Tarifas bancárias têm diferença de até 447%

Estudo do Procon-SP informa taxas cobradas por sete instituições financeiras; consumidor deve avaliar suas reais necessidades antes de contratar pacote de serviços

Todos os anos, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) pesquisa as tarifas de serviços bancários prioritários e os preços dos pacotes padronizados, regulamentados pelo Banco Central. No último levantamento, realizado na segunda quinzena de junho, a maior diferença entre as tarifas de serviços prioritários cobradas pelos bancos foi de 447,50%, para pagamento de contas utilizando a função crédito do cartão básico.

Responsável pela pesquisa, a supervisora da Fundação, Cristina Martinussi, explica que o conjunto completo de tabelas e dados do estudo está disponível para cópia e consulta na página do Procon, na internet (ver serviço). A pesquisa tomou por base os preços divulgados nos sites do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander, no dia 16 de junho.

Pagos e gratuitos

Para selecionar os bancos a serem avaliados, foram consideradas as instituições financeiras com maiores volumes de depósitos à vista e agências físicas instaladas na capital. O Procon-SP divulgou, em 2 de julho, o resultado do estudo, que segue as normas do Banco Central sobre quais serviços prioritários podem ser cobrados e quais devem ser gratuitos (essenciais). O levantamento também compara os pacotes padronizados dos sete bancos pesquisados.

A lista de serviços prioritários inclui cobrança para abertura de cadastro na instituição, serviços ligados à conta corrente (cartão, cheque, saque, depósito, consulta), transferências de valores (DOC, TED e entre diferentes contas do banco), cartão de crédito básico (anuidade, segunda via, retirada no Brasil e no exterior, pagamento de contas, avaliação emergencial) e operações de câmbio (venda de moeda estrangeira, cheque de viagem).

Entre os serviços gratuitos estão:

  • fornecimento do cartão com função débito;
  • da segunda via do cartão débito (exceto por perda, roubo, furto ou cartão danificado);
  • de impresso de até dois extratos ao mês no caixa; de até dez folhas de cheques por mês;
  • realização de até quatro saques no caixa;
  • duas transferências de valores mensais entre contas do mesmo banco;
  • realização de consultas pela internet;
  • fornecimento, até o dia 28 de fevereiro, de extrato consolidado, discriminando mês a mês os valores de tarifas pagas no ano anterior;
  • compensação de cheques;
  • e prestação de qualquer serviço por meio eletrônico (somente se a conta for eletrônica).

Sob medida

Para economizar, explica Cristina, a principal orientação ao consumidor é identificar quais serviços bancários realmente precisa, avaliar os preços cobrados pela instituição financeira e contratar o pacote mais adequado às suas necessidades.

“Muitos clientes não usam todas as opções incluídas nos pacotes e acabam pagando por isso, assim como quando excedem os limites de uso previstos em contrato”, avalia a supervisora. Ela ressalta também que conta-salário não pode ser tarifada, assim como a portabilidade para outros bancos e, se quiser, o consumidor pode optar por modalidade de contas eletrônicas sem tarifação.

Mais caros

Na comparação entre os bancos feita pelo Procon-SP, no serviço de pagamento de contas com a função crédito do cartão, o menor valor cobrado foi de R$ 4 pelo Banco do Brasil, e o maior, R$ 21,90, pelo Santander.

Nos pacotes padronizados dos tipos I, II, III e IV (ver tabela), a maior diferença de valores foi encontrada no tipo II. O menor valor cobrado foi R$ 11,90, no HSBC; e o maior no Itaú, orçado em R$ 16,40, variação de 37,82%.

Na comparação com a pesquisa realizada em 2014, referente aos quatro pacotes padronizados (I, II, III e IV), o valor médio das tarifas teve aumento em todos os bancos que aparecem nos sites pesquisados. O maior acréscimo constatado foi no pacote III cujo valor médio, em 4 de junho de 2014, era R$ 18,21, e, no dia 16 de junho, R$ 19,93, representando elevação de 9,41%.


Cliente deve ficar atento

  • O serviço realizado no guichê da agência pode ter valor diferente daquele feito via homebanking ou no terminal de autoatendimento
  • A contratação de pacotes padronizados não é obrigatória e não pode ser imposta pelo banco
  • É interessante consultar a tabela de tarifas bancárias e procurar negociar com o gerente a isenção de tarifas

Preços dos pacotes padronizados (em R$)

Pacote Padronizado I II III IV
Banco do Brasil 9,80 12,75 19,80 25,55
Bradesco 9,80 16,35 21,55 31,90
Caixa Econômica Federal 9,75 12,70 19,75 25,50
HSBC 9,50 11,90 15,80 23,90
Itaú 10,50 16,40 21,60 32,00
Safra 9,80 14,20 19,50 28,00
Santander 10,50 16,10 21,50 32,00
Preço médio 9,95 14,34 19,93 28,41
Diferença entre o maior e o menor preço 10,53% 37,82% 36,71% 33,89%

(Fonte: Procon-SP)

Serviço

Procon-SP
Pesquisa de preço dos pacotes
Dicas ao contratar serviços bancários
Blog Procon

Rogério Mascia Silveira
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

Reportagem publicada originalmente na página III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 04/07/2015. (PDF)