Banco do Povo Paulista inaugura Programa Pró-Lar em Piracicaba

Estado financia reforma e ampliação de imóveis residenciais de cidadãos com renda familiar mensal entre 1 e 5 salários mínimos; Piracicaba é a 13ª cidade do interior contemplada

A agência de Piracicaba do Banco do Povo Paulista inaugurou o Programa Pró-Lar, da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert). A iniciativa concede financiamentos de R$ 500 a R$ 5 mil para a aquisição de material para a reforma e ampliação de imóveis residenciais da população com renda familiar mensal entre um e cinco salários mínimos.

Os empréstimos são fixados de acordo com a renda do beneficiário. Os prazos de pagamento variam entre seis e 48 meses e os juros cobrados são de 0,5% ao mês, mais correção anual pela Taxa Referencial (TR). “No entanto, mantendo o pagamento em dia, não cobramos os juros”, afirma Barjas Negri, secretário estadual da Habitação.

Para obter o dinheiro, além da comprovação da renda entre um e cinco salários mínimos, os contemplados não podem ter restrição de crédito, ou seja, não podem ter o nome inscrito em instituições como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Serasa, devem ser proprietários de apenas um imóvel e não podem dispor de outro financiamento habitacional.

As famílias interessadas em obter o empréstimo devem ir ao posto de atendimento do Banco do Povo de Piracicaba e apresentar a documentação necessária. Após a aprovação, os beneficiários recebem um cartão magnético, com o crédito no valor do financiamento, e compram o material de construção nas lojas de Piracicaba credenciadas ao programa. O pagamento só começa 90 dias após a liberação do crédito.

Segundo Negri, o Pró-Lar cumpre dois importantes papéis. “Além de ajudar as famílias de baixa renda a ter uma casa melhor para morar, contribui também com o aquecimento do comércio local, mantendo e gerando empregos”, explica.

História

O Programa Pró-Lar foi criado em outubro de 2002, já atendeu 1.121 famílias no Estado e repassou créditos na importância de R$ 4,8 milhões. Ele é exclusivo para as cidades que têm instaladas agências do Banco do Povo e estejam autorizadas por lei municipal a assinar com a administração estadual o convênio que regulamenta o programa. O agente financeiro das operações é o banco estadual Nossa Caixa.

Os municípios já contemplados com o Programa Pró-Lar são Aparecida, Cravinhos, Dracena, Guariba, Jales, Jardinópolis, Jaú, Pontal, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Registro e Santa Fé do Sul. Em Piracicaba, a solenidade de lançamento teve as presenças dos secretários de Estado, Francisco Prado de Oliveira Ribeiro (Emprego e Relações do Trabalho), Barjas Negri (Habitação), de Guaracy Fontes Monteiro Filho, diretor-executivo do Banco do Povo, e José Machado, prefeito de Piracicaba.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página IV do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 21/02/2004. (PDF)

Educação implanta sistema self service na merenda de 400 escolas estaduais

Programa inédito no País foi lançado dia 16 na EE João Boemer Jardim, Vila Brasilândia; foram contempladas 368 instituições de ensino na capital, 30 em RP e duas em Juquitiba

Desde o início da semana, a hora do recreio ficou mais gostosa em 400 escolas do ensino fundamental da rede pública. O programa Sirva-se, da Secretaria da Educação, introduz o conceito de self service nos refeitórios dos estabelecimentos de ensino. O cardápio apresenta pratos de valor nutricional balanceado, refeições elaboradas por nutricionistas e servidas na temperatura ideal e em balcões térmicos de aço inoxidável.

O Sirva-se permite ao estudante pôr no prato somente aquilo que desejar. “A medida evita desperdícios e quebra antigos preconceitos de que a merenda é comida para os menos favorecidos”, explica Frederico Rozanski, diretor do Departamento de Suprimento Escolar (DSE) da Secretaria da Educação.

