justificadas”, salienta.

Ao chegar na escola, as crianças são diariamente surpreendidas com mensagens em todas as paredes do prédio. São murais com fotos, desenhos e mensagens que Marisa produz para enfeitar a escola e motivar os alunos. “Os painéis são trocados a cada quinze dias e tem por objetivo despertar emoções e lembrar às crianças todos os dias que elas são a razão de existir da escola”, conta Marisa.

Maria Elisabete Fornazari, coordenadora pedagógica, conta que o EE Mathias Aires não tem nenhuma fórmula perfeita, mas sim uma grande equipe, que trabalha em harmonia e que ama o seu trabalho. “Aqui, ao menos uma vez por semana cantamos o hino nacional e hasteamos a bandeira. São valores muito importantes na formação de cidadãos conscientes e sadios”, relata.

Diretora e vice-diretora ressaltam que a filosofia de administração escolar delas é global e não descuida de pequenos detalhes, que somados, fazem a diferença. Os jardins são bem cuidados, os banheiros são limpos e a cantina vende produtos de qualidade com preço abaixo do encontrado em outras escolas. “Meu marido também é diretor de escola e sempre comparamos os preços”, explica.

A escola tem também máquina de lavar para cuidar de uniformes utilizados e colocou em funcionamento um cesto de coleta de lixo seletiva. O jardim é bem cuidado e a horta só não foi ainda replantada porque a direção está esperando a florada das roseiras. A dupla Marisa e Izildinha explica que o melhor sinal da qualidade da escola, é a grande fila de espera existente na escola de alunos interessados em se transferir e matricular na escola.

Regimento interno

Um dos fatores de sucesso da escola é o regimento interno, conjunto de regras disciplinares debatidas e atualizadas no início de cada período letivo. Marisa conta que os alunos colaboram com sugestões, críticas, perguntas e observações e nenhuma reivindicação fica sem resposta. Terminadas as discussões e finalizado o texto, alunos e professores assinam o código de conduta. Estudantes menores de idade levam cópia do documento para casa para os pais assinar e discutir os pontos com os filhos.

As regras do regimento são simples e claras. O código tem só uma folha e aborda questões do cotidiano escolar como uso do uniforme, respeito à horários, frequência nas aulas e também orientação como não subir no palco do pátio no recreio para evitar quedas, como proceder em ausências motivadas por problemas de saúde. “Evito assim indisciplina, faltas de professores e estudantes e gritarias. Além disso, no horário de aulas disperso aglomerações nas imediações da escola e evito assim, problemas com álcool e drogas”, explica.

Comunidade integrada

Marisa conta que o vínculo existente entre a EE Mathias Ayres e a comunidade do bairro é forte. Pais de alunos sempre que solicitados, comparecem e arregaçam as mangas – em mutirão ou individualmente. A união já resultou na limpeza coletiva de todo o prédio escolar e também propiciou momentos de confraternização, como churrascos com a presença de professores, alunos e pais. “A relação é fraternal e afetuosa, porém aula é aula e não há desculpas para faltar”, enfatiza, Marisa.

Nos finais de semana o Programa Escola da Família da Secretaria Estadual da Educação organiza oficinas na escola e atrai ainda mais pessoas da comunidade. As atividades são dirigidas para quaisquer interessados e os voluntários ensinam atividades profissionalizantes, aulas de violino, educação física, teclado, artes, pintura em tela, reciclagem e panificação, oferecem palestras sobre drogas e DSTs, festival de música, esportes e teatro, entre outras.

Saber e sabor

A merenda é outro destaque do EE Mathias Aires. São 400 refeições servidas diariamente, em quatro intervalos de aula. A dispensa é limpa e organizada, as caixas com mantimentos são etiquetadas e as panelas brilham. Quem comanda a cozinha industrial é Ignez Alves, merendeira com 29 anos de casa. “Amo esta escola, estudei e me formei aqui, assim como meus filhos e netos. Há 42 anos moro no bairro e espero que meus bisnetos também venham para cá”, afirma.

A jornada de trabalho dos profissionais da cozinha começa às 7h e só termina por volta das 18h, com a limpeza dos pratos e utensílios de cozinha para o dia seguinte. Ignez tem a ajuda de voluntárias como Sônia Casteli e Sueli Morales, entre outras. “Minha maior satisfação é o sorriso dos pequeninos”, conta.