“Cada refeição tem no mínimo 350 calorias, 9 gramas de proteína e supre 15% das necessidades energéticas do estudante durante a jornada escolar. Também introduz valores como o respeito ao próximo e a prática de cidadania”, comenta a nutricionista Monika Nogueira. O projeto traz embutido o conceito de educação alimentar. “A criança aprende a respeitar a fila, adota bons modos à mesa e cria hábitos alimentícios saudáveis.” Segundo Monika, os balcões de inox representam mais uma etapa de um processo de aprimoramento e qualidade da refeição escolar.

Marina Suplicy Vieira, assessora técnica do Departamento de Suprimentos, explica que o comportamento dos adultos nas refeições é assimilado pelas crianças e que deve ser visto como parte do projeto pedagógico da escola. “Quando vê uma pessoa mais velha se servir de um prato desconhecido, acaba por repetir o gesto e sente que a comida tem qualidade. Essa atitude singela faz com que as crianças aprendam mais sobre os alimentos, sua origem e até mesmo a valorizar mais quem os produz.

Escolas contempladas

O critério de seleção das escolas feito pelo DSE para a inclusão no Sirva-se foram a adesão por parte da direção e corpo docente, cumprimento do cardápio no preparo das refeições, higiene e disponibilidade de espaço para instalação dos balcões. São 368 instituições de ensino na capital, 30 em Ribeirão Preto e duas em Juquitiba.

Os novos balcões térmicos são móveis, têm vida útil de dez anos e foram adquiridos por meio de pregão presencial, ao custo de R$ 2 mil cada um. “Essa modalidade de compra gerou economia de R$ 2 mil por unidade. O menor preço prevaleceu e a economia de R$ 1,2 milhão permitirá a compra de mais 200 balcões, que serão instalados até o final do ano”, comenta Rozanski.

Lançamento

O programa é inédito no País e foi lançado dia 16, na Escola Estadual João Boemer Jardim, Vila Brasilândia, zona norte. Na oportunidade, o secretário da pasta, Gabriel Chalita, comentou em discurso que se alimentar bem é pré-requisito para uma vida escolar saudável, enriquecedora e fundamental para o desenvolvimento das crianças.

Entre os estudantes, a adoção do sistema self service teve aprovação imediata. Adriano da Silva Ferreira, 7 anos, contou que o cheiro da comida servida no balcão aumenta o apetite e dá vontade de comer mais. Monique Brambillo, 7 anos, acrescentou que “comer arroz com feijão é gostoso, porém o estrogonofe de frango com purê de batatas e salada de frutas na sobremesa é uma novidade saborosa demais”, finaliza.

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente na página I do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/02/2004. (PDF)

Estação Ciência da USP informa e educa jovens com entretenimento

Centro permanente de exposições estimula inclusão digital, desperta talentos precoces e amplia a formação cultural dos visitantes

Os alunos e professores da rede pública de ensino têm na Estação Ciência da USP uma aliada poderosa para o seu desenvolvimento cultural e educacional. Trata-se de uma rede de divulgação do saber que promove exposições científicas permanentes ou temporárias e virtuais, cursos de capacitação, oficinas, palestras, criação e empréstimos de kits educacionais e, ainda, laboratório de informática, dentre outros serviços gratuitos.

Iniciativa de extensão universitária da USP, a Estação Ciência foi criada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1987, e repassada à universidade em 1990. Fica localizada na Lapa, zona oeste da capital, num conjunto de barracões da década de 30 preservados pelo patrimônio histórico numa área de 2 mil metros quadrados.

Seu corpo profissional é composto por professores da USP, alunos estagiários, voluntários de ONGs e técnicos de formação multidisciplinar. O pessoal especializado auxilia nos experimentos, informa e esclarece dúvidas sobre as exposições, cujos temas abrangem astronomia, meteorologia, física, geografia, biologia, história, informática, tecnologia, matemática e humanidades.

Segundo o geólogo Wilson Teixeira, recém-empossado diretor da Estação Ciência, a proposta do centro é aguçar a curiosidade científica, despertar talentos precoces e ampliar a formação dos participantes. “Os cursos, eventos e demais atividades têm por objetivo popularizar a ciência e promover a educação do indivíduo. Essa mistura lúdica de entretenimento com divulgação científica é uma arma eficaz na formação de cidadãos conscientes e responsáveis”, observou.

Parcerias e visitas

O sucesso dos programas da Estação Ciência é fruto de parcerias com empresas como a Petrobras, IBM, British Council, Telefónica, Apple, Intel, Microtec, Banco do Brasil e ONGs, como o Centro de Estudos e Pesquisas da Criança e do Adolescente (Cepeca). No ano passado, 200 mil pessoas visitaram as exposições, que têm entrada franca e ficam abertas de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas. Aos sábados, domingos e feriados, das 13 às 18 horas. É possível agendar visitação de grupos escolares.

Outra opção é observar no seu site o laboratório virtual da instituição. “Com jogos, criatividade e animação, colocamos à disposição online pequenas amostras do que o público encontra nas exposições permanentes e do acervo”, informa Marcos Matsukuma, coordenador do núcleo de criação.

O material interativo encontrado no site tem sido utilizado como reforço pedagógico para alunos do ensino fundamental e médio. “Aqui recebemos pedidos e sugestões via e-mail dos professores. O objetivo é contribuir cada vez mais, sempre associando a alfabetização científica com o lazer”, atesta.

Kits educativos da Experimentoteca

Muitos professores não sabem, mas podem adicionar nas suas aulas de ciências, gratuitamente, kits educativos. A Experimentoteca é um laboratório de ciências naturais que funciona como uma biblioteca pública na Estação Ciência.

“O procedimento é simples: a diretora de escola pública ou particular cadastra seu estabelecimento de ensino. A partir daí, cada professor interessado assina um termo de compromisso, garantindo zelar pela conservação do material. O prazo de devolução é de uma semana e podem ser emprestados até três jogos ao mesmo tempo”, diz Carmem Ruiz, supervisora da Experimentoteca.

Os kits foram desenvolvidos pelo grupo de trabalho liderado pelo professor Dietrich Schiel, do Centro de Difusão Científica e Cultural (CDCC) da USP São Carlos. Contemplam 59 assuntos e incluem atividades para grupos de até 40 alunos. Os educadores recebem orientação prévia e, em cada experimento, há um roteiro explicativo sobre como proceder para realizar os testes.

“O aprendizado é induzido com perguntas do professor para a classe, organizada em grupos, para procurar respostas objetivas com aquilo que estão visualizando nas experiências. Depois da aula, o professor relata, numa ficha, sugestões e dificuldades que teve com o material. O aperfeiçoamento é constante”, garante Carmem.

Os assuntos contemplados incluem kits sobre solo, ar, água, seres vivos, corpo humano, química e física. Compostos por materiais de baixo custo (lâmpadas, pilhas, eletrodos e tubos de ensaio), são acomodados em caixas de madeira.

Mão na Massa

O Projeto Mão na Massa – ABC na Educação Científica é um projeto-piloto iniciado em julho de 2001. Contempla hoje oito escolas da rede estadual e será expandido para mais 65 estabelecimentos de ensino. Consiste em oferecer treinamento aos professores e despertar nas crianças das primeiras séries do ensino fundamental o gosto pelo estudo de ciências.

Por meio de experiências práticas e coletivas com kits especiais na sala de aula, os alunos têm instigadas a curiosidade e a criatividade. O professor comanda os grupos de estudantes que, com a realização das atividades propostas, ampliam sua capacidade de ler, escrever e de se expressar de modo oral.

Rafaela Samagaia, responsável pelo projeto, explica que o Mão na Massa foi inspirado no projeto francês La Main à la pâte, que tem como origem o projeto norte-americano Hands On. Na França, a proposta era auxiliar os filhos de imigrantes que não dominavam o idioma e tinham dificuldade de aprendizado em ciências. “No Brasil, o Mão na Massa foi adaptado à realidade nacional, e o módulo sobre a água foi utilizado em todas as escolas”, comenta orgulhosa.