As crianças adoram o cardápio. Felipe Santos, 7 anos, entrou em 2004 na escola e todos os dias repete o prato. No refeitório, as colegas de sala Taís Feliciano e Maíra Souza, de 9 anos estudam na terceira série contam que a hora do recreio é a mais gostosa do dia. “A comida é sempre quentinha e gostosa. Quando tem macarronada, o refeitório lota e falta até espaço para sentar”, contam lambendo os beiços.

Sandra Maria dos Santos é professora do ciclo I e há seis anos leciona com classes de terceira série. “Gosto da organização do Mathias. Vim transferida para cá e não conhecia a escola, mas já decidi me aposentar aqui. Tenho autonomia para ensinar e a sistemática de trabalho é interessante – cada mês há um valor para ser transmitido aos alunos, com música, poemas e atividades ligadas ao tema. Em setembro o tema foi paz e em outubro o mote é a cooperação”, conta.

Parcerias

O EE Mathias Aires mantém parcerias com empresas que doam computadores usados e também faz permutas com lojas da vizinhança, como o Bazar do Rodolfo, que vende material escolar.

Há um total de compras a ser atingido, que quando é completado o dono da loja doa material escolar para a escola. O controle é feito por meio de tíquetes que são distribuídos para os alunos no ato da venda. “Não há propaganda explícita, mas os pais, principalmente os da APM, sabem e divulgam a parceria que beneficia os alunos carentes”, conta Marisa.

Outra parceria é com a Papelaria Japuíba, localizada no bairro vizinho da Casa Verde. A instituição banca projetos como o Projeto Oficina Arte e Cultura, que oferece pré-profissionalização cultural e artística para os alunos deficientes mentais (DMs) das classes especiais da escola. São salas que dispõem de professora especializada e tem no máximo 15 alunos matriculados cada.

A diretora se emociona ao relatar a história de uma ex-aluna deficiente mental da escola que retransmitiu para seus familiares aquilo que aprendeu na EE Mathias Aires, e que hoje garante o sustento da família: a produção de imãs de geladeiras e biscuits. “O tratamento do DM em termos de aprendizagem é diferenciado, porém a convivência no ambiente escolar é igual à dos demais.”, explica Marisa.

O aluno Wésley Gonçalves da Silva tem 18 anos e estuda na terceira série B, na companhia dos outros colegas. Assim como ele, todos os alunos portadores de deficiência mental têm lições com Antonia da Silva, professora especializada, que os prepara para frequentar as aulas na companhia dos demais. “Adoro as atividades como a feira cultural e de livros realizadas na escola. Nelas encontro livros e posso expor meus desenhos”, conta.

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 15/10/2004. (PDF)

ParqTec comemora 20 anos com 70 empresas instaladas em São Carlos

Primeira e maior incubadora de empresas tecnológicas da América Latina fixa pesquisadores no Estado e gera emprego e renda

No 20º aniversário da Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos (ParqTec), a entidade comemora o sucesso de 70 empresas que passaram pela incubadora e hoje geram emprego e renda na região central do Estado. Fabricam produtos inovadores e prestam serviços diferenciados, todos desenvolvidos com novidades tecnológicas.

A ParqTec é a maior incubadora de empresas de base tecnológica da América Latina. Pioneira no País, é uma entidade de direito privado, não visa ao lucro e foi criada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Recebe apoio da prefeitura local, governo federal e Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo.

Sylvio Rosa, professor da USP São Carlos e presidente da fundação, conta que a entidade tem diretoria executiva e conselhos consultivo e deliberativo. Seus representantes são professores de centros de pesquisa locais, como a USP e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e instituições como a Unesp, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), prefeitura e empresários do Centro das Indústrias do Estado (Ciesp).

O modelo de serviço prestado pelo ParqTec estimulou a criação de incubadoras em mais de 50 cidades paulistas, entre elas Marília, Presidente Prudente e Bebedouro. Também iniciou e orientou o empreendimento em cada uma dos municípios. “A ideia é aproveitar a vocação de cada local e prepará-lo para receber investimentos na área de tecnologia”, explica Sylvio.

Infraestrutura

A ParqTec oferece a infraestrutura necessária para o empreendedor começar e tocar seu negócio enquanto está incubado. Tem salas mobiliadas, de reunião, biblioteca, laboratórios de desenvolvimento de produtos, oficina mecânica, rede local de computadores, internet, telefone, serviço de limpeza, água e luz.

Sylvio conta que a incubadora não estipula período mínimo nem máximo de permanência, porém o valor mensal cobrado é reajustado progressivamente. A meta é que o empresário não fique mais do que três ou quatro anos incubado. A cobrança estimula-o a crescer, ceder o espaço e fixar-se em São Carlos.

O engenheiro Luis Antonio Pereira, gerente da ParqTec, conta que atualmente 14 empresas estão abrigadas no complexo, limite máximo. O centro está atualmente dividindo salas para abrir mais vagas e instalar outros negócios. “É grande a procura para se estabelecer no aqui, e, quando consegue, o empreendedor recebe acompanhamento em tempo integral de seu negócio”, explica.

A ParqTec aproveita a vasta produção acadêmica local, em especial de ciências exatas – engenharias (elétrica, mecânica, materiais e produção), física e ciência da computação. “O convívio diário entre empreendedores e gestores da incubadora é enriquecedor. E a maioria das histórias tem tido final feliz, com a consolidação de empresas sólidas e inovadoras, que geram emprego e renda na região”, relata Pereira.

A incubadora oferece também capacitação técnica e empresarial para interessados em abrir e gerir um negócio. A ParqTec ensina a criar plano completo de negócio, com análise de concorrência, definição do mercado a ser enfrentado, planejamento da produção, investimento em maquinário, treinamento de pessoal e fluxo de caixa. E tem biblioteca especializada em administração e marketing.

Science Park

O Science Park é o projeto mais ambicioso da ParqTec. É um distrito industrial que está sendo construído em terreno cedido pela prefeitura, ao lado da fábrica de motores da Volkswagen em São Carlos. Terá capacidade para 56 firmas e funcionará também como incubadora para formar e receber empresas. A obra está prevista para ser concluída em dezembro de 2005 e tem investimento de R$ 1,5 milhão.

Os atrativos são a logística favorável do complexo, próximo da Rodovia Washington Luiz, redes de informática capazes de receber tráfego de dados em alta quantidade e velocidade, automação, linhas de ônibus, redes de água, eletricidade e uma conexão com o Gasoduto Brasil-Bolívia, que passa pelo local.

“O objetivo é integrar toda a cadeia produtiva, como fazem as montadoras de veículos, que agrupam fornecedores em torno de sua linha de montagem. E também como fizeram os norte-americanos no Vale do Silício, base da indústria de informática local”, comenta Sylvio.

Projetos especiais

O ParqTec mantém sete atividades básicas em funcionamento: incubadora de empresas, escola de administração, núcleo de pesquisa, assessoria e consultoria, programas institucionais, eventos e promoções, São Carlos Science Park e centro de modernização empresarial.

Mantém ainda o núcleo de prototipagem rápida, capaz de projetar, modelar e construir peças e componentes com durabilidade e resistência. Sylvio conta o exemplo de um fabricante local de bebedouros que encomendou uma tampa especial higiênica para seu equipamento, produzido a base de um plástico. “Hoje o consumidor encontra nas lojas o bebedouro, que é de qualidade comprovada”, comenta.

O ParqTec tem também laboratórios que simulam a produção de um forno industrial – aquece, queima e esfria amostras. Faz todos os testes físicos de um produto cerâmico antes de ser fabricado. O forno de rolo determina qual é o melhor processo de queima e o forno a gradiente queima simultaneamente diversas amostras de argila em temperaturas e quantidades diferentes. O objetivo é oferecer parâmetros para produção em escala industrial. E a sequência de testes continua com uma panela de pressão especial, que testa amostras na água e revela como ocorre o processo de absorção de líquido na cerâmica.

Núcleo de design

Marcos Brefe é o chefe do grupo de pesquisa e desenvolvimento em design do ParqTec. O núcleo oferece soluções e projetos sob medida, é composto por oito designers e dois engenheiros de materiais. Atende há dez anos o polo cerâmico de Santa Gertrudes, maior produtor paulista e nacional de cerâmica, com 200 linhas fabris e catálogo de 800 tipos de produto.

O designer relata que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de cerâmica e exporta por US$ 2,50, o metro quadrado. A Itália, líder mundial do segmento, vende por US$ 10 e a Espanha, a segunda colocada por US$ 8. “O produto nacional já é, do ponto de vista técnico, comparável ao europeu, porém lhe falta marketing e funcionalidades. Este é o desafio para conseguir um maior preço de exportação”, conta.