O Mão na Massa pressupõe o esforço do professor em duas frentes distintas: na sala de aula e com os demais colegas. “Na classe, abre a caixa e comanda as experiências do kit. Faz perguntas aos grupos de alunos, que procuram respostas para explicar determinado fenômeno”, justifica. Junto aos demais colegas, atua como agente multiplicador do conhecimento, repassando-lhes as informações recebidas na Estação Ciência.


Inclusão digital: Projeto Clicar

Há nove anos, a Estação Ciência criou com o Cepeca o Projeto Clicar, iniciativa de inclusão digital direcionada para crianças e adolescentes em situação de risco. “Estimulamos o uso livre de computadores e da Internet sem condições de frequência ou presença, por meio de jogos, atividades em grupo e monitoramento”, explica Cecília Toloza, uma das duas coordenadoras do projeto.

Dirce Pranzetti, também coordenadora, conta que o projeto foi concebido sob medida para atender aos anseios dos jovens carentes. “Fizemos uma pesquisa com os visitantes mais assíduos, que indicou o desejo coletivo de um laboratório de computadores. Hoje, mais de 800 estudantes trocam e-mails e redigem currículos e textos nos 26 computadores. Respeitamos o desejo e a motivação de cada um com a informática. Muitos frequentadores já deixaram de lado atividades ilícitas que praticavam. Os conhecimentos adquiridos permitiram a um grupo construir sua própria página na internet”, conta orgulhosa.


Física, biologia, geografia, geologia e astronomia são atrações permanentes

Na área de física, há experimentos que ilustram conceitos de eletromagnetismo, termodinâmica e óptica. As transformações entre os diversos tipos de energia são sempre evidenciadas. A exposição interativa de matemática tem 100 experimentos e convida os visitantes a explorar os fundamentos da ciência dos números, confrontando-os com aspectos do cotidiano e com outras áreas.

Já a biologia tem aquários de água salgada e doce. Além de peixes, apresenta espécies marinhas conservadas em formol. No espaço Butantã há viveiros de cobras, lagartos, aranhas e escorpiões e um terrário com plantas carnívoras.

Há, ainda, o Caracol, um espaço interativo, onde, por meio de programas de computador, o visitante pode saber mais sobre serpentes, aranhas e outros animais invertebrados venenosos e, também, sobre pássaros, com o auxílio de softwares educacionais.

Na de geografia, além dos painéis, atlas, mapas e globo terrestre, há uma grande maquete de bacia hidrográfica, com água corrente, representando principais rios, afluentes e represas. Ela é capaz de simular a queda da chuva em áreas urbanas e representar as enchentes.

Na área de geologia há exposição de minerais e rochas. São apresentados fenômenos geológicos como fendas, dobras e vulcões com esboços interativos. A exploração de petróleo tem maquetes sobre extração, transporte e refino e, ainda, um local onde o visitante tem um espaço para consultar material bibliográfico, vídeos e CD-ROMs.

A astronomia tem aparelhos que simulam a órbita de planetas e painel explicativo sobre a origem do universo, baseado na Teoria do Big Bang. A meteorologia reproduz em maquetes aparelhos de captação e medição de fenômenos atmosféricos, cujas observações possibilitam a previsão do tempo. Há, ainda, instrumentos instalados na Estação Ciência, que permitem o monitoramento do tempo de forma contínua, com dados de pressão, temperatura e umidade.

Serviço

Estação Ciência
Rua Guaicurus, 1.394 – Lapa – São Paulo (SP)
Tel. (11) 3871-6752

Rogério Mascia Silveira
Da Agência Imprensa Oficial

Reportagem publicada originalmente nas páginas II e III do Poder Executivo I e II do Diário Oficial do Estado de SP do dia 20/02/2004. (PDF)