Os profissionais do núcleo de design escrevem artigos técnico-científicos, participam de palestras e congressos estrangeiros como visitantes e mantêm intercâmbio com os EUA e Europa para se adaptar às novas tendências. “O Brasil tem excelente designers, arrematou 18 prêmios internacionais em 2004, porém lhe falta políticas de valorização e incentivo governamental ao design. O núcleo da ParqTec valoriza a cultura nacional e temos como inspiração uma biblioteca composta por livros de arquitetura, paisagens, cidades, pedras, madeiras, flora e fauna brasileiras”, conta.

Logística sob controle

O paulistano Fabrizio Passari, 28 anos, deixou a capital para estudar na USP em São Carlos e hoje, engenheiro mecatrônico formado com especialização na Alemanha, é sócio fundador da BR Express. Sua empresa é especializada em programas para áreas de logística e transporte de cargas.

Fabrizio tem o típico perfil do empreendedor incubado no ParqTec: jovem, na faixa etária de 30 anos. Seus sócios são um professor que o orientou nos anos de graduação e mais dois empresários locais. Sua empresa está incubada na ParqTec há três anos.

Um dos produtos que a BR Express vende é um sistema de roteirização de entregas para transportadoras. Flexível, se adapta às necessidades de cada cliente e traz mapas detalhados que indicam quarteirões, ruas com sentido obrigatório, contramão e locais para conversão à esquerda e à direita. “A vantagem é poder planejar e distribuir entregas com o máximo de eficiência para 300 caminhões e traçar a rota com o menor custo e tempo possíveis”, explica Fabrizio.

Hoje a BR Express tem 12 empregados e recebe financiamento da Fapesp. “A empresa desenvolve agora outro software, que permite acompanhar em tempo real pedidos on-line. É útil para quem tem loja virtual e para o comprador, pois oferece informação instantânea sobre o andamento da encomenda”, finaliza.

Sebrae, parceiro constante

O Sebrae é parceiro natural do ParqTec. Apoia e prepara microempreendedores interessados em abrir um negócio. Paola Goulart Rosa, 33 anos, gerente, relata que a entidade ministra com exclusividade no País o Empretec, capacitação desenvolvida pela ONU que não requer instrução mínima e reforça e faz aflorar características empreendedoras nos donos de negócios.

Paola explica que a ONU entrevistou empresários de diversas regiões do globo, na faixa etária de 50 anos. Todos tinham origem humilde, deixaram a pobreza para trás e progrediram. Em comum, tinham nove características bem definidas: persistência, capacidade de correr riscos calculados, exigência de qualidade e eficiência, comprometimento, busca de informações, estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento sistemáticos, persuasão e rede de contatos e independência e autoconfiança.

Os incubados da ParqTec são estimulados a cursar o Empretec, atividade de imersão. “No Brasil, um traço cultural predominante é o de só pedir auxílio quando o negócio está próximo de falir”, conta. O objetivo é aproveitar que na ParqTec o negócio ainda está no início e estimular os empresários a também participar dos cursos e consultoria nas áreas de marketing, financeira e jurídica. Os serviços prestados pelo Sebrae são todos gratuitos.

Robô educativo e de entretenimento

Antônio Valério Netto, especialista em computação é um dos 33 pesquisadores com título de doutor e mestre que estudaram em São Carlos e criaram a Cientistas Associados, cooperativa da área de tecnologia incubada na ParqTec. A empresa mantém projetos nas áreas de automação, robótica e produtos tecnológicos e desenvolve aplicações de realidade virtual. Entre seus projetos, o destaque é um robô para educação e entretenimento.

O autômato é movido a bateria e será controlado por joystick. Móvel, terá um sensor para identificar objetos e carregá-los por meio de uma garra mecânica. É programável e a ideia é utilizá-lo como recurso tecnológico capaz de motivar alunos do ensino médio. “É leve, evita quedas, colisões e tem visor para passar instruções”, conta Antônio, entusiasmado.

Informações

ParqTec
Rua Alfredo Lopes, 743-841 – Jardim Macarengo (ver no Google Maps)
CEP 13560-460 – São Carlos (SP)
Tel. (16) 3362-6262

Rogério Mascia Silveira (texto e fotos)
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 13/08/2004. (PDF)